A POESIA É ETERNA
Rogério Martins Simões
Às vezes fico para aqui a pensar...
Como a poesia é eterna!
Fico a imaginar
Quantos poemas foram perdidos,
Rasgados,
Queimados
Esquecidos!
Que importa quem os rasgou?
Não importa quem os esqueça.
Versos que um poeta libertou:
Se a poesia sempre regressa!
É na palavra, pela palavra,
Feita em verso que me alimento.
É na palavra, feita de pranto
Riso ou encanto, que me sustento!
Sou um simples poeta!
Venham comigo viajar
Num beijo doce roubado!
Venham comigo provar
A noite, o mel e o pecado.
Deixem-me recriar a poesia
Que escrevo e que canto,
Horas dentro,
Em abrupta calma:
O riso,
O silêncio
Ou o pranto
Que me abraça
Que me beija
Nesta alma infinda.
Olhem esta folha de papel,
Este favo de mel:
A poesia é eterna
- Poesia! És tão linda!
15-10-2004 1:27:41
((Simões, Rogério, in “Poemas de Amor e dor”,
Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, agosto de 2019
ISBN978-989-52-6450-6 Depósito Legal nº 459328/19)
Poemas de amor e dor
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publicado às 23:07
DE MÃOS DADAS
Rogério Martins Simões
Na luz do teu olhar o pôr-do-sol.
Contigo, o sol pode esconder-se…
Pela manhã voltará a raiar:
Tu estarás comigo.
Eu estarei com ele.
Meco 14-09-2011 21:16:27
Poemas de amor e dor
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publicado às 23:20
Cumplicidades
(Rogério Martins Simões)
Observei-te, estavas, linda!
Bonita, como a rosa em botão!
Não te toquei estavas ainda
Longe no teu olhar - eu não!
Afinal não te era indiferente.
Mas, enfim, lá por dentro vias
Que havia em mim algo diferente
Nos locais para onde ias.
Para compensar o tempo ido
Prometias em pensamento
Recuperar o tempo perdido
À força de um sublime momento.
Amor! Estavas tão linda
Bonita como a rosa em botão
Não te toquei, estavas ainda
Perto do meu olhar - tu não!
Finalmente teu coração reparou
E descobriste que eu existia
Teu amor em mim encontrou
E… foi tão lindo esse dia.
E foram tão longos os abraços,
Carentes, infinitos e diferentes.
Foram estes os nossos laços
Afinal não éramos indiferentes…
2003
(Caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 41)
E colectânea de poemas”INDEX-POESIS”
(ISBN 972-99390-8-X e Depósito Legal 249244/06)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.P. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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SONHOS DOCES
Rogério Martins Simões
Mãe, quando é Natal?
- Meu filho, hoje é dia de Natal!
Mãe; o Menino não veio, onde está a minha trotineta?
- Meu filho; Ele deixou-te um presente, no sapatinho, dentro da chaminé!
Mãe; eu pedi uma trotineta igualzinha à dos outros meninos!
- Meu filho; as meias fazem-te falta,
E, a mãe, tem “sonhos doces” para ti!
Mãe; Para o ano o Menino vai pôr a trotineta no sapatinho?
Sim meu filho!
Prova os sonhos!
Avô, quando é Natal?
- Netinho, hoje é dia de Natal e a bisavó fez-te sonhos!
Avô, o Pai Natal não veio, onde está o jogo que pedi?
- Netinho, ele deixou-te muitos presentes e, até, uma trotineta…
Mas, avô, não era aquele jogo que queria e para que serve a trotineta?
Avô; vais trocar o jogo, não vais?
- Sim netinho!
Saboreia agora os sonhos…
(Diálogos da alma e do poeta)
Poemas de amor e dor
Feliz Natal, e “sonhos doces” para todos vós,
são os votos sinceros deste vosso amigo,
Rogério Martins Simões
Poemas de amor e dor
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(TIAGO SIMÕES)
CORRE A ÁGUA CRISTALINA
Rogério Martins Simões
Corre a água cristalina,
Mata a sede é fresca e pura,
Vai à fonte a menina
Com espreitada formosura.
Traz um colo de rosa,
E duas roseiras atrevidas…
-Menina que corres à fonte
De onde vêm os teus risos?
-Vêm do cimo do monte!
Da brancura dos granizos!
Vai a água à fonte
Vai a fonte às rosas…
Cobiçadas por sorrisos…
Traz um sorriso atrevido,
Um cântaro de mão na ternura.
Vem a sede à menina,
Mata a sede, fresca e pura,
Corre a água cristalina
Que se espraia na secura…
Alagada por sorrisos…
Com que corres à fonte
De onde vêm os teus risos
-Vêm do cimo do monte!
Tanta sede molha os seios…
Tanta sede desatina…
Vem a fonte… por seus meios,
Corre a água cristalina,
Enche o cântaro; é fresca e pura
Vai a sede à menina…
Não tem sede a formosura…
12/08/2005
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09 )
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:35
Regresso
Rogério Martins Simões
A luz regressou meu amor!
A luz veio de ti! Está em ti!
Para quê lembrar versos de dor
Que na dor, grafando, morri.
A luz regressou meu amor!
Ressuscitei quando te vi.
É livre, o meu lindo açor,
A boa-nova que me sorri.
E se lívido fui no desamor
No teu amor corei e colori
A luz regressou, sou condor,
Voemos, agora, os dois aqui!
Lisboa, 04-04-2009 00:10
Poemas de amor e dor
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publicado às 01:00
ARDIAS NA ESPERA…
Rogério Martins Simões
Cavalos noturnos sem arreios!
Aves noctívagas
Fogo posto.
Sei que cedi ao ardor dos seus seios.
E nem um só grito resvalou
Imposto.
Fogo!
Ardia na espera!
Sorri, chamei por ela, não sei.
Sei que cedi aos seus sinais.
Abrasava na chama que ateei
E não me queimei nos ais…
De degrau em degrau escondemos a lua.
O lume apagou! Acendemos uma vela.
A chama abrasou e incendiou a rua…
Ardendo no fogo atiçado por ela.
Fogo?!
Ardias na espera…
Lisboa, 24 de Maio de 2008 21:36:00
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publicado às 21:15
A ESTRELA MAIS BELA QUE ENCONTREI!
(Rogério Martins Simões)
Sabes encontrar-me pela manhã,
No riacho cristalino do desapego,
Onde, renunciando, dores refego,
Para que a esperança não seja vã.
Livre da dor e tortura é este afã.
Cuido este corpo onde me apego.
Tarde libertar-me deste carrego,
Que extingue o carma de amanhã.
E se estiver na hora quero propor:
Irei de mãos dadas pelo caminho,
Perdido eu de amores, devagarinho,
Levarei comigo o meu lindo amor,
A estrela mais bela que encontrei.
Não quero perder quem tanto amei!
Lisboa, 27-03-2008 22:04:08
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PARTIR…
Rogério Martins Simões
Tudo tenho feito para parar…
Falta-me a coragem para partir!
Se escrevo e não quero
Por que escrevo?
Tenho de voltar à fogueira...
E recuperar o fogo
Que apagou a minha poesia.
Pouca sorte partir;
Pouca sorte chegar…
Estou doente e cansado.
Sobra o grito que ecoa
Pelos confins dos tempos
- Honra e glória aos poetas
Viva a poesia!
07-10-2005 20:36:59
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:35
EFIGÊNIA COUTINHO Daniel Cristal Do céu veio esta bênção, cheia de azul carinhoso, e todo o horizonte esbelto se incendiou; toda a musa parou, nenhuma mais ficou, a não ser esta deusa dada ao seu gozo: Ao gozo do prazer celeste, nada mais, ao êxtase do amor mais puro que a vida; penso até que a morte foi a pena erguida para purificar a alma destes nossos ais... E assim nos levou nas asas de uma pomba, ou melhor: foi um arcanjo belo quem levou as nossas almas plenas e as manejou até às mãos de Deus, que, nunca, do amor zomba. Nos teus olhos de azul, do azul mais brilhante juntou-se o meu cristal ao puro diamante. 17.11.2005
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publicado às 18:10