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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

O Céu pode esperar...

 

 

 

O CÉU PODE ESPERAR...

Rogério Martins Simões

 

Com a delicadeza de Tua mão,

Nas Tuas mãos

Com a mão na minha consciência

Consciente dos meus actos

Parcos e isolados

Eu me denuncio

Eu me fortaleço

E cresço

Eu me alindo

E deslindo...

Quem me dera ser

Um pedaço de céu!

Mas o céu pode esperar...

 

Espera!

Devolve-me o meu sorriso

Toca-me ao menos ao de leve

No meu movimento, no rosto

E leva para longe

Esta incerteza...

Este meu desgosto!

 

Vem!

Sopra sobre mim!

 

Pesadas estão as minhas mãos

Que não desarmam

Baralham-se

Confundem-se

Desalinham-se

Desarticulam-se

Que se cuide a natureza

Que me deu este estar

Pois a irei combater

Para ser…

E o céu pode esperar

 

Que Te importa que continue

Qual o mal que isso Te trás?

Traz-me vivo na esperança

Eis a Tua fortaleza

Que aliada à minha fraqueza

Me renova

E cresço

Me alindo

E deslindo

Quem me dera ser

Feliz e não sofrer

E o céu pode ir indo…

Indo para onde quiser

Que espere!

Pois não estou preparado!

 

Coloca as Tuas mãos nos meus cabelos

E deixa-me de novo sorrir.

 

24-01-2005

 

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Eu nasci numa casa pobre


 

(Pampilhosa da Serra foto Padre Pedro)


 

EU NASCI NUMA CASA POBRE

José Augusto Simões

 

Eu nasci numa casa fundeira

Cresci numa casa da serra

As ruas eram a estrumeira

Do esterco se alimenta a terra

 

As casas eram velhinhas

Mas tinham boas lareiras

Minha mãe e as vizinhas

Levavam estrume p´ras leiras

 

Só se juntavam à noite

Ou quando estava a chover

Punham lenha na fogueira

Para todos bem receber

 

Éramos todos primos e amigos

Todos juntos a conviver

Punha-se mais lenha no lume

Foi ali que aprendi a ler

 

Todas elas nos contavam

Cada qual a sua história

Atentos todos escutavam

Tudo ficava na memória

 

Depois de tantas histórias

Coisas que havias nas terras…

Tínhamos as nossas glórias

Subíamos ao alto das serras

 

Quando chegámos ao cimo

Avistávamos o horizonte

Era a serra mais alta

No largo tinha uma fonte.

 

Saía a água da rocha

Muito pura e cristalina

Logo os dois nos baixámos

Para beber água tão fina.

 

Quando olhámos os astros

Vimos o sol a nascer

Era a coisa mais bonita

Que podia acontecer

 

Depois de o sol arraiar

Corremos todos os montes

Em todos os vales corria

Água em todas as fontes

 

Terras cobertas de matos

Tão bonitas, uma beleza

Todas ali se criaram

Com o sol da natureza

 

Depois descemos para a aldeia

Com saudade e alegria

Já sabíamos muitas coisas

Era verdade o que se dizia.

 

Já na escola fui aprender

A lição que já sabia

Recordo e não irei esquecer

A lição de astrologia.


 

 

Lisboa, 12 de Dezembro de 2006

(Poema da autoria de meu pai e mestre que nasceu em 1922)

 

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Desejo

 

 

 

 

DESEJO
Rogério Martins Simões
 
Fui ver o pôr-do-sol
As ondas do mar
Fui e encontrei
Em cores de arco-íris
Com que sonhei
O teu amor.
Fui e encontrei
A tua vida.
 
Era noite
Olhei teu manto
De virgem
De natureza pura
E a única loucura
Que encontrei
Foi o luar
Que te beijava com ternura.
 
1969

 

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MARESIA

convento.JPG 
MARESIA
 
Não resisto à tentação de vos fazer perder algum tempo, um tempo carregado de teclados, para vos dar conta dos meus conflitos.
Às vezes pareço adormecer numa enorme letargia, apenas aparente, e dou por mim misturado, baralhado, mergulhado entre papéis e pensamentos. A cabeça tritura interrogações - como seria mais feliz se as libertasse.
As nossas vidas estão repletas de salões desconfortáveis que nos encerram, nos conflitos internos, entre quatro paredes.
Prefiro meter as mãos na terra que andar aos papéis perdendo tempo.
Já perdi tantas horas!
Tenho numa varanda, virada ao Tejo, dois canteiros cheios de plantas que sorriem para as águas. Ontem reparei que as roseiras estavam carregadas de botões e as águas, nas marés, espreitavam de espanto para a minha janela.
Adivinham-se fenómenos estranhos
quanto o perfume das rosas se misturar com a meia maresia do meu Tejo.
Até lá vou perdendo tempo,
Lisboa, 18 de Abril de 2006
Rogério Martins Simões
 
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Alentejo

Alentejo

(Rogério Simões)

 

Alentejo

Cor de ceifa

Trigo,

Celeiro,

Amarga erva

Onde perco meu medo

Porque pára meu tempo

E cresce a minha vontade

Alentejo

Meu abrigo

Horizonte da minha saudade...

 

Elvas, Agosto de 1989

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Regresso à aldeia

 

 

 

Chegaram pela manhã de uma longa jornada.

O tempo era ameno e de repente lembraram-se do Verão onde tantas manhãs foram suas.

Pararam, nada disseram um ao outro, como esperassem que algo acontecesse e de repente toda a Aldeia fosse ao seu encontro.

Já tardam tão cedo as manhãs, que ainda só agora começam, e os seus pés, tão pesados, já não são da viagem…

Finalmente quebraram o silêncio:

- Lembras-te Isabel da queda… no musgo que crescia à beira do curral!

Olharam em redor!

Tudo parecia demasiado pequeno, distante, ao alcance de um braço.

Notei, na quietude, as fragilidades com que tentavam disfarçar a insegurança daquele breve momento.

Então, vi no rosto dos meus pais:

“olhos de água cristalina,

da mais pura nascente da serra,

correndo em levada”

Cheios de recordações, como se mais nada existisse que os fizesse ficar, partiram.

(A meus pais: Isabel Martins de Assunção e José Augusto Simões)

Rogério Martins Simões

 

Regresso à Aldeia foi escrito há muitos anos numa antecipação ao dia de ontem (18/6/2004).

Tal como versei num soneto, chegou o tempo de concretizar a profecia:

“E regressaram à aldeia no final do caminho”.

Os meus pais, para quem a palavra amor é para mim insuficiente para lhes expressar o que por eles sinto, foram visitar as suas aldeias: A Malhada (Colmeal) e a Póvoa (Pampilhosa da Serra).

Meu pai com 82 anos, não visitava a sua Aldeia há quase meio século,

Hoje, mais que em qualquer momento, faltam-me as locuções e sobram-me as glorificações.

Lisboa, 19/6/2004

Rogério

 

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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