A Minha Terra - Rogério Martins Simões - CIRANDA EM DÉCIMAS COM QUADRA E GLOSA
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
ROMASI
(LISBOA, vigio-a da minha janela
Óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
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CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
ROMASI
(LISBOA, vigio-a da minha janela
Óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Minha Terra
Minha Terra, o meu Rio,
Tem beleza e esplendor,
De manhã sempre espio,
Na colina, o Redentor.
Altaneiro o Corcovado
É o altar de Jesus Cristo.
Eu me sinto abraçado
Toda vez que o avisto,
No meu Rio de Janeiro,
Muito lindo, o ano inteiro.
Pão de Açúcar, lá de cima,
Uma vista que alucina.
´A bela Copacabana,
De areia prateada,
Numa orla bem humana,
Por poetas, exaltada.
Vemos toda a Lagoa,
Num contorno rendilhado.
O meu canto ali ressoa
Por meus versos, assim, rimados.
Perdoa Gonçalves Dias!
Também canta o sabiá,
Para nossa alegria,
Nas Palmeiras que de cá.
São belezas do Brasil
Quer do Rio ou Ceará
Sob um céu que é cor de anil.
Como em nenhum lugar, há.
Exalto meu Rio co’ ética
Em décimas e com métrica!
Manoel Virgílio
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros - Rio de Janeiro - Brasil
Às 22 h e 25 min do dia 8 de janeiro de 2008,especialmente para o meu eterno irmão
Ouço um fado... silencio...
No triste som das guitarras
Meu sonho solta as amarras
Que me prendem ao vazio
E liberta meu navio...
De sonhos... rumo a Lisboa
De Camões e de Pessoa
De Saramago e Florbela...
E, por fim, na caravela
É minha alma... que voa.
TERRA DA MEIGUICE
Efigênia Coutinho
Sou da terra da meiguice
com cânticos de amor leal
é essa a terra real
aquela que sempre disse
sem qualquer esquisitice
ser o meu País natal.
Do oceano peço o sal
pra ir contigo ao mundo
do encanto onde abundo
Brasil também Portugal.
~
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Paulo Gondim
Quadra de Paulo Gondim
Minha terra tão querida
A quem sempre vou amar
Que deixei, mas voltarei
Ao meu lindo Ceará
Glosa do próprio autor
(Ceará, estado do nordeste do Brasil, de onde provém o autor)
Eu vivo longe da terra
Mas não é por opção
É de cortar coração
Viver nessa longa espera
Mas eu sei, ai quem me dera
Ver minh'alma agradecida
Na terra encontrar guarida
Quando um dia lá voltar
E nela poder falar
Minha Terra tão querida
Mas um dia eu voltarei
Trago cá em minha mente
Essa certeza latente
De ver tudo o que deixei
E as pessoas que amei
Que deixei a me esperar
Na certa vou encontrar
No meu lugar tão querido
Que nunca foi esquecido
A quem sempre vou amar
Quando lá chegar um dia
Essa angústia vai ter fim
O sol nascerá pra mim
Terá fim essa agonia
Que já me faz companhia
Nas terras por onde andei
Desde que de lá cheguei
Por isso quero matar
A saudade do lugar
Que deixei, mas voltarei
Esse meu lugar tão quente
Que há muito tempo não vejo
Desperta em mim o desejo
De lhe mandar um presente
No meu verso mais ardente
No meu jeito de falar
No meu singelo cantar
Em motes tão desconexos
Mas eu dedico esses versos
Ao meu lindo CEARÁ!
Paulo Gondim
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Terra minha
(Eugénio de Sá)
(Lisboa - Vista do Castelo de S. Jorge)
Terra minha
(Eugénio de Sá)
Lisboa me viu nascer
e no seu seio dormir
se um dia dela partir
lá voltarei pra morrer
Glosa:
D' Ajuda sou filho inteiro
Desse bairro onde se vê
Mais lindo em cada maré
Correr o Tejo ligeiro
Reconheço lisonjeiro
Desse amor tudo colher
Porque é fonte do meu crer
Mesmo de longe eu almejo
Voltar de novo ao meu Tejo
Lisboa me viu nascer
E de Lisboa meu Deus
É dela a minha saudade
Dessa urbe sem idade
E os meus ais são todos seus
São dela os meus apogeus
Se um dia dela partir
Terá de ser como a aurir
Pois sei que vou ter saudade
De sentir minha cidade
E no seu seio dormir
Visito regularmente
os bairros mais populares
respirando aqueles ares
Vendo de lá o poente
E ao Castelo alegremente
Sempre lá vou pra remir
Remorsos de lá não ir
Rever a minha Lisboa
Só de pensar me atordoa
Se um dia dela partir
Hoje está tudo mais novo
Mas Lisboa é mesmo assim
É sempre mulher pra mim
Muda a vida, muda o povo
E dela a visão renovo
E lá a faço entender
Que mesmo sem eu o querer
A vida pode mudar
Mas se eu um dia a deixar
Lá voltarei pra morrer
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Minha Terra !
Mercília Rodrigues
Minha Terra !
Mercília Rodrigues
Berços verdes, céu de anil,
Minha terra, tão querida !
Morena praia, ah, meu Brasil,
Suas manhãs enriquecidas !
Glosa
Orgulho-me da grandeza .
Força, crença e coração !
Pele em flor, cheiro de chão
Mulher amada, em realeza !
Mostra em si toda beleza ...
Elegância cá existiu .
Senão aqui os encantos mil !
Bendigo: sou brasileiro,
Terra de um chão hospitaleiro !
Berços verdes, céu de anil .
Acorda nos madrigais,
Pela punjança serena,
E o cantar das siriemas,
Floreiras dos cafezais .
Águas nos manaciais !
Cidade corre aguerrida,
Capitais enternecidas,
Imensos rios...corredeiras,
Despencam-se cachoeiras
Minha terra tão querida !
Braço aberto, esse torrão
De imensurável riqueza !
Bênçãos da mãe natureza
Alma do mundo, este chão...
Este povo, só coração !
Mares de azul anil,
Areias alvas, grãos em fio,
ao longo belas palmeiras,
lentas leves, quais bandeiras .
Morenas praias, ah, meu Brasil !
O horizonte, além da serra
É infinito em sua beleza,
Água brota, em correnteza,
Juntando os fios, abre a terra,
Mostra a força que em si encerra !
Cachoeira de véu vestida,
Caindo, em bruma arremetida .
Campos serenos, orvalhados,
doce odor, aveludado ...
Suas manhãs enriquecidas !
mercilia.rodrigues@terra.com.br
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
MINHATERRA
Humberto Rodrigues Neto
Décimas em glosa ao mote do próprio autor:
A todos São Paulo abriu
futuro alegre e otimista
e disso eu me vanglorio,
da glória de ser paulista!
Glosa
Aqui nasci e me criei
à sombra de arranha-céus,
em meio aos suados véus
da garoa que eu amei,
das mulheres que afaguei!
A Paulicéia atraiu
quem de sua terra saiu,
e uma vida de sossego,
a chance de paz e emprego
a todos São Paulo abriu!
Acolhendo os forasteiros,
a terra dos bandeirantes
deu apoio aos imigrantes,
que alegres e sobranceiros
uniram-se aos brasileiros!
A essa grei sã e idealista,
plena de visão realista,
São Paulo sempre apoiou
e em tempo algum lhes negou
futuro alegre e otimista!
Terra mais verde e amarela
neste meu país não há
desde o sul até o Pará!
Belos parques, lindas praças,
perfeita fusão de raças
que um tesouro construiu
de honra, de amor e brio!
É o sangue de João Ramalho
pulsando na forja ou malho,
e disso eu me vanglorio!
De Fernão Dias as bandeiras
já pensavam coisas grandes
e até no sopé dos Andes,
com as cores brasileiras,
fincaram nossas fronteiras!
De seu pendão cada lista,
é um triunfo, uma conquista
deste rincão soberano;
por isso me sinto ufano
da glória de ser paulista!
Humberto Rodrigues Neto
(Humberto - Poeta)
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
A MINHA TERRA
Em Lisboa eu nasci
E digo de brincadeira
Desta cidade altaneira
"Prá terra" nunca parti...
Nota: para quem não saiba, "Ir prá terra"= ir de férias ou partir de vez para a Terra Natal
Quadra de Carmo Vasconcelos
Glosada pela própria autora
Sou alfacinha da gema
Lusitana com vaidade
Pois nasci numa cidade
Que se veste de poema
Cheira a goivo e alfazema
Tem as cores do colibri
No mundo que percorri
Não encontrei outra igual
Seu porte é nobre e real
Em Lisboa eu nasci
Foi nela que vi o rosto
Da santa que me deu vida
E onde os seus olhos à ida
Também fechei com desgosto
No seu sal e no seu mosto
Criei a força guerreira
Desta gleba justiceira
Nela sorri e chorei
E o primeiro amor beijei
E digo de brincadeira
Que sou filha dos sem-terra
Pois nas férias de que gosto
À terra doutros me encosto
Seja no mar ou na serra
Mas cedo a saudade berra
Para voltar à soleira
Postar os olhos à beira
Das gaivotas
No
Desta cidade altaneira
Amo o seu cheiro sem par
Sua luz que me ilumina
É musa que me fascina
Pois tem vozes de avatar
Poesia a me chamar
Desde que me conheci
E ao seu fado me cingi
Lisboa do meu amor
Jamais lhe dei essa dor
"P´rá terra" nunca parti
Carmo Vasconcelos
Lisboa, 8 de janeiro/2008
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
(ITAPECERICA)
A MINHA TERRA
Cidade Itapecerica
tem rosas e prosadores
feliz a minh’alma fica
quando lhe canta louvores.
Quadra de Erriene.
Glosada pela filha Célia Lamounier de Araújo
Atendo o chamado amigo
para cantar minha terra
e meu coração não erra
quando “Verde é meu chão” digo
pelas ruas canto e sigo.
Sou de Itapecerica
Tamanduá, linda e rica,
de Minas velha cidade
era São Bento do Abade
Cidade Itapecerica.
Tantos nomes, tantos filhos
tanto tempo se passou
muito romance ficou
em versos, prosas, idílios
nascidos ficam nos trilhos
de alegrias e amores.
De alguns também restam dores
no livro "O Seminarista"
a história toda é vista,
tem rosas e prosadores.
Seja no campo ou na estrada
na sede, rio ou em casa,
toda beleza extravasa:
pássaros em revoada
sempre aqui na terra amada.
Nas capoeiras, a bica
de água nascente é mais rica
flores, frutos, bichos tem
vida verde-azul e bem
Feliz a minh’alma fica.
Canto minha terra sim
não troco lugar nenhum
por este mundo incomum.
Tenho jasmim e jardim
bandolins e moro enfim
onde vivem sonhadores,
maestros e cantadores
de uma vida bem feliz.
E é tal qual meu verso diz
Quando lhe canta louvores.
http://celialamounier.portalcen.org
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
FURADOURO - OVAR
Praia da minha afeição
Do meu brincar de menino,
Vives no meu coração
A rir do próprio destino!
QUADRA DE MANUEL MENTARFA
(Poeta vareiro)
Glosada por Daniel Cristal
Não é só do Furadouro
mas também da sua ria
que a terra d' alegria
desenha com cor de ouro
signo emerso imorredouro...
Nunca traz a frustração
e conforta o coração,
esta praia conhecida:
Furadouro, cheia de vida
praia da minha afeição.
Mas além do Furadouro
gosto imenso dessa ria,
nosso espanto e alegria
que já acolheu o louro,
também o vencido mouro;
circundada pelos montes,
encostas com muitas fontes,
tem fértil planície aberta,
a eira ideal e certa
do meu brincar de menino.
O seu Museu e a Igreja
são seus belos monumentos,
mas há outros acrescentos,
esculturas de quem seja
símbolo do que almeja...
A faina é a emoção
amor de varina e pão,
ensejo de arte nativa
- o Entrudo que cativa...
Vives no meu coração.
O rio Cáster serpenteia
na nossa cidade alegre
e com a ria se agrega;
Tanto banha quão bronzeia
quem se diverte n' areia...
Em cima dum gordo suíno
No Carnaval faço o pino!
E ainda qu' aí troque o passo,
posso até ser um palhaço
A rir do próprio destino!
2008
(Um especial agradecimento à fadista, Ana Marina Correia, por me ter cedido diversos fados para colocar neste blog.
Que gesto tão bonito fadista Marina Correia! Como diz - nada é por acaso! Muita sorte e sucesso na sua digressão pela Suíça -