CONTRASTE
FOTO DA : World Press Photo Contest 2004
Este poema foi escrito por mim em 1968. Também fiz parte daqueles que se voluntariaram para tentarem minimizar os danos provocados pelas enxurradas e o que vi foi mesmo muito triste.
CONTRASTE
Rogério Martins Simões
Romasi
Era imponente
E erguia-se majestoso
Naquela verde colina.
Era miserável
E perdia-se na sombra
Do colossal palacete...
Havia fortuna,
Luxos, aparatos,
Grandes riquezas.
Havia fome,
Desgraça,
Amarguras sem fim.
A chuva caiu.
Os canos a escoram
E no palácio
Os senhores continuaram a dormir...
Mas a chuva não pára,
E continuou a cair.
A lama escorregou!
A chuva passou
E foi a desgraça
Somente por lá ficou
O local da barraca
E o grande palácio...
25/09/1968
- Menino cor de lama
Porque quem toca o sineiro?
-Foi a água que me atirou da cama
Pela encosta do ribeiro.
Rogério Martins Simões
20/07/2005