DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
60 anos
10 de Dezembro de 1948 - 10 de Dezembro de 2008
"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade".
Improviso da alma e do poeta
(Rogério Martins Simões)
Dia a dia o desamor
Quebra o sentido da vida
Sofre-se em segredo
E na incerteza...
Reina a ganância,
A injustiça
O sofrimento, a pobreza
E o medo!
É fácil dizer:
Temos de ser solidários!
Ser… não é fácil?
A vida é tortuosa,
Manhosa
Vai tudo numa pressa.
E na pressa tudo olha
Nada se vê!
Olho! Nada vejo!
Olho! Nada sinto!
Olho! Olho! Olho!
Que vejo?
Vai tudo na pressa
À velocidade do salário.
Vai tudo na pressa
À velocidade do ganho!
E o homem virou máquina,
Computador
Autómato.
Mas… o luar está igual
O céu não mudou!
Mudou a humanidade
Que perdeu a individualidade.
Passámos a ser números,
Peças de inventário.
Desumanidade!
Dia a dia
Caem os valores morais
Perfilam as estatísticas
Dos ganhos:
Ganha a produção:
Ganha-se menos!
Trabalha-se mais:
Ganha-se menos!
Que importa?
Se um homem tem fome?
E se há revolta.
Que importa?
A quem importa?
Importa é o dinheiro
Ser rico,
Virar banqueiro.
Mas… a areia cintila no deserto!
E nem tudo o que brilha é oiro
- Não vedes o céu a irradiar?!
Não! A humanidade não luz:
A sociedade é egoísta,
Prolifera o desamor.
Importa é estar na "berra"
E neste egoísmo nada sobra.
Está quase a bater no fundo!
Estes tempos são difíceis
Só há tempo para o fútil,
Para a notícia brejeira,
Para a asneira
Para a coscuvilhice.
E nesta agitação…
A alma consome
E o corpo mata.
Mas o mar permanece azul!
O melro assobia
O vento vira furacão.
Passou o tempo…
(O tempo passa depressa)
E na pressa
Não há tempo para filhos.
Dos filhos para os avós.
Dos avós para os netos.
Dos meninos para a família!
Volta poesia!
Volta poeta...
Acredita...
Que estamos no Outono,
Mais logo… será Inverno,
Vem aí a Primavera
Tudo será verde… renascido,
E de volta ao lar,
Em redor da lareira
Quando o dia findar,
Os avós,
Os pais
E os netos
Recordarão histórias da vida,
Contadas sem segredos,
(Segredos bem guardados).
E desses segredos
Renascerão
Os gestos colectivos de amor
Repreendidos
E esconjurados
Os actos egoístas
De desamor.
E os meninos
De volta às escolas
(Sem números nas camisolas)
Pintadas a lápis de cor
Vão ter recreios doirados
Em mil e uma aventuras.
E se treparem às arvores,
Subirão à “Torre de Babel”
E todos se entenderão
Na mesma língua.
Porque a terra vai ser paraíso
E os frutos não mais serão proibidos...
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:00
Morangos
Efigenia Coutinho
Dedicado ao meu amigo
Rogério Simões
MORANGOS
Efigénia Coutinho
É a temporada
do tempo dos morangos
dos sonhos de inverno
de noites de luas cheias
do aconchego ao pé duma lareira
do bom vinho e queijos
de sonhos risos e beijos
de dançar em seus braços
de amar... amando...
da beira mar...andar descalça
dos sorvetes com
calda quente de morangos
o inverno se instalou
este é o meu tempo
e dos morangos que me
adoçam a boca
adoçando a vida...
longe... muito longe
tem um olhar clandestino
há um sonho à deriva
esperando que as sementes
dos morangos despertem
para olhar o Amor ao
tempo dos Morangos...
11/07/2007
Balneário Camboriú
Brasil
Morangos
Rogério Martins Simões
É o tempo dos corpos estendidos
Das praias vestidas - cor de morango
Dos peitos nus; dos corpos aquecidos
Num aconchego, laçados num tango.
Vem minha amada
Este é o nosso tempo à beira-mar
Candeias iluminam a tua fronte.
Defronte às ondas, na praia deserta
Onde o deserto não cobre as dunas
Tinhas na duna, a duna entreaberta
E na descoberta esquecemos as runas…
É a temporada dos sonhos
De todas as estações - verbo e amar
Do sémen… do belo horizonte…
Vem minha amada
Sorvete de morango na hora doce
Quando, no calor, os calores apertam…
É a temporada
Do beijo indiscreto - agridoce
Memórias que os morangos despertam…
(Campimeco)
Aldeia do Meco, 13-07-2007
Portugal
Agradeço à poetisa brasileira, Maria Efigénia Coutinho Mallemont , o lindo poema, morangos, que me dedicou.
Como não podia deixar de ser, retribuo este seu lindo gesto com a minha versão de morangos.
Este é um “dueto” entre dois poetas, da língua portuguesa, separados no tempo, por dois dias, por duas estações: Inverno –Verão e irmanados pelo enorme amor à poesia.
Foi um prazer partilhar convosco este nosso momento de poesia.
Rogério Martins Simões
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:10
(Foto NGeographic)
Desencontro
Romasi
Meu amor
Sei lá quem?
Nem sei
Se estará para nascer.
Meu amor, assim,
Desencontrado,
Remoto
E perdido por viver.
1976
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:43
FÁTIMA
Rogério Martins Simões
Acendemos as velas da penitência
Que ardem no meio das chamas
Acalmando a nossa consciência
Tanto sofrimento; tantos dramas
O sofrimento esbate a clarividência
Por um milagre esperas e clamas
Perdida a esperança na ciência
Resta a fé e Deus que tanto amas…
E se milagres da fé, na fé se derem
Coxos a correrem e os cegos a verem
Logo ali prometemos voltar…
Pisaremos descalços com um sorriso
Estradas, caminhos… o que for preciso
E regressamos a Fátima para rezar.
13-02-2004 18:35:46
Poemas de amor e dor
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ROSAS
Rogério Martins Simões
Tinha por hábito dar flores.
Flores em forma de beijos:
Sementes dos desamores,
Contrárias aos meus desejos.
Via o dia com muitas cores,
À noite escrevia os meus versos,
Segredos das minhas dores,
Amores que me foram adversos.
Hoje, se recordo tudo isto,
Isto que revivo e insisto,
Nisto insisto e me revejo.
Voltaria para dar rosas.
Às flores mais preciosas:
Meus filhos e neto que beijo.
06-05-2004
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:50
TAIZÉ
Rogério Simões
Ontem olhei o céu
Estava diferente...
Vi uma nova estrela reluzente
Indicando o caminho do amor.
Brilhava tanto...
Era enorme
Cintilava do pulsar da oração.
De repente,
Tão de leve,
Que de leve nem se sente,
Escutei no meu coração:
Taizé
Irmão Roger Schutz
Sabes:
"No início de tudo está a confiança do coração"
18/08/2005
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:06