Às horas na batota por amoras... (republicado)
(Óleo sobre tela de autor desconhecido
Biblioteca da Direcção-Geral das Alfândegas e I.E.C.)
ÀS HORAS NA BATOTA POR AMORAS
(Rogério Martins Simões)
Andámos tanto tempo agarrados às horas…
Pendurados nos ponteiros e fazíamos batota,
Quando, amarrados às doze, comíamos amoras…
E das regras do tempo fazíamos letra morta.
Por vezes os meios-dias eram vagabundos:
Voltávamos a encontrar as seis e meia;
Não deixávamos abalar os segundos
E quando logravas partir era lua cheia
Sem ti, nos ponteiros, o relógio parava
Quando os ponteiros despiam as horas.
Não havia horas, sempre te encontrava.
Hoje, vi-te à janela, eras toda cidade.
Percorriam o teu corpo
as vielas da madrugada,
E trazias nos cabelos a noite,
Espreitando a tua lua sorridente…
Justamente hoje!
Quando me apeteciam as amoras…
26-10-2005 23:19
(Poema dedicado a Natália Correia)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)