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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

É Natal!? Por que é Natal?


 

 

 

 

É Natal? Por que é Natal?
 
Um autocarro coloca-me à entrada de um túnel – que escuridão…
Doravante direi que os egoístas, os corruptos e os cobardes, até o sorriso nos querem roubar.
Duplicam os vencidos que, despidos, penhoram as vestes numa casa de “prego”. Parecem uns suplicantes à míngua por uma sopa.
- Que sopa irá comer, Vossa Excelência, na consoada?
A fome mata-se nos restos de um caixote de lixo!?
A gula será incómoda pois engorda!?
- Que importa? Amanhã faço dieta…
Imunes às crises, da bolsa, estão todos aqueles que sempre tiveram a bolsa vazia.
Ainda assim pagamos, com os trapos, a recuperação da crise dos mais ricos!
 
 
- Acendam os holofotes e iluminem esses desgraçados!
- É Natal! Está a ouvir? É Natal!
 -O senhor ministro do reino - sua majestade - manda entregar-lhe um bolo-rei e uns quantos cartões novos para aquecer os mais pobres.
 
-É Natal? Que porvir sendo Natal?
 
É Natal?! Por que é Natal?
 
21-12-2008 01:01:41

 

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Palavras soltas...

 

 

 

 
PALAVRAS SOLTAS
Rogério Martins Simões
 
Volta e meia, dou a volta
E volto ao local onde já parti,
Onde cheguei,
E prometi não voltar…
Todas as viagens são curtas…
Desvio-me dos caminhos longos
Por onde não deveria ter andado
E tento esquecer o percurso
Que não programei…
 
- Acuso o meu corpo
De espreitar o sol,
E deixar passar as nuvens!
- Acuso o meu corpo
De segurar a vida
Sorvido
De palavras soltas…
 
Molho as palavras em água fria
A minha vida
Vista daqui
É uma extensa mão intrometida
Onde todos os caminhos foram percorridos
Todos os espaços ocupados
Com palavras soltas
 
Levei muito tempo a apanhar o trilho
- Não me tapes a boca coração…
O sol queima…
 
Lisboa, 28 de Setembro de 2008
 
 

 

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O FILHO DA CALÇADA...

 

 

 

O FILHO DA CALÇADA
(Rogério Martins Simões)
 
Eu vi
O filho da calçada
Sorrindo de anjo
Com os cabelos sujos
Da cor do barro.
E o barro
Era a cor do anjo do céu…
O sujo é o amor
Da gente que passa
Coberta de véu...
 
E havia estradas
No rosto
Das lágrimas
Deitadas.
E havia candura
No lado oposto
Do cabelo
Cortado à pedrada…
E as pedras
Eram tábuas
E os cabelos
A almofada.
O cão a companhia
Ao filho da calçada.
 
Eu vi
O filho da calçada
Sorrindo de anjo
Com os cabelos sujos
Da cor do barro.
29/1/1975
 

 

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Percursos...

(Cópia 

Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

PERCURSOS

Rogério Martins Simões

 

Andamos aos poucos

a escrever o livro das nossas vidas.

A libertação tem o seu preço,

pagamos caro a mudança,

sacudindo as roupa envelhecidas…

 

Que é feito dos vestidos de chita?

Onde estão os dedos finos delicados

que enrolavam os cabelos do menino?

E os caracóis? E as gotas

com que rebuçava o olhar de mel?

 

Tartarugas luzidias rastejam

recordando que já foram cágados…

Abro o saco e liberta-se

um louva-a-deus…

 

Manejo uma espada de madeira,

herói da banda desenhada.

Ergo a espada de nada

e faltam-me as sílabas

que se escaparam

das folhas arrancadas.

 

Ainda assim quero escrever,

quero borboletear faíscas

para não ficar cego…

 

As recordações são agora

monstros cospe-lume,

dragões afinados…

Cordas partidas de um violino.

 

Liberto as claves de sol

para de novo te ver sorrir!

 

Um canto adormecido

embala docemente

um berço de silêncio.

Recupero o leite materno

num figo verde,

lábios rasgados.

 

Chupo um rebuçado

com sabor a mentol.

 

A tinta permanente secou!

O mata-borrão

levou as pontas do meu nome

(bem desenhadas

para caber entre duas linhas.)

Entrelinho as palavras desalinhadas.

Não dou a mão à palmatória.

Quando tudo passar serei glória.

 

Por agora vou afinando

as cordas estropiadas,

velha amarra dum batel.

A espada é agora pó

e já foi serradura…

 

Os cabelos, caracóis finos,

afinaram os violinos

numa nuca envelhecida

e cantaram vitória…

 

Ainda assim a fogueira

não destruiu tudo

e o combate ao dragão

queima-tudo,

ainda agora começou.

 

O fumo das folhas

é agora nosso.

E os versos também…

 

26-02-2007 0:23:20

 

(Ao correr da pena, dedicado à poetisa

Maria Célia Silva)


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Estamos a tempo? Parkinson

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

ESTAMOS A TEMPO?

Rogério Martins Simões

 

Estamos no tempo,

Em que o tempo passa,

Sem dar tempo

Ao tempo do amor.

 

Estamos a tempo,

Se tempo houver,

De parar no tempo

E escutar a dor.

 

E se todos virassem tempo

E escutassem o grito,

Dos que nada dizem

Em silêncio

Na revolta,

Para viverem o tempo.

 

Será que iremos a tempo,

De sermos solidários?!

 

5/4/2004

 

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Acorda Bocage!

 

 

 

ACORDA BOCAGE…

Rogério Martins Simões

 

Fizeram-lhe um busto; uma pedra de adorno.

Esconderam-no com tabiques de esferovite.

Enrolaram as incongruências na dor de corno.

Retalharam a poesia de Pessoa no limite…

 

Retiram do ensino os livros e as letras…

Fecharam as escolas, pregaram taipais!

Apregoaram aos ventos vendidas tretas…

Os poetas são loucos! Encerrem os hospitais!

 

Revoltem-se letras dos versos inacabados

Neste desassossego em busca de trabalho

Camões agarrou os versos todos molhados

Acorda Bocage! - Mando-os pró …

 

Aquele abraço José Baião

08-03-2007 2:06:18

(Correspondência entre poetas)

 

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FÁTIMA

 

 

 

FÁTIMA

Rogério Martins Simões

 

Acendemos as velas da penitência

Que ardem no meio das chamas

Acalmando a nossa consciência

Tanto sofrimento; tantos dramas

 

O sofrimento esbate a clarividência

Por um milagre esperas e clamas

Perdida a esperança na ciência

Resta a fé e Deus que tanto amas…

 

E se milagres da fé, na fé se derem

Coxos a correrem e os cegos a verem

Logo ali  prometemos voltar…

 

Pisaremos descalços com um sorriso

Estradas, caminhos… o que for preciso

E regressamos a Fátima para rezar.

13-02-2004 18:35:46

 

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Rosas

 

 

 

 

ROSAS
Rogério Martins Simões
 
Tinha por hábito dar flores.
Flores em forma de beijos:
Sementes dos desamores,
Contrárias aos meus desejos.
 
Via o dia com muitas cores,
À noite escrevia os meus versos,
Segredos das minhas dores,
Amores que me foram adversos.
 
Hoje, se recordo tudo isto,
Isto que revivo e insisto,
Nisto insisto e me revejo.
 
Voltaria para dar rosas.
Às flores mais preciosas:
Meus filhos e neto que beijo.
06-05-2004
 
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Sim, está tudo certo...

(Lisboa 2007)

(Até o cão já lhe tiraram...  )

 

 

“Sim, está tudo certo.

Está tudo perfeitamente certo

O pior é que está tudo errado”

……

(Extracto de um poema de Fernando Pessoa, de 5/3/1935)

 

Sim, está tudo certo

Rogério Martins Simões

 

São proibidas as margens curtas…

As regras definidas

Os computadores...

proibiram os versos!

Afinam as regras de mercado!

 

O teclado transformou o papel

Num papel ilustrado.

Esta vida é um burel,

Que me deixa prostrado.

Ainda, assim, continuo vivo

Nas palavras

Combinadas de azul:

De um azul sem rimar

Tingido de púrpura

Atingido de fel…

 

O plástico do teclado

Tem as letras apagadas,

Os números debotados

Os cifrões transfigurados.

E as letras... são, agora, percentagens.

Os pontos sociedades anónimas,

De rostos limitados.

 

Limitam o meu tempo.

 

Enfrento o computador…

O monitor não faz parte da poesia!

A poesia prefere as flores,

Entranhas,

Por onde perpassa a luz.

Hoje não há poesia!

 

Poderia tentar

um poema de amor.

Amor não!

A dor é maior que as dores.

Só o canto me apaixona!

Só o canto me desencanta!

Amores e desamores

O meu não partiu!

 

Paro de bater no teclado!

Não sai nada…

Nada se viu!

Ando às cegas!

Que importa ver?

A fórmula diz tudo…

As regras são impostas

Que importa saber

Se o jogo já começou…

 

Peito aberto!

 

E na ferida do meu peito

Deixo encoberto,

Na amargura e na dor,

Palavras que se soltam

De um computador…

 

“Sim está tudo certo

Está tudo perfeitamente certo

O pior é que está tudo errado”

 

Lisboa, 24 de Janeiro de 2007

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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