Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
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Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Não resisto à tentação de vos fazer perder algum tempo, um tempo carregado de teclados, para vos dar conta dos meus conflitos.
Às vezes pareço adormecer numa enorme letargia, apenas aparente, e dou por mim misturado, baralhado, mergulhado entre papéis e pensamentos. A cabeça tritura interrogações - como seria mais feliz se as libertasse.
As nossas vidas estão repletas de salões desconfortáveis que nos encerram, nos conflitos internos, entre quatro paredes.
Prefiro meter as mãos na terra que andar aos papéis perdendo tempo.
Já perdi tantas horas!
Tenho numa varanda, virada ao Tejo, dois canteiros cheios de plantas que sorriem para as águas. Ontem reparei que as roseiras estavam carregadas de botões e as águas, nas marés, espreitavam de espanto para a minha janela.
Adivinham-se fenómenos estranhos
quanto o perfume das rosas se misturar com a meia maresia do meu Tejo.
O tempo era ameno e de repente lembraram-se do Verão onde tantas manhãs foram suas.
Pararam, nada disseram um ao outro, como esperassem que algo acontecesse e de repente toda a Aldeia fosse ao seu encontro.
Já tardam tão cedo as manhãs, que ainda só agora começam, e os seus pés, tão pesados, já não são da viagem…
Finalmente quebraram o silêncio:
- Lembras-te Isabel da queda… no musgo que crescia à beira do curral!
Olharam em redor!
Tudo parecia demasiado pequeno, distante, ao alcance de um braço.
Notei, na quietude, as fragilidades com que tentavam disfarçar a insegurança daquele breve momento.
Então, vi no rosto dos meus pais:
“olhos de água cristalina,
da mais pura nascente da serra,
correndo em levada”
Cheios de recordações, como se mais nada existisse que os fizesse ficar, partiram.
(A meus pais: Isabel Martins de Assunção e José Augusto Simões)
Rogério Martins Simões
Regresso à Aldeia foi escrito há muitos anos numa antecipação ao dia de ontem (18/6/2004).
Tal como versei num soneto, chegou o tempo de concretizar a profecia:
“E regressaram à aldeia no final do caminho”.
Os meus pais, para quem a palavra amor é para mim insuficiente para lhes expressar o que por eles sinto, foram visitar as suas aldeias: A Malhada (Colmeal) e a Póvoa (Pampilhosa da Serra).
Meu pai com 82 anos, não visitava a sua Aldeia há quase meio século,
Hoje, mais que em qualquer momento, faltam-me as locuções e sobram-me as glorificações.
Lisboa, 19/6/2004
Rogério
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:18
MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado