Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
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Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
(AMIGO ROGÉRIO, É CAPAZ DE ME ENVIAR UM SONETO SOBRE O AMOR NESTA TEMÁTICA CAMONIANA? QUEIRA CONSTITUIR UM PAINEL DE SONETOS INSPIRADOS POR CAMÕES. POSSO CONTAR CONSIGO?
DANIEL CRISTAL
“Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente, e viva eu cá na terra sempre triste.
Do céu veio esta bênção, cheia de azul carinhoso, e todo o horizonte esbelto se incendiou; toda a musa parou, nenhuma mais ficou, a não ser esta deusa dada ao seu gozo:
Ao gozo do prazer celeste, nada mais, ao êxtase do amor mais puro que a vida; penso até que a morte foi a pena erguida para purificar a alma destes nossos ais...
E assim nos levou nas asas de uma pomba, ou melhor: foi um arcanjo belo quem levou as nossas almas plenas e as manejou até às mãos de Deus, que, nunca, do amor zomba.
Nos teus olhos de azul, do azul mais brilhante juntou-se o meu cristal ao puro diamante.
Esta é a minha homenagem a um dos grandes poetas vivos da língua portuguesa: Seu nome Armando Figueiredo, português, que escreve utilizando variadíssimos pseudónimos.
Meu querido e amigo poeta,
Perdoe-me, o amigo pregou-nos um grande susto! Sei que nada quer que diga, digo apenas que estivemos consigo no nosso pensamento, nas nossas preocupações. Estamos felizes agora que regressou e que se refaz do susto.
Um abraço deste seu amigo,
Rogério Martins Simões
Amigos, que gostais de poesia, deixo-vos com belos poemas deste enorme poeta “futurecido”
FUTURECER Eugénio de São Vicente
Depois da tempestade, virá a bonança… Como gigante feroz que um dia amansa, Vivemos, não há dúvida, a esperança De que da tempestade surja a mudança!
Há milénios que dura o raio da morte, A iniquidade, o ódio e o desrespeito E nós mereceríamos melhor sorte Do que haver tanto ódio dentro do peito!
O tal Futurecer será a míngua Do nosso rodopio – a grande busca Desse Amor eterno que é sob a língua E ainda não brotou… e nada custa!
Há-de desabrochar – ângulo recto Daquele eterno arcanjo – um novo feto!
AINDA FUTURECER
O futurecer é assim como o amanhecer! Um amanhecer feliz e contradito…
É amar ao presenciar uma pessoa Qualquer uma com todas no coração
O futurecer é uma nova madrugada Desejada ansiada esperada radiosa
São raios de luz a despertar o sono profundo De todas as cegueiras De todas as alienações Dos alheamentos perniciosos, preguiçosos
É o amanhecer do novo mundo Esse que não vem… que tarda a chegar, Crisálida angustiada num ovário Morta por despertar.
Março, 2003
FUTURECER
Já cumpri, amigos, todos os invernos E todos os estios e todos os cios. Cumpri, assim, amigos, todos os infernos Vossos e meus, nas devidas gerações...
Gozei as praias, gozei montanhas Gozei, ao lado vosso, toda a vida... Assumi as dores do coração e das entranhas! Perdoai, companheiros, algumas perdas Acontecidas nesta lida!
Estou cansado, amigos, e quero do zero recomeçar Ou, para ser sincero, parar para sempre numa ermida! Estou desolado do amor, perdido na memória! Estou fraco e esmorecido da paixão! Nem sei se, de mim, ficará alguma história...
Nem isso importa, amigos, fique a negação! A negação de tanta futilidade A negação do Amor que nunca chega... Pois, eu irei desta para a eternidade Mas levo-vos, isso levo!, no coração - um coração bem pulsado sem idade! . 2003-06-12
É POSSÍVEL FUTURECER
Que feliz eu sou! Descobri finalmente que é possível Futurecer. Tão possível como possível é nascer, crescer e ser e agir amando… Possível, sim, é futurecer, não só de quando em quando Mas continuamente… É possível viver amando A futurecer segundo a segundo, Tal e qual como sermos iluminados pelo amanhecer da aurora Outrora… agora… em qualquer hora presente ou futura, Na escassez e na fartura!
Tão fácil foi descobrir o futurecer do teu ser, dado no meu ser, Com a magia da alegria num sorriso que afinal era o teu E também meu. Uma descoberta tão simples que aferiu O valor da chama do teu calor!
Foi autêntico amanhecer dum botão em flor aberto por amor. A abertura permanente no sorriso nosso: o que perdura! E nem é preciso, oh, que bom, nem preciso é: ser preciso Por ser uma animada e contínua postura!
Quem diria?!… uma flor aberta, aberta à flor numa única sutura dum prazer vário!
Que alegria amanhecer no futurecer diário Alimentado pela flor aberta no amor de cada dia!
Tão bela, tão odorífera, tão presente e futura Permanecendo a estrela que nos guia Ou a postura que perdura! . 2003-08-13
RONDEL FUTURECER
Hoje futureceu na aurora um mundo novo: Foi aviso do Futuro num presente obtuso! Hoje, é dia especial p’ra mim, porque o povo Anda confuso à espera dum aceno luso...
Do aceno liberto, diferente e difuso, Que é a gema incutida de novo no ovo... Hoje futureceu na aurora um mundo novo; Foi aviso do Futuro no presente obtuso!
É o regresso à origem na qual eu me movo: Extirpação do mal e causa do abuso Que confunde a pomba com o negro corvo E impede a criação doutro ansiado fuso. Hoje, futureceu na aurora um mundo novo!
Versado na Arte Maior (hendecassílabos)
FUTURECE
Futurece quando a mão com cinco folhas de seda afaga a criança carente ou o menino doente
Futurece quando há cura prá depressão adolescente ou sempre que se enternece o jovem que amadurece
Futurece quando o adulto perdoa a traição ultrajante seja de qualquer irmão seja duma vil amante
Futurece quando o idoso se sente dorido e pário e pela fé é curado no Amor sem fim e vário...
Agosto de 2003
EIA, CONCIDADÃOS!
O astro-rei nasce mais alegre e fecundo! É um segundo contínuo... afaga o vale acarinha o monte; todo o holomundo futurece à visão humana e universal... Vivemos no futuro.
Vivemos no futuro à visão da utopia... Não há fome na criança nem a ânsia da ignorância; não há guerra nem ódio; há risos de alegria... Futurece o milagre da santa abundância! Vivemos no futuro.
Vivemos no futuro, criado o novo mundo... Sete estesias grávidas desabrochadas no poder da utopia - é a ética onde abundo! Onde afinal auguro certezas nadas! Vivemos no futuro!
Agosto de 2003
FUTURECENDO
Hoje acordei com um sorriso que se tornou o bom sintoma da utopia que interiorizo neste futuro que a todos soma
Futureceu por consequência antes da aurora amanhecer: é a mais feliz coincidência do meu presente acontecer
Pois futureço durante o luar antes do Sol aparecer para alegrar e fecundar este planeta a suceder
Vivo desta arte no meu futuro o que é presença na existência e sem jurar até murmuro que é a construção da consequência.
26.08.2003
A BELEZA DUMA RUGA
.Que rosto lindo eu vi hoje, rugoso, Tão fascinante qual o duma criança! Continha o mesmo brilho radioso, Continha a alegria pura duma dança...
É um brilho de amor por ser-se homem E pela fé confiada na existência; É como se o amanhã unisse o dia d' ontem É como se o amanhã fosse a nossa essência!
Nos rostos deslumbrantes por que passas: Um duma criança linda renascida Ou a cara dum velho bem franzida Reluz futurecida a acção de graças.
Pois, uma ruga é prémio incontestável, É o colo mais feliz da transcendência! E é assim que se é criança admirável, E é assim que finda a vida em sapiência.
Net, 09.11.2003
Utopizar o Dia
Quando amanhece, já eu futurei o futurecer! Auguro o futuro! Ponho-me a futurar o futuro outro imprevisto... É um caso nunca visto, prever o dia que não seja entardido na espera oposta ao habitual dia tardo porque tardio: Antes do amanhar, começo sempre a milagrar - a foz do mar a desaguar no rio diluviando a mais bela utopia; É uma esperança esperançada no entardecer que nunca deu lugar à noite; uma voz cheia que se ri do próprio riso! Prevejo-me sempre na espera duma noite que nunca anoiteceu ou duma ceifa repartida. E assim me ponho a futurar o novo futurecer na luz alucinada do pavio dum fio fiado de breu. Todavia nem o fio fiou nem o mar desaguou. Quando entardece e tarda a luz do luar ainda há uma esperança cheia de temperança de que o rio seja mar mas vai anoitecer certamente, vai anoitar uma noite muito igual ao fio que não foi fiado com o mar estagnado... Ah, quem me dera milagrar o futuro! Esse futuro futurecido que futura antes do amanhar; Esse fio que deseja fiar como uma cabeça a pentear seu mesmo pente ou esse mar que quer brincar como uma criança inocente. E tenho pena, mas não perdi a esperança, mau-grado a criança não ter brincado porque o mar estagnou e o fio de cada rio também nunca futurou!
03.01.2004
FUTUREÇAMOS!
Aguardai a entrada do Futuro! Antes do amanhecer ele acena Com uma nítida auréola de apuro Quaisquer iluminados desta cena.
Aguardai o seu aceno... não demora! Basta serdes sensíveis à Pureza Ou à simples natureza da Beleza Ou à Mulher que amais e vos adora!
Aguardai na ansiedade... na sua crença! Como uma prece à Mater-Natureza Ou oração humilde ao Deus primeiro!
Porque o Futuro vem co'a Benquerença Como uma bela crença na Beleza Do Verbo Amar que foi nosso pioneiro!
30.12.2003
A INFÂNCIA FUTURECIDA
Canto-vos um milagre espontâneo! E evoco a minha infância nesta hora: É a hora de sonhar... ser consentâneo Com a premonição que nos melhora.
A entrega ao respeito pela criança - É estoutro o milagre do Futuro No Presente, o milagre da infância: Esse Futurecer que sempre auguro!
Nem um só tiro da espingarda! Mudada esta acção por lauta festa Com o mundo a dançar alegre em barda...
Mãos dadas, plenos risos, esta gesta; Uma gesta marcando toda a História, Rosas e cravos tecidos na memória.
Minha Terra, o meu Rio, Tem beleza e esplendor, De manhã sempre espio, Na colina, o Redentor. Altaneiro o Corcovado É o altar de Jesus Cristo. Eu me sinto abraçado Toda vez que o avisto, No meu Rio de Janeiro, Muito lindo, o ano inteiro.
Pão de Açúcar, lá de cima, Uma vista que alucina. ´A bela Copacabana, De areia prateada, Numa orla bem humana, Por poetas, exaltada. Vemos toda a Lagoa, Num contorno rendilhado. O meu canto ali ressoa Por meus versos, assim, rimados.
Perdoa Gonçalves Dias! Também canta o sabiá, Para nossa alegria, Nas Palmeiras que de cá. São belezas do Brasil Quer do Rio ou Ceará Sob um céu que é cor de anil. Como em nenhum lugar, há. Exalto meu Rio co’ ética Em décimas e com métrica!
Manoel Virgílio
Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros - Rio de Janeiro - Brasil Às 22 h e 25 min do dia 8 de janeiro de 2008,especialmente para o meu eterno irmão Armando Figueiredo ( Daniel Cristal )
Ouço um fado... silencio... No triste som das guitarras Meu sonho solta as amarras Que me prendem ao vazio E liberta meu navio... De sonhos... rumo a Lisboa De Camões e de Pessoa De Saramago e Florbela... E, por fim, na caravela É minha alma... que voa.
TERRA DA MEIGUICE Efigênia Coutinho
Sou da terra da meiguice com cânticos de amor leal é essa a terra real aquela que sempre disse sem qualquer esquisitice ser o meu País natal. Do oceano peço o sal pra ir contigo ao mundo do encanto onde abundo Brasil também Portugal.
A todos São Paulo abriu futuro alegre e otimista e disso eu me vanglorio, da glória de ser paulista!
Glosa
Aqui nasci e me criei à sombra de arranha-céus, em meio aos suados véus da garoa que eu amei, das mulheres que afaguei! A Paulicéia atraiu quem de sua terra saiu, e uma vida de sossego, a chance de paz e emprego a todos São Paulo abriu!
Acolhendo os forasteiros, a terra dos bandeirantes deu apoio aos imigrantes, que alegres e sobranceiros uniram-se aos brasileiros! A essa grei sã e idealista, plena de visão realista, São Paulo sempre apoiou e em tempo algum lhes negou futuro alegre e otimista!
Terra mais verde e amarela neste meu país não há desde o sul até o Pará! Belos parques, lindas praças, perfeita fusão de raças que um tesouro construiu de honra, de amor e brio! É o sangue de João Ramalho pulsando na forja ou malho, e disso eu me vanglorio!
De Fernão Dias as bandeiras já pensavam coisas grandes e até no sopé dos Andes, com as cores brasileiras, fincaram nossas fronteiras! De seu pendão cada lista, é um triunfo, uma conquista deste rincão soberano; por isso me sinto ufano da glória de ser paulista!
Em Lisboa eu nasci E digo de brincadeira Desta cidade altaneira "Prá terra" nunca parti...
Nota: para quem não saiba, "Ir prá terra"= ir de férias ou partir de vez para a Terra Natal
Quadra de Carmo Vasconcelos Glosada pela própria autora
Sou alfacinha da gema Lusitana com vaidade Pois nasci numa cidade Que se veste de poema Cheira a goivo e alfazema Tem as cores do colibri No mundo que percorri Não encontrei outra igual Seu porte é nobre e real Em Lisboa eu nasci
Foi nela que vi o rosto Da santa que me deu vida E onde os seus olhos à ida Também fechei com desgosto No seu sal e no seu mosto Criei a força guerreira Desta gleba justiceira Nela sorri e chorei E o primeiro amor beijei E digo de brincadeira
Que sou filha dos sem-terra Pois nas férias de que gosto À terra doutros me encosto Seja no mar ou na serra Mas cedo a saudade berra Para voltar à soleira Postar os olhos à beira Das gaivotas em voejo No verde ondular do Tejo Desta cidade altaneira
Amo o seu cheiro sem par Sua luz que me ilumina É musa que me fascina Pois tem vozes de avatar Poesia a me chamar Desde que me conheci E ao seu fado me cingi Lisboa do meu amor Jamais lhe dei essa dor "P´rá terra" nunca parti
Carmo Vasconcelos Lisboa, 8 de janeiro/2008
Poemas de amor e dor
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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado