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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Pára

  

 

 

 

 

 

 

PÁRA
Rogério Martins Simões
 
Segredaste-me tantas palavras,
Esta noite meu amor,
Quando no quarto imperava o silêncio!
E disseste tantas coisas,
Em silêncio,
Que nada ficou por dizer!
 
Tu sabes que eu gosto do silêncio!
De respeitar o silêncio,
Mesmo que ele incomode.
 
Incomodam-me
Mais os estados de “não alma”,
Que perturbam o silêncio,
Com palavras ditas de forma não calma.
 
Eu sei que não conheces
As “não palavras:
Que me ferem os tímpanos,
Que não acalmam!
Que me pulverizam o silêncio
Aniquilando o alento!
Que me cortam a respiração
E me deixam frustrado,
Cabisbaixo,
Adiando ou extinguindo
Para sempre a inspiração!
 
Que génio teriam os poetas
Se lhes parassem a respiração,
O pulsar e a pena?!
 
De que forma?
Com que sentido,
Teriam estas palavras,
Se as minhas palavras
Fossem desprovidas de qualquer sentido.
 
Sentidas foram as tuas palavras
Quando me disseste,
Sem falar,
Estas palavras:
Pára de escrever!
Porque as palavras te fazem sofrer!
Pára, vem descansar!
Para o corpo retemperar!
 
Mas meu amor
O meu descanso
Está nas palavras que não comando!
E se sofrer eu sofro
Escrevendo
Pior sorte seria
Não escrever chorando.
 
17/05/2004
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O BARCO PARTIA À VELA

 

 

 

 (óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 
 
 
O barco partia à vela
Rogério Martins Simões
 
Éramos dois loucos
apaixonados!
E descobríamos na noite
O que perdemos
desencontrados.
 
O dia não passava.
Ficávamos dispersos…
A noite desesperava
Entre danças e copos
E ficávamos submersos
No fogo dos nossos corpos
 
E soprávamos as areias do deserto
Para esconder a cidade
Que espreitava à janela.
 
Não havia tempo para as estrelas.
E o ardor soprava tanto:
Que o dia cinzento era branco
E o barco partia à vela…
 
01-11-2006 22:56
 
 
Poemas de amor e dor conteúdo da página

25 de Abril de 2008 em 26 de Abril de 2008

 

 

ANTES

 

Na prosa um poema

Na solidão dele uma prisão

Na prisão o grito esvai-se pelas grades...

Cá fora corações perros...

Encerram a morte dos poemas

romasi

5/02/1969

 

 

Quisera eu ser poeta, um poeta sem nome ou raça.

Apenas um poeta

Gostaria de cantar coisas doces, mas só me saem palavras beliscadas

Com formas aguerridas e duras de roer.

Queria ser livre! Para ler e estudar, mas não consigo

E na minha tristeza

Este meu findar

Este meu esquecimento

romasi

1972

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1974

 

 

 

RENOVAÇÃO

ROMASI

 

Se há algo que não concordo

É da injustiça e do medo

Das torturas que me recordo

Dos homens que partiram cedo

 

Atraídos à cilada

Despedaçados com matracas

Por discordarem da vida

Que levavam nas barracas

 

Só pediam pão, só isso!

E um pouco de educação

Só queriam paz e justiça

E o fim da opressão!

 

Fugiram, os que puderam,

Para França ou para qualquer lugar

E foi lá que souberam

Que podiam regressar.

 

Aqueles que escaparam à morte

Que para África foram lutar

Desfilaram cantando a sorte

Por poderem regressar

 

E no 1º Maio fizeram a festa

Que há muito estava proibida

Não há festa como esta

De chegar à liberdade com vida:

 

“Maio dos bravos,

Maio primaveril

Nascem viçosos os cravos

Do vinte e cinco de Abril.

 

1974

 

Um dia depois

26 de Abril de 2008

 

Este é o meu protesto!

A liberdade está a ficar cercada e os nossos votos de nada servem. Os nossos sonhos viajantes estão a ficar cansados. Onde estão os valores de Abril?

Que futuro podem ter os jovens com trabalho precário?

Serão de facto velhos os desempregados com 40 anos de idade?

Qual a razão que assiste, a quem nos governa, para não respeitarem os compromissos assumidos com os seus eleitores?

Por que fecham os hospitais sem alternativa?

 

Por que razão mudaram as regras da aposentação?

Dizem – Mudamos a regra porque a esperança de vida é agora maior! Será assim? Vejamos!

 

Se nos aumentaram o tempo para alcançar a reforma, é por que nos querem, nos nossos postos de trabalho, até mais tarde.

Nada mais falso! O que querem é reduzir os montantes das aposentações!

É por isso que nos incentivam a ir para a reforma mais cedo. Qual a razão para nos anunciarem a pré-reforma? Não! Estes senhores apenas querem retirar direitos adquiridos e antecipar reformas com penalização.

 

Qual a penalização nos vencimentos dos políticos?

Será que o político tem uma profissão de desgaste rápido?

Onde estão e por onde param esses profissionais quando saem da política?

Será que ainda posso protestar?

 

Ontem fui um dia igual aos outros. Ah! Não é verdade! Ontem ergui o meu copo, do mais sublime néctar, aos militares que me restituíram a liberdade.

 

SEMPRE
ROMASI, desculpem! Dizem que ainda há liberdade,

Sempre,

Rogério Martins Simões

 

 

CHAMARAM-ME COMUNISTA
romasi
Rogério Martins Simões
 
A pouca luz dos candeeiros
escondiam a raiva cerrada
nos dentes dos prisioneiros.
 
Ai se eu pudesse falar
Beijar os seios nus
da liberdade
Ai se pudesse romper
 os cadeados da injustiça
e tingir de sangue
Os lençóis de linho dos cobardes.
 
Por aqui vou andando
meu pai.
Escrevo esta carta
que não irá receber
Carta imaginária 
sem papel ou tinta.
Acabei por confessar
o que nunca pensei!
Acabei por assinar
o que não sei!
 
Chamaram-me comunista!
Que é isso meu pai?
 
1973
 
 
Poemas de amor e dor conteúdo da página

POESIA

 

(Óleo sobre tela - Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

(2008)

 

POESIA OU TALVEZ NÃO EM DIA MUNDIAL DA POESIA!

 

VIVA A POESIA!

 

 

 

 

POESIA
Rogério Martins Simões

 

 

Os poetas são operários da caneta

E trazem pensamentos errantes

que debutam no papel.

 

Serei poeta?

Que papel nos estará reservado?

 

E eu que nada sou,

serei o que o destino quiser,

porém, sou poeta!

Um poeta sonhador

a quem, tantas vezes,

lhe roubaram os sonhos.

 

Hoje estou nesta!

Mas, não irei desistir

de a escrever

ou de a chorar!

 

Hoje, apetece-me reflectir!

Não irei escrever poesia!

Aditarei palavras,

com palavras que

tenho espalhado por aí…

 

Que farei com os meus versos?

Sentir-se-á o lixo desconfortável,

com o seu peso?

E se os mandasse, mesmo, para o lixo?

- Não suavizariam o mau odor

que anda de altos…saltos?…

 

E na minha Pátria

quem liga à poesia?

 

Pouco me importa

que não tenha expressão!

Que pouco se fale de poesia.

 

- E se, em vez de medalhas,

medalhassem

com poemas Lusíadas

ou com versos de Caeiro?

 

Quantos conhecem a lírica de Camões?

- As chamadas elites culturais?

No meu caso,

nada de elites - sou povo!

Como é enorme o povo em – Pessoa!

 

Meu pai, meu mestre,

enchia-nos o prato

com saborosos poemas:

os seus e dos grandes poetas.

Mas isto é pelintrice

e pouco importa.

Importa é estar na berra.

Importa é mandar umas tretas

para que o povo se entretenha e não pense.

 

Ai quando o povo acordar!

Por mim não quero que pensem!

 

Tudo mudou!

Sem poesia

o mundo é menos sonhador,

é mais desumano!

Quando se escreve poesia

não se está só,

não estamos sós!

 

A poesia enche-nos a casa

de lágrimas

ou de sorrisos!

A Poesia reverte os sonhos desfeitos

em estrelas cadentes

para voltarmos, de novo, a sonhar.

Estaremos sós

quando as paredes

emparedarem

os pensamentos

e nem uma só lágrima se verta.

 

O que é a poesia?

O que é ser poeta?

 

A poesia é a magia

que espreita a ponta dos dedos

esborratados de tinta…

Ser poeta é quase morrer

e renascer

num canto ou num verso.

 

Paro! Tenho de parar!

Porque amanhã voltarei à rotina,

e sem rotina

não podemos viver.

 

Todos andamos num carreiro.

Para cá, para lá

sem saber ao que vamos.

Andamos,

corremos,

pensamos.

Como fazer para sobreviver

se não vemos!

Como podemos ver,

se nada há para ver.

E se vemos?

Poderemos parar para reflectir?

 

Deixam-te reflectir?

 

Que reflexão,

fazemos das nossas vidas?

 

Quantas televisões temos em casa?

 

Quantos tabuleiros se enchem de pratos

no desconforto da mesa vazia,

que esfria,

na espera?

 

Crescerá o bolor no pão que não sobra?

 

Que desconforto quando não há poesia!

ROMASI

SANTA PÁSCOA 

 

 

 

 

 

 

 

Voltei a escrever e já não queria

Rogério Martins Simões

 

Voltei a escrever e já não queria

Pensava ter esquecido este meu versejar

Ser poeta é criar e sofrer todo o dia

Passar ao papel o que a alma encontrar.

 

Este estado de alma que já não ousaria

Que nos faz sofrer, para me encontrar,

Deixa o meu corpo quando escrevo poesia,

Nos poemas que ela cria, para me libertar.

 

A ti que mais amo e sem querer

Se fico triste e te faço sofrer

Rosa eu te quero, rosas eu te dou.

 

E se tu me vires distraído ou disperso

Uma única coisa eu imploro e peço,

Espera! A minha alma não regressou.

 

Lisboa, 16 de Abril de 2004

 



MENTIA SE TE DISSESSE QUE MINTO

Rogério Martins Simões

 

Mentias se me dissesses… que pinto…

Não me esforço, peço ajuda, e tu vais

Ajeitas-me o nó da gravata… e o cinto.

Teus passos para mim são sempre mais…

 

Mentia era se eu dissesse que minto,

Que do meu corpo já não saem vendavais

Que os pés já me pesam e não os sinto

E que os meus passos para ti são demais.

 

E se te peso ao de leve e não quero

Tu bem sabes a razão do desespero

Não seja tamanha a razão do repeso

 

Pois se quis voar na ode de um poema

Irás encontrar em meus versos alfazema

Antes fosse manha a razão do meu peso.

 

10-08-2005 23:31


Poemas de amor e dor conteúdo da página

Quando o teu corpo adoçava o tempo

 

(Além de  nós havia um tempo...)


 

 

Quando o teu corpo adoçava o tempo

Rogério Martins Simões

 

Quanto no teu olhar

reluzia a sedução,

cristais acenavam

 em teu corpo

descoberto

E o meu corpo

Em teu corpo

Adoçava.

 

Era um só corpo

que abraçava

a todo o tempo

quando o tempo

contigo dançava…

 num sémen,

onde o desejo

não era abstracto

e recomeçava.

 

Além de nós,

havia um tempo

que anunciava

um vento criador

e uma ligeira brisa

separava

nossos corpos do fogo…

 

Depois eras a diva

num período de advento

e trazias no teu corpo

 estrelícias

de chuva e vento

 

E a terra revestia-nos

 de volúpia

para que

recomeçássemos:

Suspiros

da procriação

misturavam-se

em cores férteis,

nos corpos nus

- cio da natureza,

entreaberto…

 

Depressa a natureza

 descobriu

desvarios

sem tempo

de um tempo

de germinação

e não mais o vento

te esfriou o calor

que te avermelhou

o rosto...

em contratempo.

 

Que rápido

passou o tempo

através de nós:

momento

a momento

quando no teu corpo

adoçava o vento…

Lisboa, 05-11-2007 22:44

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Arrepiam-me as lembranças!

 

(Foto minha com 22 meses, 1950)

 

 

 

 

ARREPIAM-ME AS LEMBRANÇAS

Rogério Martins Simões

 

Arrepiam-me as lembranças

Das manhãs descalças…

De um corpo fino

De um bibe com alças:

Memórias de um tempo menino.

 

Sou alérgico às memórias ingratas!

Clarabóias deixam passar a luz,

Que derrete o gelo indeciso

Por onde passou um tempo preciso,

Das coisas belas e gratas.

 

Sou um vestígio dos umbrais

Que sustêm o peso dos meus sonhos.

Tento viajar com os olhos cerrados

Por um campo milho verde

Com bandeiras a tocarem o céu…

 

Vou jejuar!

Não comerei os figos

Bicados pelos gaios…

Procuro na horta os abrigos

Onde a distância dos Maios,

Dissipam as canas dos trigos…

 

Toquei na colmeia por querer!

Sou um sopro de saudade

Favo de mel com a minha idade

Picado de abelhas ao alvorecer…

 

Cheguei ao fim dos silêncios

Onde as memórias são silenciosas.

E os silêncios para contemplar…

 

Quem vos disso

Que tinha de atalhar os caminhos

Na horta adulta…

Se me resta um pedaço de água pura

E um púcaro vazio para a apanhar….

 

Lisboa, Tejo, 18 de Outubro de 2007



 

 

 

 

UM NOVO ANO DE 2008 MUITO FELIZ PARA TODOS OS POVOS DO MUNDO

Deseja, Rogério Martins Simões.

 

Visitem o site que criaram para a minha poesia e vejam a arte do amigo Luís Gonçalves.

Deixem um comentário ao autor do site que teve e terá imenso trabalho. Obrigado a todos!

 

http://www.romasi.netpampilhosense.org

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

O tempo voa

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

O TEMPO VOA

Rogério Martins Simões

 

O tempo voa.

Que voe,

e nos deixe amanhecer mais tarde…

com os nossos corpos colados

no tempo.

Na leveza deste tocar breve,

que roça os nossos sentidos

e tem tanta beleza.

 

O tempo voa.

Que voe,

mas não apague

este ardor que arde

Prazer incontido que nos torna carne,

Com os nossos corpos molhados

Entre lençóis de linho.

 

O tempo voa.

Regressam as nossas recordações

de mansinho…

 

15-08-2006 22:15:18

(Poema inédito neste blog)

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Segredos, meu amor

 

 

( Elisabete Sombreireiro Palma a pintar)

 

 

Segredos, meu amor

(Rogério Martins Simões)

 

Segredos, meu amor

Hoje te quero revelar!

Se pudesse te daria o mundo:

A eternidade, meu amor profundo

Os poemas de amor - sem dor

Num canto belo se soubesse cantar!

 

Cantar, cantavas tu…e tão bem!

Pintar é a tua actual inspiração!

Reservo para ti também:

A poesia! Meu amor-perfeito;

Tempo de pausa e meditação!

A fantasia de alguém

Imperfeito!

Carente, terreno e pensante!

 

E se em momentos de inspiração

Parto por aí algo errante

Numa completa e intemporal dação

(Mas quente e vertical entrega)

Seja breve e que encante!

Minha alma nesse instante sossega.

26-05-2004 23:29

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Pior que a dúvida

 

(Óleo sobre cartão Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

PIOR QUE A DÚVIDA

Rogério Martins Simões

 

Pior que a dúvida

É o silêncio

quando o silêncio pesa

Pesam as palavras

Não há certezas

A única certeza é a morte

E na dúvida

Ressoam os pensamentos.

As inquietações

O azar ou a sorte

É como se não existissem

soluções

 

Jogamos todos os dias a roleta…

E, estranhamente,

Quando estamos na valeta

O tempo passa lentamente

- Tão devagar que o tempo medra…

É como que se conservasse uma pedra

no sapato

 

Lancei fora tantas vezes a pedra…

E no ricochete

Vaporizei pó

e de novo se fez pedra

  

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Dizer para quê?

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

DIZER PARA QUÊ?

Rogério Martins Simões

 

Dizer para quê?

Falar para quê?

Sentir para quê?

Viver para quê?

Faço perguntas:

Sem falar!

Sem sentir!

Sem viver!

 

Solto o meu ouvido

E o meu olhar de lince

À procura de resposta:

Sem falar!

Sem sentir!

Ou viver!

E por mais que pergunte

Sem dizer

Não consigo ver…

Falar!

Sentir!

Ou viver!

 

1979

 

 

 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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