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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Cinzas ingratas

 

Curiosa Lucerna, descoberta entre muitas outras, na localidade de Santa Bárbara dos Padrões

 

CASTRO-VERDE - ALENTEJO

Lucerna de época romana (século I -III d.C)

 

Museu da Lucerna - Castro-Verde

 

 

CINZAS INGRATAS

Rogério Martins Simões

 

Afirmo que as nuvens estão vazias

e os astros estão em chamas.

Afirmo que os poetas são pastores,

das noites vadias…

de estrelas e chamas…

Afirmo que os versos se perderam,

no meio das sílabas,

quando as sílabas silvaram soluços

de alfabetos longínquos…

Afirmo que os poemas incompletos

são retalhos intrínsecos

de soluços irrequietos…

 

Não voltarei a olhar para trás…

As cinzas ingratas…

fertilizam as noites frias!

Praia do Meco 06-07-2010

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A vida cansa

 

A VIDA CANSA

Rogério Martins Simões

 

 

O telefone descansa…

A barriga pança,

E a vida cansa.

 

Sem desconfiança

Não há lembrança

De tanta “chança”:

O telefone descansa...

A puta dança…

Da vida que cansa.

 

Je parle français.

Vive la França

É tudo uma merda…

É tudo cagança:

Je faire pipi

Na mudança…

A vida cansa!

1989

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Eu

 

Eu

Florbela Espanca

 

Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do Sonho, e desta sorte

Sou a crucificada... a dolorida...

 

Sombra de névoa ténue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...

 

Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...

 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!

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Aos meus poemas

 

 Óleo sobre tela REAL BORDALO)

 

Aos meus poemas
Romasi
Rogério Martins Simões
 
Esta pasta encerra
e transporta a minha vida:
 
Na minha rua eu vi!
Crianças nuas
Jogando com bolas de trapos.
1973

 

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Seguro da insegurança

 

 

Foto da

World Press Photo Contest 2004

 

 

 

 

 

SEGURO DA INSEGURANÇA
Rogério Martins Simões
 
Torres vigiam a casa assombrada
onde perpetuam marginais
e abstractas letras
de uma desconhecida liberdade.
 
A canalha… aproxima-se
verberando abstracções concretas.
No alto da torre seguem os carros pretos
chapeados com protecções e blindagens.
 
Blindaram os corações
para recolher os protestos.
Não! Os protestos não chegam às torres…
Aparam os ouvidos,
com guardanapos ao tiracolo,
e vestem camuflados para vigiarem o solo.
 
Para manterem a forma exercitam-se
encolhendo os ombros
e olhando de soslaio.
 
A segurança mantém asseguradas
as palavras contrárias
e perseguem quem se oponha à segurança!
Se lhes virar as costas dirão que sou poeta…
 
Dispararam às cegas
atingiram um colibri!
Do mar saltam alforrecas e camarões!
A segurança contra-ataca
com a segurança dos narcóticos
Os moribundos mascam, agora, folhas de coca
Do deserto partiram legiões imprecisas de escorpiões.
Dizem que um bando de loucos
se escondeu numa toca…
 
Toca docemente um violino cego
Ouve-se uma canção de embalar:
- Que será de ti meu menino
Se o povo não se revoltar
 
Corre um vento forte.
Ouvem gritos!
Se virar as costas
dirão que não sou poeta…
 
1/03/2007
 (correspondência entre poetas)
(Registado no Ministério da Cultura)
 Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
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Todo o dia choveu... republicado

 

DEGAS

 

 

Todo o dia choveu
(Rogério Martins Simões)
 
Hoje, fiquei triste
Por triste ser
E se mais triste estou
Entristeci ao amanhecer...
Hoje, todo o dia chorei!
 
Quisera ser copo de água
Para afogar a minha mágoa.
E se mágoa tenho
Para deitar tanta lágrima
Entristeci por perder
E ao perder eu perdi,
Perdi até mais não ver,
(Se mais ver eu consiga)
Consiga alguém sofrer?!
 
Hoje, todo o dia choveu.
Toda a noite foi de chuva
Estava escuro como breu.
 
Já goteja na goteira
Está molhada a lareira
Há quanto tempo não sofria
Há quanto tempo não chovia
E logo tudo num dia
Como esta chuva que vai,
Pendurada no meu pranto,
Na torrente agita e cai:
Rega o prado verdejante
Evapora e enfrenta
O deserto escaldante
E volta, ao mar, na tormenta…
23-04-2004
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
 

 

 

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Segredos de Lisboa - Republicado

 

Lisboa

 

 

 

Segredos de Lisboa
Rogério Martins Simões
 
Lisboa é linda mas tem segredos!
Perto do rio… correm para o mar…
Por uma intemporal porta secreta
Eu vi: as pernas, as mãos, e os dedos,
De um velho amolador a amolar,
Numa simples roda de bicicleta.
 
Tinha uma pedra para afiar!
Tinha um pedal para pedalar!
Um corno pendurado para untar,
(E ao mesmo tempo para dar sorte)
Chaves de fendas para fixar,
Panelas e ferramentas de corte.
 
Escutei sete silvos de flauta no ar,
Dos contos que só contava ao serão.
- Já não tenho tesouras para aguçar!
Nem uso facas de tipo ameaçador.
- “Olha o amolador! – Olha o amolador!”
Chove! Neste dia quente de verão.
09-08-2004
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
 

 

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Teu corpo ausente (republicado)

 

(Museu Etnográfico de Messejana)

Alentejo - Portugal

 

 

 

TEU CORPO AUSENTE
(Romasi)
Rogério Martins Simões
 
Jogo meus braços
Entrelaçados de nuvens.
Beijo o ar
E o travesseiro de lã.
Quebro o silêncio da cama
Num ranger de molas.
Abro náuseas de prazer
E percorro
Em volúpia arrepiante
Teu corpo ausente…
 
Lisboa, 20 de Janeiro de 1974
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
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Vieram de longe -republicado

 

 

 

 

 
Vieram de longe
Rogério Martins Simões
 
Vieram de longe de onde se avista a pinha!
De olhos esperançados e o rosto enrugado,
Com rugas do cansaço de trabalho na mina.
Sempre por perto porque longe fica ao lado…
 
Vieram para Lisboa para perto da linha:
Que os viu chegar no comboio apinhado.
Estrangeiros na sua terra; que estranha sina,
À procura de trabalho mais remunerado.
 
Trabalhavam, sol a sol, qual terra prometida,
Visitavam a aldeia já cansados da vida,
Onde colhiam os cachos e faziam o vinho…
 
Esventraram montes e derrubaram as colinas…
Construíram as pontes, cruzaram as esquinas!
E regressaram às aldeias no final do caminho…
 
2004-04-23
(Aos meus pais)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)

 

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Traição

 

 

 

 

 

Traição
Romasi
Rogério Martins Simões
 
Romance não escrevi!
Orgulho que não tive!
Tristeza então senti!
Meu coração já não vive!
 
1975
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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