TARIK Morreu o meu lindo e amigo cão
Hoje, dia 23 de Janeiro de 2008, o nosso inteligente e lindo cão morreu!
Há anos ofereci um lindo cão – podengo anão – à minha esposa. O cão era tão lindo!
Hoje estamos muito tristes - estranha tristeza, dirão tantos! Não! Quem decide ter por companhia um cão deve estimá-lo e nunca o abandonar.
Hoje poucas palavras conseguirei escrever, porém, farei questão que a minha esposa e grande mulher, que tão bem escreve contos e pinta, escreva aqui os contos, bem reais, do nosso tão querido TARIK
Lamechas dirão alguns! Seja! O nosso Tarik embelezou e contribuiu, em muito, para a nossa felicidade. Tarik lia os nossos pensamentos, adorava o Meco, e limpava sempre as patas, no tapete, antes de entrar em casa.
Tarik foi sempre o meu companheiro até altas horas da madrugada enquanto escrevia meus versos.
Se estava triste dava-me uma lambidela nas mãos e eu sorria.
Hoje choro! Porque choras poeta?
A Parkinson doravante é e será a tua única companhia nas altas horas da madrugada.
É tarde, a minha companheira já secou as lágrimas e está a descansar. O dia foi longo, resta-me a certeza da companhia da minha grande companheira, mas estou só, já não tenho o meu velho cão que tanta alegria nos deu. Parkinson, quer queira ou não, significa solidão e dependência. Hoje estou mais só entre as quatro paredes do escritório.
Olho para o lado, parece-me ouvir ressonar o nosso velho cão. Estás a ouvir-me Tarik! Parece que não!
Sabem um segredo – se eu chamar pelo seu nome em inglês ele uiva!
Tarik, my little dog – dizia a sua tratadora quando ele ficou detido em Londres e estava em quarentena.
Já passaram tantos anos e a memória está fresca.
Tarik, my little dog! O silêncio mete medo! Vou também descansar.
Rogério Martins Simões
(óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
Soprei numa pena…
Rogério Martins Simões
Soprei numa pena
Que se anichou à janela
Aí está ela, agarrada à empena.
Sem pena, partiu à vela….
Valerá a pena ir atrás dela?
Deu a volta e reentrou,
Parece serena!?
Soprei na pena e a pena voou,
Aí vai ela! Pela porta pequena…
Valerá a pena partir com ela?
Vem um passarito
Apanha-a no bico
Ouve-se um grito
Aí vai ela, a caminho do pico…
Valerá a pena ter pena dela?
Vem um gavião com asas de granito,
Devolve-me a pena, com penas na sela…
São do passarito que passou a goela
Parte gavião! Leva as penas maldito…
Regressou a pena!
Não voltei a soprar mais nela…
Parece serena,
A pena,
Que pena reencontrar-me com ela!
Hospital dos Capuchos, 19/9/2007
(Concluído em 02/10-2007)
Video com os óleos da minha esposa:
http://www.youtube.com/watch?v=iokb8FXy3Gw
http://video.google.com/videoplay?docid=8291487629655378595&hl=en