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Este poema, de que gosto muito, foi dedicado a todos os meus “companheiros” portadores da doença de Parkinson e publicado pela primeira vez no dia em que o meu livro de poesia, “Poemas de amor e dor”, foi acedido 1 milhão de vezes em 18 meses. (início do blog Março de 2004). Foi escrito quando pela 2ª vez fiz “borrada” e foi assim:
A minha doce Elisabete fazia anos e eu até não estava muito mal, porém fui um desastre, no restaurante, nesse jantar de anos: Salpicou comida na gravata, para as calças, e quando me pretendia limpar, levantando-me, tombou a cadeira e o casaco foi ao chão.
Pouco se notam as diferenças mas parece que caem sobre nós todos os olhares e virei carrossel, recordei-me do melaço com que enfarruscava o meu rosto, que recuperei na lembrança, e fui de novo criança, agora, mais tonta e mais perdida.
Agora que sabem o segredo deste poema, quero agradecer ao Luís Gaspar ter emprestado a voz a este poema. Aos Estúdios Raposa a minha gratidão. Deixo-vos com o poema e com a sua gravação em mp3 no link ao lado.
e aqui: http://www.truca.pt/armazem_som/rogerio_martins_carrossel.mp3
Saudades e viva a poesia,
Rogério Martins Simões
Para escutarem esta canção queiram por favor desligar o som do blog
Amigos
Deixo-vos ficar um video que montei, que contem uma
composição inédita sobre um poema de Rogério Martins Simões, cantada e tocada
por dois elementos dos Boémia, composição escrita por mim, onde tambem toco
guitarra.
Espero que gostem
Abraço para todos.
Laborinho
Quero agradecer ao Laborinho e aos dois elementos dos Boémia por terem musicada um poema meu que tanto gosto.
Um abraço a todos
(VIDA)
(Óleo sobre tela da minha companheira
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
O vídeo que se segue é da cantora brasileira, Adriana Marques, neta de um português natural de Lisboa.
A Adriana está no Facebook “Poesias e canções”, faz parte dos meus amigos, e tem mais canções no Youtube.
É admiradora da pintura da minha linda companheira, da Elisabete Sombreireiro Palma e da minha poesia.
A Adriana, como podem escutar, tem uma linda voz.
Raramente contacto alguém por “chat”, ou por outro meio à excepção do correio electrónico, como o fiz há dois dias. Falámos de poesia, da pintura da minha esposa, da vida, dos nossos problemas de saúde... de esperança.
No seguimento das palavras que trocámos resolvi dar a conhecer esta linda voz e, ao mesmo tempo, deixar palavras de esperança e de luta.
O poema que segue foi escrito por sofrer da doença de Parkinson. Todavia, existem seres humanos que sofrem muito mais; que têm problemas de saúde mais graves. A doença não escolhe as idades!
Deixo-vos com o meu poema O CÉU PODE ESPERAR!, dedicado à Adriana Marques enquanto escutam uma das suas canções.
Para todos os que verdadeiramente sofrem, esperança, pois o céu pode esperar…
Rogério Martins Simões
O CÉU PODE ESPERAR...
Rogério Martins Simões
Com a delicadeza de Tua mão,
Nas Tuas mãos.
Com a mão na minha consciência;
Consciente dos meus actos,
Parcos e isolados:
Eu me denuncio.
Eu me fortaleço.
E cresço.
Eu me alindo.
E deslindo...
Quem me dera ser
Um pedaço de céu!
Mas o céu pode esperar...
Espera!
Devolve-me o meu sorriso.
Toca-me ao menos ao de leve,
No meu movimento, no rosto,
E leva para longe
Esta incerteza...
Este meu desgosto!
Vem!
Sopra sobre mim!
Pesadas estão as minhas mãos
Que não desarmam!
Baralham-se!
Confundem-se!
Desalinham-se!
Desarticulam-se!
Que se cuide a natureza,
Que me deu este estar,
Pois a irei combater
Para ser…
E o céu pode esperar.
Que Te importa que continue?
Qual o mal que isso Te trás?
Traz-me vivo na esperança.
Eis a Tua fortaleza
Que aliada à minha fraqueza
Me renova.
E cresço.
Me alindo.
E deslindo.
Quem me dera ser
Feliz e não sofrer.
E o céu pode ir indo…
Indo para onde quiser
Que espere!
Pois não estou preparado!
Coloca as Tuas mãos nos meus cabelos
E deixa-me de novo sorrir.
24-01-2005
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
DESTINO OU CORAGEM
Hoje fui apanhado de surpresa – Localizei um poema meu, um soneto, no YOUTUBE.
Não! Não fiquei triste! Antes pelo contrário. Alguém que não conheço, que gostou do meu poema e manteve a minha autoria fez um vídeo, muito belo, com o meu soneto: DESTINO OU CORAGEM.
Agradeço ao seu autor que não conheço.
Aproveito para desejar, a todos, um feliz, muito feliz, 2009
Sempre,
Rogério Martins Simões
EFIGÊNIA COUTINHO
Daniel Cristal
Do céu veio esta bênção, cheia de azul carinhoso,
e todo o horizonte esbelto se incendiou;
toda a musa parou, nenhuma mais ficou,
a não ser esta deusa dada ao seu gozo:
Ao gozo do prazer celeste, nada mais,
ao êxtase do amor mais puro que a vida;
penso até que a morte foi a pena erguida
para purificar a alma destes nossos ais...
E assim nos levou nas asas de uma pomba,
ou melhor: foi um arcanjo belo quem levou
as nossas almas plenas e as manejou
até às mãos de Deus, que, nunca, do amor zomba.
Nos teus olhos de azul, do azul mais brilhante
juntou-se o meu cristal ao puro diamante.
17.11.2005
Recebi em 2006 um honroso convite, do Luís Gaspar - do Estúdio Raposa, para ceder dois poemas para serem lidos, num dos seus programas, no audioblog.
Esse trabalho está on-line aqui Estúdio Raposo
Deixo-vos com um belo momento de bem recitar poesia.
Gratidão é a palavra que aprendi a pronunciar em momentos como este.
Para que possam acompanhar declamação do Luís Gaspar deixo aqui esses dois poemas que muito gosto. Aproveito para expressar a minha admiração à jovem poetisa que o Luís Gaspar nos dá a conhecer.
Saudades. Rogério
VOLTEI!
(
Venho dos limites do tempo
De uma galáxia qualquer
Já fui mar, já fui vento
Agora sou pensamento
Aparado em dado momento
No ventre de uma Mulher!
Meu corpo é magistral!
Brutal! Perfeito! Soberbo!
De início não era verbo
Agora sou o verbo ser
Tenho comigo segredos
Segredos do universo
Transporto no corpo recados
Escrevo em forma de verso.
Venho dos limites do tempo
Não sei o que fui e sou:
Deserto? Nascente?
Já fui Norte, já fui Sul
Pó astral, mar azul!
Luar, estrela cadente.
Eu me vou!
Partirei num cometa qualquer
E serei novamente pôr-do-sol.
Cor-de-rosa, aloendro, malmequer!
Voltei...Já cá estou…
Agora sou pensamento
Nascido em dado momento
Do ventre de uma Mulher!
23-09-2004 18:39
Aldeia do Meco
QUISERA ANDAR DE CARROSSEL
Quisera andar de carrossel
Com um sorriso de criança que ri
Rosto rebuçado, melaços de mel
Laivos da festa que resta em ti…
Num dedo prendo o balão,
Com outro seguro o corcel
Soco a bola com a mão
As mãos, o rosto e a testa
Besunto-me todo com mel.
Solta-se dos dedos o balão
Que voa a caminho do céu
-Mãe! Vai-me apanhar
Um sorriso igual ao seu…
-Meu filho a mãe não sabe!
Ler, nunca aprendeu:
A mãe vai procurar
O balão que se perdeu…
-Mãe que sabe escutar,
Meus choros em seu coração
Abençoada o seja minha mãe
Por tudo o que foi e me deu!
Rodopiam as lembranças da festa
Pára o movimento ondulante
Sujo-me de novo a cada instante…
Sem rebuçados com sabor a mel
Mas… Brinquei tanto no carrossel….
2005-10-20