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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

SEIOS GRANDES E OLHAR DE MARFIM

Woman holding red roses 1.jpg

 

Seios grandes e olhar de marfim...

Rogério Martins Simões

 

Quando o riso fazia parte de mim;

Eu era a felicidade.

Se uma cotovia, apressada,

Passasse por meus olhos num relance;

Se ela sorrisse,

Eu disfarçava:

Prendia os meus olhos ao chão...

 

Envergonhado,

Mas atrevido,

Gostava de me transformar em passarito...

E lá ia eu aos saltitos,

Olhar gaiato, mas bonito,

Em busca de mais um sorriso.

 

Era um tempo de fadas,

De bruxas, de princesas,

De bichos com sete cabeças,

De estórias deliciosamente bem contadas,

E escutadas,

À luz do candeeiro.

 

Quando a manhã acordava,

Despontava em mim aquele sorriso maroto:

Um olhar de lado,

Apaixonado, e curioso,

Pelas meninas, mais velhas,

Que desdenhavam a minha precoce paixão...

 

Depressa consegui uma namorada

Que, todos os dias,

Fixamente me olhava:

Tinha uns seios enormes

E um olhar de prata.

E sorria!

Sorria quando a fechava,

E a fixava,

- Presa por pioneses -

À parede fronteira do meu antigo quarto.

 

Estou a ficar velho!

Reparo, agora, que a vejo assim:

Seios grandes e olhar de marfim...

 

28-01-2010 20:13:39

 (será incluído no próximo livro)

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Percursos...

(Cópia 

Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

PERCURSOS

Rogério Martins Simões

 

Andamos aos poucos

a escrever o livro das nossas vidas.

A libertação tem o seu preço,

pagamos caro a mudança,

sacudindo as roupa envelhecidas…

 

Que é feito dos vestidos de chita?

Onde estão os dedos finos delicados

que enrolavam os cabelos do menino?

E os caracóis? E as gotas

com que rebuçava o olhar de mel?

 

Tartarugas luzidias rastejam

recordando que já foram cágados…

Abro o saco e liberta-se

um louva-a-deus…

 

Manejo uma espada de madeira,

herói da banda desenhada.

Ergo a espada de nada

e faltam-me as sílabas

que se escaparam

das folhas arrancadas.

 

Ainda assim quero escrever,

quero borboletear faíscas

para não ficar cego…

 

As recordações são agora

monstros cospe-lume,

dragões afinados…

Cordas partidas de um violino.

 

Liberto as claves de sol

para de novo te ver sorrir!

 

Um canto adormecido

embala docemente

um berço de silêncio.

Recupero o leite materno

num figo verde,

lábios rasgados.

 

Chupo um rebuçado

com sabor a mentol.

 

A tinta permanente secou!

O mata-borrão

levou as pontas do meu nome

(bem desenhadas

para caber entre duas linhas.)

Entrelinho as palavras desalinhadas.

Não dou a mão à palmatória.

Quando tudo passar serei glória.

 

Por agora vou afinando

as cordas estropiadas,

velha amarra dum batel.

A espada é agora pó

e já foi serradura…

 

Os cabelos, caracóis finos,

afinaram os violinos

numa nuca envelhecida

e cantaram vitória…

 

Ainda assim a fogueira

não destruiu tudo

e o combate ao dragão

queima-tudo,

ainda agora começou.

 

O fumo das folhas

é agora nosso.

E os versos também…

 

26-02-2007 0:23:20

 

(Ao correr da pena, dedicado à poetisa

Maria Célia Silva)


Poemas de amor e dor conteúdo da página

Mocidade

 

(Óleo sobre tela de

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)


 

 

Volta! Eu espero!

(Mocidade)

Rogério Simões

 

Se ao menos tu

Me dissesses qualquer coisa…

Pudesses falar comigo

Como falavas outrora…

Se ao menos eu te visse agora…

Talvez me visses de sacola

Num quadro qualquer de loisa

A escrever de novo na escola.

 

Mas não!

Partiste mais cedo…e eu quedei

Com a mesma ternura de outrora,

Carregado de riscos por fora

Para aqui envelhecendo fiquei!

 

Mas…

Se eu te pedisse para voltares

Seria de novo menino!

Prometia não ficar traquina,

Travesso, endiabrado, irrequieto.

 

Volta!..

Eu espero!

Prometo que não serei

Tudo o que não fui e não quero!

 

07-08-2004 11:08

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

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