Papoilas da alma
Óleo sobre tela Elisabete Sombreiro
PAPOILAS DA ALMA
Rogério Martins Simões
Enquanto na planície o sol dançava,
De noite os seus desejos cresciam.
Pálida neve! O seu rosto nevava…
De olhos cansados dores sorriam.
Da janela da noite suspirava:
Desejos seus, proibidos, partiam:
A seara infecunda secava…
E as papoilas da alma nasciam…
E quando a bruma o seu corpo levou
O Alentejo, cantando, a chorou
Nos seus lindos poemas de amor.
Mas se os amores lhe foram adversos
Nem a morte apagou os seus versos:
Para sempre! Na “Charneca Em Flor”...
Meco, Praia das Bicas, 24-10-2011 21:54:38
(A Florbela Espanca)