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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Pela noite fora

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PELA NOITE FORA

Rogério Martins Simões

 

Pela noite fora

Sento no meu colo de sonho...

As minhas duas crianças de oiro

O meu tesoiro

Os meus meninos.

 

Pela noite fora

Os meus pensamentos

Percorrem a minha fronte molhada

Em mil beijos de nada

Aos meus meninos.

 

Onde estais?

 

E se adormeço

Logo acordo em sobressalto

E estremeço:

Onde estão os meus meninos?

 

Acordo

Sinto e vejo apenas

Suores frios

Correndo

Pela minha fronte abalada.

 

Onde estão os meus meninos?

 

Lisboa 6/1/1974

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AFASTAMENTO...

(Foto de Rogério Martins Simões - Madeira 2012)

O poema que hoje levo ao vosso conhecimento foi escrito em 1974. Nem sequer pensava em o voltar a colocar aqui. Porém, como abomino os crimes praticados contra as crianças e os mais idosos – INDEFESOS – face às imagens e constatação de factos detetados numa reportagem da TVI aqui vai

 

 

AFASTAMENTO

Rogério Martins Simões

 

Separaram nossos corpos, mulher,

Na idade em que preciso de ti!

 

 

 

Cresceram os nossos filhos

Cresceram, levou-os o vento,

Agora estamos sós:

Os velhos do nosso tempo.

 

Apartaram nossas vidas

Em lares da terceira idade

Vivemos a longa distância

Indiferentes, por caridade…

 

Pareço namorar-te

Agora que bem te conheço

Tenho-te no pensamento,

Longe de ti, não te esqueço

 

 

Separaram nossos corpos, mulher,

Espero todos os dias por ti!

 

 

Se ao menos viesse o dia

Da nossa partida final,

Haveria mais alegria

No nosso amor imortal.

 

Juntos na mesma terra...

Tu e eu a recordar…

Os tempos em que lá na serra

Começámos a namorar.

 

Juntaram nossos corpos, mulher,

Às alfaces verdejantes…

 

 

10/1974



Desculpem-me, por aqui voltar a colocar um poema que escrevi quando tinha 25 anos. Confrange-me esta indiferença para com os mais idosos onde já me começo a “chegar”.

Decidi depois de escutar o que escutei sobre os doentes com doenças neurodegenerativas – neste caso Alzheimer. Também a minha Parkinson é uma doença neurodegenerativa.

Tal como ouvi a uma senhora mais idosa também eu prefiro morrer… E se o digo é por estar à vontade para o dizer: sempre assim pensei e por isso ressuscitei este meu humilde mas muito sentido poema.

 

ROMASI

 



 

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É Natal!? Por que é Natal?


 

 

 

 

É Natal? Por que é Natal?
 
Um autocarro coloca-me à entrada de um túnel – que escuridão…
Doravante direi que os egoístas, os corruptos e os cobardes, até o sorriso nos querem roubar.
Duplicam os vencidos que, despidos, penhoram as vestes numa casa de “prego”. Parecem uns suplicantes à míngua por uma sopa.
- Que sopa irá comer, Vossa Excelência, na consoada?
A fome mata-se nos restos de um caixote de lixo!?
A gula será incómoda pois engorda!?
- Que importa? Amanhã faço dieta…
Imunes às crises, da bolsa, estão todos aqueles que sempre tiveram a bolsa vazia.
Ainda assim pagamos, com os trapos, a recuperação da crise dos mais ricos!
 
 
- Acendam os holofotes e iluminem esses desgraçados!
- É Natal! Está a ouvir? É Natal!
 -O senhor ministro do reino - sua majestade - manda entregar-lhe um bolo-rei e uns quantos cartões novos para aquecer os mais pobres.
 
-É Natal? Que porvir sendo Natal?
 
É Natal?! Por que é Natal?
 
21-12-2008 01:01:41

 

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Ciúme mata!

 

 

 

O ciúme mata…

(Rogério Martins Simões)

 

Abri a janela de meu quarto

Quatro paredes, um deserto…

Tenho a sensação de estar farto!

E o chão ali por perto...

 

Afunda-se a noite na alma

Na dor, por amor, tanto sofreu

Esta noite não está calma,

Está tão escura como o breu

 

Clamo por minha loucura

Quatro paredes um deserto…

Não tenho medo da altura

E o chão ainda mais perto...

 

Olho de novo para o rio

Hoje não há luar de prata

É verão e tenho frio

E o meu ciúme mata.

 

Pairam as nuvens que o ciúme deu

A lua não tem mais lugar certo

Amor o que te aconteceu?

Tristemente perdido perto…

 

1989

 

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LOBO… QUE COMER NO QUE RESTA DA ALDEIA?

(foto da autoria de Padre Pedro - Pampilhosa da Serra)

 

 

 

LOBO… QUE COMER NO QUE RESTA DA ALDEIA?
Rogério Martins Simões
 
Lobo não venha comer a minha ovelha…
Tenha cuidado que eu faço fogueira.
Cruzes canhoto que vem por aí a velha…
Lobo não coma a noz verde à nogueira…
 
Tem noite que a noite é vermelha.
Credo! Abrenúncio! Vem aí a feiticeira…
Ferradura na porta; corno na telha…
Lobo não coma o figo verde à figueira…
 
Lobo não volte para roubar o nosso pão.
Menino homem só tem medo do papão…
Lobo que comer no que resta da aldeia?
 
Loba… que vai ser de ti e da tua alcateia…
Dói-me a barriga de comer tantas amoras:
Cresceram as silvas, os matos e as horas…
04-07-2005

 

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Vontade do sol...

(foto da autoria do Sr. Padre Pedro)

Vontade do sol
Romasi

 

A nuvem é forte

Tem a força da chuva

Pois a chuva

É o peso da vontade do Sol

Por isso, dizem,

- O sol dá abrigo

Aos puros da estrada…

E que os nus morrem afogados…

15/02/1975

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Canção dos abandonados

 

CANÇÃO DOS ABANDONADOS
(Romasi)

 

Vamos por aí

Atrás do nada nos vamos...

Não!

Vamos por aqui

Atrás de nada sigamos.

Vamos por aí

Em busca de pão

Vamos por aqui

Olhando o chão

Não!

Não vamos por aí!

Vamos por aqui

Ou então ficamos...

 

1973

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Eis aqui um homem

(Foto Padre pedro)

 

 

 

EIS, AQUI, UM HOMEM!
Romasi
Rogério Martins Simões
 
Eis, aqui, um homem,
nos passos vazios da história,
na penumbra do esquecimento,
objecto, e falsa lamúria,
dormitando numa toca de rato…
 
Eis, aqui, o homem:
Estátua nocturna;
abandonado à chuva,
fruto desta sociedade moderna,
que o transforma num pato…
 
Eis, aqui, e por todo o lado,
seres humanos sem idade,
(iguais na desigualdade),
vergonha da indigesta sociedade
que na ganância engole o prato…
 
E se ao fim do dia
sobrarem os jornais,
com que se cobrem os indigentes,
e os demais,
que desçam dos pedestais
oh insanas gentes:
- P´ro relento como dorme o gato!!!
 
Lisboa, Fevereiro de 1975
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
 
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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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