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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Faluas do Coração

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FALUAS DO MEU CORAÇÃO

Rogério Martins Simões

 

Pior que as pedradas…

São as palavras calcadas…

Mais duras que as pedras:

Lisas ou encalhadas,

Nas silvas ou nas frestas;

Soltas ou entalhadas,

Nas sílabas ou nas festas…

 

Deram-me um saco de ruas,

Que ao abrir soltou as suas…

Deram-me o saco com pedras!

Para que não cegassem as luas,

Estendi sobre a fronte a mão,

Procurando entre as faluas,

A que me levasse o coração.

 

E era tão linda a caravela,

Que logo parti com mais ela,

Sem encalhar nas pedras…

E nesta nossa eterna viagem,

Deixámos reacender as luas:

Dispensámos a marinhagem…

Unindo minhas mãos às tuas.

 

Lisboa, 28-05-2009 23:36:05

 

Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,

(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

DEIXA A TERNURA

1980 serra estrela

DEIXA A TERNURA

Rogério Martins Simões

 

Quando desesperado assim me deito,

Quantas vezes calado em sobressalto,

Como uma onda varrendo lá do alto,

Assim é a imensa dor que rasga o peito.

 

Cruel este sofrer sem qualquer proveito,

Arfando até não mais, e neste assalto,

Para onde o meu presente levou a salto:

Esta imensa dor que me dói e que rejeito.

 

Luta desigual, foi esse o meu receio,

Que bem cedo legou este meu tormento.

Tarde me tarda meu último momento…

 

Eterna prisão foi esta a que me enleio,

Sobra-me este grito; É minha a loucura:

Quase tudo levou: deixa a ternura!

Meco, 01/03/2019 18:04:43

Simões, Rogério, in “POEMAS DE AMOR E DOR”,

(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2019)

1ª edição: Agosto, 2019

ISBN: 978-989-52-6450-6

Depósito Legal n.º 459328/19

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

CANTO O IMPREVISTO

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CANTO O IMPREVISTO

(Rogério Martins Simões)

 

Canto o imprevisto

O que se espera e não espera

Canto o que conto, e não conto:

Tenho andado em viagem

Sem tempo.

Acordo cansado,

Deito-me cedo

Cedo ao meu corpo fatigado

E neste tormento

Sem razão aparente,

Neste aparente cansaço:

Não sei por onde ando.

Ando por aí

Em busca de qualquer coisa

Que nem sei onde está.

 

Olho a televisão

Nada vejo que me encontre.

Olho as molduras

Leio os rostos que conheço,

Amo os que não esqueço.

Daria tudo

Por uma forte gargalhada,

Sonora, repetitiva:

Rindo, rindo, sem parar.

E neste meu silêncio, em que me silencio

Quero rir para não chorar.

04-03-2005

(Para um suposto 3º livro)

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Deixa a Ternura

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DEIXA A TERNURA

Rogério Martins Simões

 

Quando no desespero em que me deito,

Como uma onda varrendo no mar alto,

Quantas vezes calado em sobressalto,

É esta imensa dor que me vai no peito.

 

Que cruel é este sofrer sem mais proveito,

Arfando até não mais, e neste assalto,

Para onde o meu presente levou a salto:

Assim vai esta dor que me dói e rejeito.

 

Luta desigual, foi esse o seu recreio,

Que bem cedo legou este meu tormento.

Tarde me tarda meu último movimento…

 

Eterna prisão foi esta que me enleio,

Num conflito que me leva à loucura,

Quase tudo levou: Ficou a ternura…

Meco, 19/03/2016 22:36:37

(próximo livro)

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

HOJE É DIA NÃO

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(Autor da foto Rogério Simões)

 

HOJE É DIA NÃO

Rogério Martins Simões

 

Hoje é dia não!

Da negação de mim mesmo

Da negação do eu

Que me conduz à indiferença

E neste momento

Sem movimento

Corro o risco de ficar parado

 

Hoje ao passar pelo centro

Dos gélidos e doentios olhares

Que cegos não eram

Nem vivos são…

Ninguém me viu

Ninguém reparou

Que uma lágrima beijou o chão

E, enquanto tentava escrever,

Outra caiu no papel

Que acabou por secar

Porque hoje é dia não.

Lisboa, 24/11/2017 13:52:11

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Meu pai e poeta José Augusto Simões faleceu no dia 17/8/2016

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O SOL

José Augusto Simões

 

Sol divino, Sol divino

Lindo é vê-lo nascer

É mais um dia na vida

Deus nos dá para viver

 

Sol divino, Sol divino

Que ilumina toda a terra

Desde o mais profundo vale

Até ao mais alto da serra

 

Sol divino, Sol divino

Que nos dá tanta alegria

Acaba a noite cerrada

E irrompe o claro dia

 

Sol divino, Sol divino

Nos dá tanta beleza

É a estrela mais bela

Que nos dá a natureza:

 

Quando está ao pé do rio

Em cima de uma cascata

O fundo parece de ouro

A água da cor da prata

 

Todo o ser vivo se mexe

Quando vê nascer o Sol

Os passarinhos cantam

Trina o lindo rouxinol

 

 Rouxinol que bem cantas

Onde aprendeste a cantar?

- No cimo daquele salgueiro

Com os ramos a abanar!

 

Todas as aves cantam!

Cada qual com sua voz!

Eu já acompanhei o rio…

Da nascente até à foz

 

Estou velho! Tu és menino

Nunca irás envelhecer

Sol divino, Sol divino

Sem ti não posso viver

 

Lisboa, 25/9/2007

 

DEDICADO AO POVO DE PRAÇAIS

PAMPILHOSA DA SERRA

 

Com este poema, do meu querido e falecido pai, pretendo agradecer a todos – e foram muitos – Que me enviaram mensagens de condolências. Assim, na impossibilidade de me dirigir a cada um de vós, e por acreditar que meu pai está na luz, nada melhor que reeditar o seu poema “Sol” Divino de José Augusto Simões.

 

E a mim, seu filho, cabe-me dedicar a meu pai o meu poema: POETA ESTAIS DE PARTIDA

 

POETA! ESTAIS DE PARTIDA

 

Retomo a minha viagem,

E peço aos céus a coragem,

Para enfrentar a descida…

Parte barco numa onda:

Que o meu corpo se esconda

Do aceno na despedida.

 

Vai o barco a soluçar,

E no cais fica a chorar

Uma lágrima despida…

Mar que bem cedo se agita,

Que chama o arrais que grita:

Poeta! Estais de partida…

 

Meu barco que não comando

Diz, aos céus, por seu desmando

Que a viagem acaba ali…

E a alma vendo-me triste,

Solta o corpo que resiste,

Olha o meu barco, e sorri…

 

Praia das Bicas, Meco, 07-10-2011 20:00:42

 

Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,

(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)

 

 

 

 

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DESCIDA

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DESCIDA

Rogério Martins Simões

 

Enfrento a mesma escada de antigamente.

Fico a pensar longamente,

A olhar para ti,

A  subir e a sumir

Como se nada existisse que te impedisse de correr.

Agora soletras cada degrau,

E os degraus serão lágrimas, nas escadas,

Que terás de vencer.

 

Como é estranho que não te recordes

Que me  ultrapassaste na subida…

Correste depressa e na pressa passou a vida.

Agora sou esquecimento, obstáculo:

Corpo disforme e tamanho a contornar.

 

Desvia-te!

Deixa passar quem passou mesmo agora por ti…

Meco, 11/08/2015 18:09

 

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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