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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

CHORA TRISTEZA

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CHORA TRISTEZA

Rogério Martins Simões

 

- Atravesso os muros que derrubam os silêncios…

A agonia morre emparedada…

- (cobardes, abutres,

Corja repugnante da sociedade…)

 

- Chora tristeza que o menino

Perdeu as asas para voar…

Morre vileza,

Que ao passarinho

Nem o deixaram cantar...

 

- Bruxas, adivinhas e contos de fadas:

Nem os deixaram escutar...

- Chora tristeza

Que o menino

Lágrimas não tem para deitar…

…Nem tem como fugir...

Meco, 25-06-2011 18:14:12

(Registado no Ministério da Cultura )

PUBLICADO

Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,

(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)

ISBN 978 989 51 1233 3

 

 

 

 

 

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CICLO FECHADO

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 CICLO FECHADO!

(O MEU SEGUNDO GRITO!)

Rogério Martins Simões

 

Se o teu rosto não sorri,

E o teu cabelo não desliza,

É porque a tua boca se encerra,

E a minha não será precisa…

 

O gesto, o medo, o ódio:

Tudo te corrompe.

E, até, não preciso de ponte

Encheste-me a baliza…

Espalhou-se a brisa;

Abriu-se a porta de vidro;

A janela da esperança;

E o vento até desliza…

 

Mas… se ao menos O teu rosto sorrisse!

E os teus cabelos se soltassem

Voltarias a encontrar

Os melhores passos para ti,

Porque o melhor de ti fui eu

Que adoecia dizendo olá!

 

O melhor de ti fui eu

Que te segurei, quando fugias...

Ou então sempre errei

Quando te amparei E tremias.

 

Não!

Nada sobrou de mim

Não me faças sentir assim

Pois tudo agora findou.

 

Sabes!

Tudo é nada

Quando nada começa!

E o fim não existe

Se não há princípio.

Para quê essa pressa!?

Se o inicio era nada,

E tudo foi retalhado:

Nefasto é o sofrimento

Quando não há, sequer, sentimento!

 

Se assim não fosse

Poderias dizer, ao menos, como eu

Longe!

Muito longe de ti.

Olá!

Olá poeta!

Não fiques desesperado

Não faças nada apressado!

 

Não!

Não penses sequer Que te quero!

Quem quer o nada

Se nada tem?!

Tu não vês que não há regresso

Quando não há ponto de partida!

E tu nem entendes a chegada...

 

Olha!

Eu tinha um guizo,

Cabeça de andorinha,

Que corria atrás do vento

Ao desafio com as aves.

À procura de outras asas!

E voava,

Voava, sem ser preciso.

Chamavam-lhe cabeça de vento…

Certo dia fugiu,

Voou numa folha de papel

Toquei novamente o guizo,

E tantas vezes subiu

Que se partiu o cordel.

 

Sabes!

Agora quero sorrir!

Tenho gosto, tenho vida!

Despejei a "selha de lágrimas"

Encontrei-me no "corpo ausente"

E num arco-íris

Descobri manhãs

Com que sonhei e sempre quis.

 

Afinal estou magoado!

Porque fui muito infeliz!

Mas não há dúvida!

Ainda serei feliz!

 

Lisboa, 1989

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HOJE É DIA NÃO

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(Autor da foto Rogério Simões)

 

HOJE É DIA NÃO

Rogério Martins Simões

 

Hoje é dia não!

Da negação de mim mesmo

Da negação do eu

Que me conduz à indiferença

E neste momento

Sem movimento

Corro o risco de ficar parado

 

Hoje ao passar pelo centro

Dos gélidos e doentios olhares

Que cegos não eram

Nem vivos são…

Ninguém me viu

Ninguém reparou

Que uma lágrima beijou o chão

E, enquanto tentava escrever,

Outra caiu no papel

Que acabou por secar

Porque hoje é dia não.

Lisboa, 24/11/2017 13:52:11

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BANHO...

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World Press Photo Contest 2004

 

Banho

(Romasi)

Rogério Martins Simões

 

Esta é a noite

Do casamento

Entre a violência e a inocência

Entre a granada e o camarada

Porque o sangue que corre

É uno

Com o ferro

Dos estilhaços da metralha.

 

7/10/1974

 

 (memórias do poeta - Vietnam)

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POESIA NO PRATO

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POESIA NO PRATO

Rogério Martins Simões

 

Lembra-se, meu pai,

Quando à sua mesa

Nos trocava a sobremesa

Por poesia no prato…

 

Diga-me, agora, meu pai:

Se por aí há olhares desesperados,

Mãos crispadas,

Rezas nos dentes…

 

Diga-me meu pai:

Se o sofrimento é tão só por aqui;

Se nos céus são todos iguais;

Se as regras são transparentes;

E se no inferno só ardem os maus…

 

Diga-me meu pai:

Se aí há lugar para os dementes…

Para os falazes…

Para ricos

Para os capazes

Para pobres, ou doentes.

 

Diga-me meu pai:

Se há por aí poesia

Se já conhecem a magia

Dos seus contos de encantar.

 

Nada me diz, não importa…

Mas se o céu, para si, não for boato…

Terá sempre aberta a minha porta:

E esta saudade com a poesia no prato…

 

Meco Café 12/12/2016 12:23:39

(Para publicar no próximo livro de poesia)

 

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LANCE DE AMARGURA

LANCE DE AMARGURA

Rogério Martins Simões

 

Abro a porta que me dá acesso

Ao primeiro degrau da escada

Procuro o degrau

Quero avançar

Nem que tenha de subir a escada a pulso

 

Estendo a mão e não chego

Chego a perder a noção

De que estou parado

Num lance de escadas

Com o passo apeado

Desequilibrado

Com a corda na mão

 

Solto nas escadas

Todas as legítimas ambições

Todos os projetos por concluir

 

Boa noite silêncio

Boa noite tremura

Sobra-me tanto tempo e tanta amargura

 

Meco, Praia das Bicas, 19/09/2014 23:25:41

 

 

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Letras imprevisíveis

(Elisabete Sombreireiro)

LETRAS IMPREVISÍVEIS

Rogério Martins Simões

 

Quero dizer-vos:

Que da ponta dos meus dedos

Crescem letras imprevisíveis

Que se estendem numa folha em branco:

Em levada

Em verdes prados

Saltitando a caminho da horta

 

Quero dizer-vos:

Que é de dia que as ilusões escondidas

Adormecem nas cidades

Abafando o ruído e o fecho da porta

Que a mágoa não se esbate num apagar de luz

Pois quando a noite adormece,

No leito dos rios,

Os pirilampos abrem o caminho à poesia.

 

Quero dizer-vos:

Que os risos chegam atrasados

Com asas pesarosas

E que os infelizes adormecem

Na tentação de afogarem a má sorte…

 

Quero dizer-vos:

Que os sofrimentos são paragens forçadas.

No acentuado cais de envelhecimento

E que ao cair da noite sigo a candeia

Onde velhos ciprestes anunciam a morte

E as rolas distendem as asas…

 

Depois… seguirei a minha estrela…

 

Meco, 04/06/2014 23:43:11

 

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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