DIAS VIVAZES
Rogério Martins Simões
Acordam os sentidos
Despertam em mim as cores
Das manhãs
Dos dias vivazes
E em cada dia novo
Descubro que há em mim
Tanta vontade para viver
Olho! Estou sempre a olhar
E de observação em observação
Reparo que os dias se estreitam
Quando há lugar à felicidade
Os caminhos por onde passo
São os mesmos
Dirás tu mais uma vez
Mas a mudança
Não está nos estáticos
Ou nos perenes objetos
Que se fixam em cada viagem
Mas na luz
Que os nossos olhos abraçam
Meco, 15/01/2014
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 00:22
(Óleo sobre cartão
Elisabete Sombreireiro Palma)
A CAMINHO DA LUZ
Rogério Martins Simões
Além...
na estação dos acenos,
num tempo de ginjas maduras,
partirei num comboio a carvão:
deitando fumo;
lançando faúlhas,
alimentando a combustão,
A caminho da Luz!
Lisboa, 20-01-2011 02:40:11
(Registado no Ministério da Cultura
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 21:17
POEMA ALEXANDRE
Alexandre Filipe Simões Guerra da Silva
Viver é sobreviver…
E as minhas mentes
São de chocolate…
O passado não interessa!
O futuro é que interessa!
Eu deixaria de viver…
Se não tivesse a bebida
de adormecer…
Lisboa, domingo, 16 de Dezembro de 2007
Existe um momento em que o poeta se revela!
Nasceu um poeta:
O meu neto Alexandre.
O Alexandre Filipe Simões Guerra da Silva tem 9 anos e nasceu, na Amadora Sintra, em 22 de Abril de 1998.
Bem cedo o levei para uma tertúlia poética e aqui parece estar um bom fruto.
Há pouco entregou-me uma folha manuscrita com este poema e disse-me – toma avô. Li-o de um sopro, chamei minha esposa para comungar comigo este doce, e aqui está para todos vós, o segundo poema e o primeiro que li, ao meu lindo neto Alexandre.
Estou tão Feliz!
Rogério Martins Simões
Alexandre
(Rogério Martins Simões)
Foi depois de mim que vieste!
No livro dos homens
registei o teu nome.
E vieste!
Mais leve que o destino
Norte, Sul, Este, Oeste…
Teu tempo é tão leve
Abençoado o sejas
meu tempo breve…
menino!
Tu és a minha esperança
Herança e hino.
Teu nome é e será grande
enquanto houver lembrança…
Alexandre.
01-07-2005
(Ao meu neto)
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 22:54
(Foto minha com 22 meses, 1950)
ARREPIAM-ME AS LEMBRANÇAS
Rogério Martins Simões
Arrepiam-me as lembranças
Das manhãs descalças…
De um corpo fino
De um bibe com alças:
Memórias de um tempo menino.
Sou alérgico às memórias ingratas!
Clarabóias deixam passar a luz,
Que derrete o gelo indeciso
Por onde passou um tempo preciso,
Das coisas belas e gratas.
Sou um vestígio dos umbrais
Que sustêm o peso dos meus sonhos.
Tento viajar com os olhos cerrados
Por um campo milho verde
Com bandeiras a tocarem o céu…
Vou jejuar!
Não comerei os figos
Bicados pelos gaios…
Procuro na horta os abrigos
Onde a distância dos Maios,
Dissipam as canas dos trigos…
Toquei na colmeia por querer!
Sou um sopro de saudade
Favo de mel com a minha idade
Picado de abelhas ao alvorecer…
Cheguei ao fim dos silêncios
Onde as memórias são silenciosas.
E os silêncios para contemplar…
Quem vos disso
Que tinha de atalhar os caminhos
Na horta adulta…
Se me resta um pedaço de água pura
E um púcaro vazio para a apanhar….
Lisboa, Tejo, 18 de Outubro de 2007
UM NOVO ANO DE 2008 MUITO FELIZ PARA TODOS OS POVOS DO MUNDO
Deseja, Rogério Martins Simões.
Visitem o site que criaram para a minha poesia e vejam a arte do amigo Luís Gonçalves.
Deixem um comentário ao autor do site que teve e terá imenso trabalho. Obrigado a todos!
http://www.romasi.netpampilhosense.org
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 21:30
FÁTIMA
Rogério Martins Simões
Acendemos as velas da penitência
Que ardem no meio das chamas
Acalmando a nossa consciência
Tanto sofrimento; tantos dramas
O sofrimento esbate a clarividência
Por um milagre esperas e clamas
Perdida a esperança na ciência
Resta a fé e Deus que tanto amas…
E se milagres da fé, na fé se derem
Coxos a correrem e os cegos a verem
Logo ali prometemos voltar…
Pisaremos descalços com um sorriso
Estradas, caminhos… o que for preciso
E regressamos a Fátima para rezar.
13-02-2004 18:35:46
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 00:00
ROSAS
Rogério Martins Simões
Tinha por hábito dar flores.
Flores em forma de beijos:
Sementes dos desamores,
Contrárias aos meus desejos.
Via o dia com muitas cores,
À noite escrevia os meus versos,
Segredos das minhas dores,
Amores que me foram adversos.
Hoje, se recordo tudo isto,
Isto que revivo e insisto,
Nisto insisto e me revejo.
Voltaria para dar rosas.
Às flores mais preciosas:
Meus filhos e neto que beijo.
06-05-2004
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 20:50
Rogério Simões
3 meses
(5/7/1949 - 5/10/1949)
VOLTEI!
(Rogério Martins Simões)
Venho dos limites do tempo
De uma galáxia qualquer
Já fui mar, já fui vento
Agora sou pensamento
Aparado em dado momento
No ventre de uma Mulher!
Meu corpo é magistral!
Brutal! Perfeito! Soberbo!
De início não era verbo
Agora sou o verbo ser
Tenho comigo segredos
Segredos do universo
Transporto no corpo recados
Escrevo em forma de verso.
Venho dos limites do tempo
Não sei o que fui e sou:
Deserto? Nascente?
Já fui Norte, já fui Sul
Pó astral, mar azul!
Luar, estrela cadente.
Eu me vou!
Partirei num cometa qualquer
E serei novamente pôr-do-sol.
Cor-de-rosa, aloendro, malmequer!
Voltei...Já cá estou…
Agora sou pensamento
Nascido em dado momento
Do ventre de uma Mulher!
23-09-2004 18:39
Aldeia do Meco
(Este poema foi gravado em MP3 pelo Luís Gaspar nos Estúdios Raposo – para o programa “Lugar aos novos” – e pode ser copiado seguindo o link no lado direito.
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 00:00
TEM O NOME DE SARA
(José Augusto Simões )
Não conheço Cabo Verde
Deve ser terra formosa
Mandou para Portugal
Uma flor tão mimosa.
Tem o nome de Sara
Seria, outro qualquer
Tem o curso de Doutora
Esta jóia de mulher.
Quando ela sai à rua
Com seu fato de cetim
Até as pedras que pisa
Ficam cheias de alecrim.
Quando caminha na rua
Todo o seu andar tem graça
Até a árvore se verga
Pra ver a rosa que passa
A mãe que a deu à luz
Deve ter muita alegria
Por ter no mundo uma filha
Com tão grande simpatia!
O jovem que a escolheu
Teve uma boa opção
Deve tê-la bem guardada
Dentro do seu coração.
18/8/2006
(Agradecimento, pela ajuda que me tem dado em toda a minha doença. J.A.S. 84 anos, nasceu na Póvoa Pampilhosa da serra)
Este poema foi escrito recentemente pelo meu querido pai, meu mestre e enorme poeta popular que rasgou sempre o que escreveu. Devo tudo a meu pai – até este poemas escrito a meu pedido
Rogério Martins Simões
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 20:08
(óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
A SEGUIR A MIM
Rogério Simões
A seguir a mim
Tudo perdurará no tempo
No Sol, no orvalho da manhã
Tudo é e será diferente.
E se tudo andar!
Guiar, parar, falar,
Ou gritar!
Quero girar
Por onde tudo anda
E nada pára.
E acima de tudo
Quero acordar no tempo
E partir!
Andar por aí
Fazendo tudo e nada
Em busca do meu papel.
Que papel?
De um jornal que se apaga
No estrume,
Ou se queima no lume,
Mas que arda!
Ou a vida se renove.
Mas a prova?
A prova está aqui, ainda vivo,
Cheirando o ar,
Semeando
Colhendo
O brilho do sol,
Por entre as nuvens.
Quero,
Atravessar os desertos
Do pensamento
E colher as areias
De cada momento,
Grão a grão!
Até ao fim!
Pois a grandeza é estar vivo
E de certeza
Permanecer no espaço
Depois de ido
À espera
Que uma simples gota de orvalho caia
E me traga de volta:
Sem cabelos grisalhos,
Num sorriso de criança,
No colorido de uma crisálida
Ou num papagaio de papel
15-12-2003
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 23:57