Lisboa é a minha cidade (republicado)
Lisboa é a minha Cidade
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Lisboa é a minha Cidade
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
ROMASI
(LISBOA, vigio-a da minha janela
Óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Paulo Gondim
Quadra de Paulo Gondim
Minha terra tão querida
A quem sempre vou amar
Que deixei, mas voltarei
Ao meu lindo Ceará
Glosa do próprio autor
(Ceará, estado do nordeste do Brasil, de onde provém o autor)
Eu vivo longe da terra
Mas não é por opção
É de cortar coração
Viver nessa longa espera
Mas eu sei, ai quem me dera
Ver minh'alma agradecida
Na terra encontrar guarida
Quando um dia lá voltar
E nela poder falar
Minha Terra tão querida
Mas um dia eu voltarei
Trago cá em minha mente
Essa certeza latente
De ver tudo o que deixei
E as pessoas que amei
Que deixei a me esperar
Na certa vou encontrar
No meu lugar tão querido
Que nunca foi esquecido
A quem sempre vou amar
Quando lá chegar um dia
Essa angústia vai ter fim
O sol nascerá pra mim
Terá fim essa agonia
Que já me faz companhia
Nas terras por onde andei
Desde que de lá cheguei
Por isso quero matar
A saudade do lugar
Que deixei, mas voltarei
Esse meu lugar tão quente
Que há muito tempo não vejo
Desperta em mim o desejo
De lhe mandar um presente
No meu verso mais ardente
No meu jeito de falar
No meu singelo cantar
Em motes tão desconexos
Mas eu dedico esses versos
Ao meu lindo CEARÁ!
Paulo Gondim
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Terra minha
(Eugénio de Sá)
(Lisboa - Vista do Castelo de S. Jorge)
Terra minha
(Eugénio de Sá)
Lisboa me viu nascer
e no seu seio dormir
se um dia dela partir
lá voltarei pra morrer
Glosa:
D' Ajuda sou filho inteiro
Desse bairro onde se vê
Mais lindo em cada maré
Correr o Tejo ligeiro
Reconheço lisonjeiro
Desse amor tudo colher
Porque é fonte do meu crer
Mesmo de longe eu almejo
Voltar de novo ao meu Tejo
Lisboa me viu nascer
E de Lisboa meu Deus
É dela a minha saudade
Dessa urbe sem idade
E os meus ais são todos seus
São dela os meus apogeus
Se um dia dela partir
Terá de ser como a aurir
Pois sei que vou ter saudade
De sentir minha cidade
E no seu seio dormir
Visito regularmente
os bairros mais populares
respirando aqueles ares
Vendo de lá o poente
E ao Castelo alegremente
Sempre lá vou pra remir
Remorsos de lá não ir
Rever a minha Lisboa
Só de pensar me atordoa
Se um dia dela partir
Hoje está tudo mais novo
Mas Lisboa é mesmo assim
É sempre mulher pra mim
Muda a vida, muda o povo
E dela a visão renovo
E lá a faço entender
Que mesmo sem eu o querer
A vida pode mudar
Mas se eu um dia a deixar
Lá voltarei pra morrer
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
Minha Terra !
Mercília Rodrigues
Minha Terra !
Mercília Rodrigues
Berços verdes, céu de anil,
Minha terra, tão querida !
Morena praia, ah, meu Brasil,
Suas manhãs enriquecidas !
Glosa
Orgulho-me da grandeza .
Força, crença e coração !
Pele em flor, cheiro de chão
Mulher amada, em realeza !
Mostra em si toda beleza ...
Elegância cá existiu .
Senão aqui os encantos mil !
Bendigo: sou brasileiro,
Terra de um chão hospitaleiro !
Berços verdes, céu de anil .
Acorda nos madrigais,
Pela punjança serena,
E o cantar das siriemas,
Floreiras dos cafezais .
Águas nos manaciais !
Cidade corre aguerrida,
Capitais enternecidas,
Imensos rios...corredeiras,
Despencam-se cachoeiras
Minha terra tão querida !
Braço aberto, esse torrão
De imensurável riqueza !
Bênçãos da mãe natureza
Alma do mundo, este chão...
Este povo, só coração !
Mares de azul anil,
Areias alvas, grãos em fio,
ao longo belas palmeiras,
lentas leves, quais bandeiras .
Morenas praias, ah, meu Brasil !
O horizonte, além da serra
É infinito em sua beleza,
Água brota, em correnteza,
Juntando os fios, abre a terra,
Mostra a força que em si encerra !
Cachoeira de véu vestida,
Caindo, em bruma arremetida .
Campos serenos, orvalhados,
doce odor, aveludado ...
Suas manhãs enriquecidas !
mercilia.rodrigues@terra.com.br
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
A MINHA TERRA
Em Lisboa eu nasci
E digo de brincadeira
Desta cidade altaneira
"Prá terra" nunca parti...
Nota: para quem não saiba, "Ir prá terra"= ir de férias ou partir de vez para a Terra Natal
Quadra de Carmo Vasconcelos
Glosada pela própria autora
Sou alfacinha da gema
Lusitana com vaidade
Pois nasci numa cidade
Que se veste de poema
Cheira a goivo e alfazema
Tem as cores do colibri
No mundo que percorri
Não encontrei outra igual
Seu porte é nobre e real
Em Lisboa eu nasci
Foi nela que vi o rosto
Da santa que me deu vida
E onde os seus olhos à ida
Também fechei com desgosto
No seu sal e no seu mosto
Criei a força guerreira
Desta gleba justiceira
Nela sorri e chorei
E o primeiro amor beijei
E digo de brincadeira
Que sou filha dos sem-terra
Pois nas férias de que gosto
À terra doutros me encosto
Seja no mar ou na serra
Mas cedo a saudade berra
Para voltar à soleira
Postar os olhos à beira
Das gaivotas
No
Desta cidade altaneira
Amo o seu cheiro sem par
Sua luz que me ilumina
É musa que me fascina
Pois tem vozes de avatar
Poesia a me chamar
Desde que me conheci
E ao seu fado me cingi
Lisboa do meu amor
Jamais lhe dei essa dor
"P´rá terra" nunca parti
Carmo Vasconcelos
Lisboa, 8 de janeiro/2008
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
A Minha Terra
Mote
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias)
Glosado por: Benedita Azevedo
Minha terra vou te amar!
Foi lá que ao mundo cheguei,
E naquele rio nadei.
Tentei aprender remar
Para o rio navegar.
Com folhas tais quais bandeiras
Em suas margens as palmeiras
Transmitindo as alegrias,
Cantos de Gonçalves Dias:
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS.
São tantos os bens legados
Alegria do meu povo...
Ai! Quero vê-las de novo.
Tais quais leques espalhados
Em horizontes nublados
Quero muito voltar lá.
Correr pra lá e pra cá,
Ver aquela natureza
De Itapecuru, beleza...
ONDE CANTA O SABIÁ.
Meu rio naquelas paragens,
Correndo bem caudaloso
Com seu cantar amoroso.
Ondas batendo nas margens
Dos banzeiros, das aragens,
E as meninas que passeiam.
Com sorrisos alardeiam,
Para os meninos que encontram,
Todos ali reencontram,
AS AVES QUE AQUI GORJEIAM.
Já vai lá o entardecer
Daquela gente querida
Que deu vida à minha vida,
Não consigo esquecer.
E quero então merecer,
No jantar um vatapá.
Depois ver o boi-bumbá,
Visitar os meus vizinhos
Pois aqui os passarinhos
NÃO GORJEIAM COMO LÁ.
Praia do Anil, Magé, RJ,Br, 05.01.2008
Benedita Azevedo
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
(ITAPECERICA)
A MINHA TERRA
Cidade Itapecerica
tem rosas e prosadores
feliz a minh’alma fica
quando lhe canta louvores.
Quadra de Erriene.
Glosada pela filha Célia Lamounier de Araújo
Atendo o chamado amigo
para cantar minha terra
e meu coração não erra
quando “Verde é meu chão” digo
pelas ruas canto e sigo.
Sou de Itapecerica
Tamanduá, linda e rica,
de Minas velha cidade
era São Bento do Abade
Cidade Itapecerica.
Tantos nomes, tantos filhos
tanto tempo se passou
muito romance ficou
em versos, prosas, idílios
nascidos ficam nos trilhos
de alegrias e amores.
De alguns também restam dores
no livro "O Seminarista"
a história toda é vista,
tem rosas e prosadores.
Seja no campo ou na estrada
na sede, rio ou em casa,
toda beleza extravasa:
pássaros em revoada
sempre aqui na terra amada.
Nas capoeiras, a bica
de água nascente é mais rica
flores, frutos, bichos tem
vida verde-azul e bem
Feliz a minh’alma fica.
Canto minha terra sim
não troco lugar nenhum
por este mundo incomum.
Tenho jasmim e jardim
bandolins e moro enfim
onde vivem sonhadores,
maestros e cantadores
de uma vida bem feliz.
E é tal qual meu verso diz
Quando lhe canta louvores.
http://celialamounier.portalcen.org
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
FURADOURO - OVAR
Praia da minha afeição
Do meu brincar de menino,
Vives no meu coração
A rir do próprio destino!
QUADRA DE MANUEL MENTARFA
(Poeta vareiro)
Glosada por Daniel Cristal
Não é só do Furadouro
mas também da sua ria
que a terra d' alegria
desenha com cor de ouro
signo emerso imorredouro...
Nunca traz a frustração
e conforta o coração,
esta praia conhecida:
Furadouro, cheia de vida
praia da minha afeição.
Mas além do Furadouro
gosto imenso dessa ria,
nosso espanto e alegria
que já acolheu o louro,
também o vencido mouro;
circundada pelos montes,
encostas com muitas fontes,
tem fértil planície aberta,
a eira ideal e certa
do meu brincar de menino.
O seu Museu e a Igreja
são seus belos monumentos,
mas há outros acrescentos,
esculturas de quem seja
símbolo do que almeja...
A faina é a emoção
amor de varina e pão,
ensejo de arte nativa
- o Entrudo que cativa...
Vives no meu coração.
O rio Cáster serpenteia
na nossa cidade alegre
e com a ria se agrega;
Tanto banha quão bronzeia
quem se diverte n' areia...
Em cima dum gordo suíno
No Carnaval faço o pino!
E ainda qu' aí troque o passo,
posso até ser um palhaço
A rir do próprio destino!
2008
(Um especial agradecimento à fadista, Ana Marina Correia, por me ter cedido diversos fados para colocar neste blog.
Que gesto tão bonito fadista Marina Correia! Como diz - nada é por acaso! Muita sorte e sucesso na sua digressão pela Suíça -
CIRANDA
« A MINHA TERRA»
Uma iniciativa do Poeta Daniel Cristal
(Pintura de Tarsila do Amaral)
A MINHA TERRA
CIRANDA
A poesia é a maior manifestação de arte que o ser humano dispõe para emoldurar o mundo. Poetas somos todos nós e até na guerra, na miséria há poesia, mas só é mesmo poeta quem nasce com o dom.
O verdadeiro poeta manifesta-se com a alma e se seguir as métricas e todas as leis na sua composição esta ganha foros de sabedoria aliada ao bem estar de quem os lê.
Deixo ao leitor a apreciação deste grande documento de raro valor.
Victor Jerónimo
MOTE
de
CIRANDA COM O MOTE «A MINHA TERRA» - UTILIZE ESTA ESTRUTURA FORMAL : A DÉCIMA - ESCOLHAM UMA QUADRA PARA SERVIR DE MOTE NA FORMA DE QUADRA, E
POETAS
Alfredo dos Santos Mendes, Daniel Cristal, Célia Lamounier de Araújo, Benedita Azevedo, Carmo Vasconcelos, Humberto Rodrigues Neto, Mercília Rodrigues, Eugénio de Sá, Paulo Gondim, Rogério Martins Simões.
***
Seguem-se décimas de Manoel Virgílio, Luiz Poeta, Efigênia Coutinho e um exercício poético de Lino Vitti
Querido Poeta
agradeço muito as palavras elogiosas que me dedica, atribuindo-me atributos que não mereço, mas aceito-os por vir de quem vêm. Sou um Poeta em construção, e costumo chamar Poeta a quem sente a minha Poesia, porque reside na empatia todo o segredo e mistério das almas que se revêem num signo, num sintagma, numa composição, numa alegoria.
Pois bem, meu Amigo, edite a Ciranda, acrescida com o seu trabalho, que felicito neste momento como sendo uma composição que na companhia nos prestigiará a todos os que partilharam a iniciativa, que pela sua beleza excedeu todas as minhas expectativas.
Creio que ainda haverá mais um ou outro Poeta que irá enriquecer este espaço, e aguardo a sua remessa para acrescentar às já editadas.
Um abraço para todos com forte amizade e indispensável amor anímico,
Armando Figueiredo
Com a devida autorização, começa hoje a ser editada em Portugal esta linda Ciranda. Quero agradecer ao Victor Jerónimo por ter publicado as minhas décimas na sua bela página no Brasil e aproveito para reproduzir suas palavras.
Gostaria de colocar aqui, de uma só vez, toda a Ciranda. Porém, não é possível dado o tamanho dos poemas. Visto isto, inicio a divulgação da Ciranda com um muito obrigado ao Mestre Daniel Cristal e aos poetas aqui divulgados.
Rogério Martins Simões
(Baia do Seixal
foto de Romasi)
A MINHA TERRA
CIRANDA
MINHA TERRA
Minha terra é o Seixal
Parece que tem virtude.
Acolhe a terceira idade
E apoia a juventude.
Quadra de: Germana M. Saúde
Glosado por: A. Mendes
Eu nasci juntinho ao Tejo,
Nas suas águas brinquei.
E quantas horas fiquei
Alimentando o desejo
De lhe dar um terno beijo!
Recitar-lhe um madrigal,
Mavioso, musical,
E lhe dizer com carinho:
Ó Tejo sou teu vizinho,
Minha terra é o Seixal!
Repara como é vistosa.
Olha bem a nossa gente.
O porte altivo, valente,
Dos seus costumes briosa,
Porém sempre carinhosa!
É toda solicitude
Ao tomar uma atitude.
Como sabe receber...
E como é bonito ver,
Parece que tem virtude!
Tem ares de realeza
Com cheiro a maresia.
Tem tanto encanto, magia,
Que creio que a natureza
Quis fazer dela, princesa.
Óh minha bela cidade,
Tu deves sentir vaidade
Da nossa Associação.
Que com amor e paixão,
Acolhe a terceira idade.
Gente ordeira dedicada,
Amiga do seu amigo.
Traz sempre o amor consigo
Para na hora indicada
Dar tudo, em troca de nada!
A adversidade ilude,
Com magnânima atitude.
Acarinha seus velhinhos
P’ra que não fiquem sozinhos...
E apoia a juventude!
Lagos, 3/09/01
Alfredo dos Santos Mendes