Cumplicidades
(Rogério Martins Simões)
Observei-te, estavas, linda!
Bonita, como a rosa em botão!
Não te toquei estavas ainda
Longe no teu olhar - eu não!
Afinal não te era indiferente.
Mas, enfim, lá por dentro vias
Que havia em mim algo diferente
Nos locais para onde ias.
Para compensar o tempo ido
Prometias em pensamento
Recuperar o tempo perdido
À força de um sublime momento.
Amor! Estavas tão linda
Bonita como a rosa em botão
Não te toquei, estavas ainda
Perto do meu olhar - tu não!
Finalmente teu coração reparou
E descobriste que eu existia
Teu amor em mim encontrou
E… foi tão lindo esse dia.
E foram tão longos os abraços,
Carentes, infinitos e diferentes.
Foram estes os nossos laços
Afinal não éramos indiferentes…
2003
(Caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 41)
E colectânea de poemas”INDEX-POESIS”
(ISBN 972-99390-8-X e Depósito Legal 249244/06)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.P. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 14:02
FUI VER O MEU LINDO AMOR
José Augusto Simões
Fui ver o meu lindo amor
Apanhar uvas na vinha
Não querendo eu rumor
Do rumor que eu não tinha.
O meu amor sem desprimor
Era o primeiro da linha
Trabalhava com vigor
Não a queria ali sozinha.
Não se pode sair da aldeia
O povo não tem ideia
Dos defeitos que ele tem…
O povo diz mal dos outros
Que os seus erros são poucos
Mesmo os tendo também.
Lisboa, 6/8/2011
(Quero dar a conhecer um poema do meu querido pai, (meu mestre de poesia) José Augusto Simões,
que nasceu a 20 de Maio de 1922, no lugar da Póvoa, Pampilhosa da Serra.)
Poemas de amor e dor
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publicado às 19:54
(Museu de Messejana, Alentejo)
MOCIDADE
Rogério Martins Simões
Se ao menos tu
Me dissesses qualquer coisa…
Pudesses falar comigo
Como falavas outrora…
Se ao menos eu te visse agora…
Talvez me visses de sacola,
Num quadro qualquer de loisa,
A escrever de novo na escola.
Mas não!
Partiste mais cedo…e eu quedei
Com a mesma ternura de outrora,
Carregado de riscos por fora
Para aqui envelhecendo fiquei!
Mas…
Se eu te pedisse para voltares
Seria de novo menino!
Prometia não ficar traquina,
Travesso, endiabrado, irrequieto.
Volta!..
Eu espero!
Prometo que não serei
Tudo o que não fui e não quero!
07-08-2004 11:08
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09 )
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:25
(Óleo sobre tela - 2007 -
Elisabete sombreireiro Palma)
Com a publicação do soneto “A musa, o sonho e o poeta” termino esta trilogia poética iniciada em 2009. Agradeço mais uma vez ao Luís Gaspar ter dado voz ao primeiro destes 3 sonetos. Dou também a conhecer 3 quadros da minha querida e solidária companheira Elisabete Sombreireiro Palma Deixo-vos com a pintura da Elisabete e com a minha poesia. Sejam todos muito felizes,
Rogério Martins Simões
TRILOGIA POÉTICA
A MUSA, O SONHO E O POETA
I
EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR
Rogério Martins Simões
Em sonho me dependurei no luar.
O luar quis acordar os nossos cios.
Ali estavas, desnudada no meu olhar,
Encandeando meus olhos luzidios.
Os sonhos soçobram ao acordar…
O luar distende o sonho em atavios.
Ai!, sereia espraiada no meu mar,
Esperando as águas dos meus rios…
Luar!, tapa-me os olhos e os dias:
Antes cego, que acordar e não ter,
Do que ver, e não ter o que vias….
Prendo, no sono, o sonho para te ver,
Fico cego se em mim não te sentir,
Fios de seda - não te deixem partir!
Lisboa, 05-01-2009 20:49:30
(óleo sobre tela 2009
Elisabete Sombreireiro Palma)
II
BORDANDO SONHOS
Rogério Martins Simões
Em sonho me desnudei ao luar.
Ao amor me doei branca e pura.
E quando te encontrei no olhar,
Juntei o luar ao sonho na ventura.
Teus olhos não os deixes cegar!
Deixai olhar inocente candura.
Os sonhos conseguem triunfar!:
Na eternidade o sonho perdura.
Percorre o teu olhar todo o meu ser.
Feitiço tem o coração!, quer ser teu!
Glória tem teu sonho agora meu…
E se não solto os fios para te ter,
Cega fico, se em mim não te sentir,
Bordo sonhos e não te deixo partir!
Lisboa, 15-01-2009 22:48:22
(Óleo sobre tela 2008
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
III
A musa, o sonho e o poeta
(Rogério Martins Simões)
Estreita o espaço, abraça e não beija.
Vejo o luar no teu caminho errante…
Não irei recordar se tiver de amante,
Não quero acordar! O sonho voeja!
Adorno o sonho, no sono, incessante.
Afasto o meu olhar! Devaneio seja!
Poeta não serei, se te vir de mirante,
Musa serás!, em meus versos te veja.
Baila! Canta comigo! Vamos dançar!
Nos versos que me dás, para eu te dar.
Glória por ser minha a tua inspiração.
Soltam-se fios de seda, de seda fina,
Bordando versos num barco à bolina.
Os poemas são teus! Minha alma não!
Lisboa, 21-01-2009 22:30:15
COPIE AQUI OS POEMAS GRAVADOS
EM SONHOS ME DEPENDUREI NO LUAR
CARROSSEL
VOLTEI
PODCAST
Rogério Martins Simões
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:45
(Óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR
Rogério Martins Simões
Em sonho me dependurei no luar.
O luar quis acordar os nossos cios.
Ali estavas, desnudada no meu olhar,
Encandeando meus olhos luzidios.
Os sonhos soçobram ao acordar…
O luar distende o sonho em atavios.
Ai!, sereia espraiada no meu mar
Esperando as águas dos meus rios…
Luar!, tapa-me os olhos e os dias:
Antes cego, que acordar e não ter,
Do que ver, e não ter o que vias….
Prendo, no sono, o sonho para te ver
Fico cego se em mim não te sentir
Fios de seda - não te deixem partir!
Lisboa, 05-01-2009 20:49:30
(Poema dedicado a Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
OIÇA
AQUI!!!! Este poema na voz de LUÍS GASPAR dos ESTÚDIOS RAPOSA!
Amigo Luís Gaspar muito obrigado!
(Óleo sobre cartão
Elisabete Sombreireiro Palma)
BORDANDO SONHOS
Rogério Martins Simões
Em sonho me desnudei ao luar.
Ao amor me doei branca e pura.
E quando te encontrei no olhar
Juntei o luar e o sonho na ventura.
Teus olhos não os deixes cegar!
Deixai olhar inocente candura.
Os sonhos conseguem triunfar
Na eternidade o sonho perdura
Percorre o teu olhar todo o meu ser
Feitiço tem o coração!, quer ser teu.
Glória tem teu sonho, agora meu…
E se não solto os fios para te ter,
Cega fico, se em mim não te sentir,
Bordo sonhos e não te deixo partir!
Lisboa, 15-01-2009 22:48:22
Poema dedicado a três amigos, dois dos quais grandes poetas, que directamente são responsáveis por não ter rasgado a poesia que escrevo.
ERMELINDA TOSCANO – Poetas Almadenses (responsável por ter tirado a poesia da gaveta) OBRIGADO!
EFIGÉNIA COUTINHO - Poeta que tanto admiro e estimo. Responsável pela divulgação da minha poesia no Brasil através do seu conceituado site.
ARMANDO FIGUEIREDO – Mestre da poesia (Daniel Cristal)
Finalmente a todos aqueles que visitam este blog e me incentivam a continuar.
Obrigado a todos
Rogério Martins Simões
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:30
(Óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
VESTÍGIOS…
Rogério Martins Simões
Por vezes faço as pazes comigo,
Sem-abrigo, viajante diurno,
Durmo ao leme, embarco e sigo,
Ponho a minha alma de turno…
Meus medos são cerejas fingidoras
Que se me enrolam nos dedos.
Meus dedos são janelas voadoras
Que esconjuram os medos.
Não quero esticar a corda…
Sigo em frente sem enredos.
Cem segredos a minha alma recorda:
Hoje sou um rio sem rochedos.
Cega viajo! Sem tempo acorda.
- Acorda! É dia e a noite remonta!
É estranho viajar de dia!
Prefiro as noites cegas
Sem guia…
Que não têm regras.
Hoje sou um farelo amadurecido!
Um tempo de milho
Bem-parecido…
Mas só a noite me encontra!
23-10-2006
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 19:38
O FILHO DA CALÇADA
(Rogério Martins Simões)
Eu vi
O filho da calçada
Sorrindo de anjo
Com os cabelos sujos
Da cor do barro.
E o barro
Era a cor do anjo do céu…
O sujo é o amor
Da gente que passa
Coberta de véu...
E havia estradas
No rosto
Das lágrimas
Deitadas.
E havia candura
No lado oposto
Do cabelo
Cortado à pedrada…
E as pedras
Eram tábuas
E os cabelos
A almofada.
O cão a companhia
Ao filho da calçada.
Eu vi
O filho da calçada
Sorrindo de anjo
Com os cabelos sujos
Da cor do barro.
29/1/1975
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 15:15
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
NO RELEVO DO CAMPO
Rogério Martins Simões
No relevo do campo
Na giesta do mato
Tu te deitas
Eu me tardo
Tu te despes
E meu peito se quebra
Num soluço virgem
Num bater profundo
Como se todo o gesto
Percorresse o próprio gesto
Como se todo o silêncio
Fosse o próprio silêncio.
No relevo do campo
Na giesta do mato
Tudo parece acabar
Como que no chão
Tudo morresse.
Não!
As flores irão florir
Porque eu terei a força
De as despir.
E do meu gesto
Renascerá o próprio gesto.
No relevo do campo
Na giesta do mato
Tu me chamas
Eu me dispo
E num gesto
Cavo o chão
Entro nele
Para bem fundo
Fecundar a terra
E florir na Primavera.
12/02/1979
Poemas de amor e dor
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publicado às 18:27
Mãe que não aprendeu a ler
mas sabe sempre os meus ais
Mãe que cedo lutou para ter
O tanto que nos deu e me dais
E depois de si minha mãe?
Quando um dia me faltar
não a tiver a acariciar
Este pedaço de si também!
De si, minha querida mãe.
Mãe!
Passe-me as suas mãos pelo peito
Que este seu filho perdeu o jeito…
nem as estrelas consegue agarrar…
Um beijo minha querida mãe,
Lisboa, 4 de Maio de 2008
Seu filho,
Rogério Martins Simões
FOI NUMA MADRUGADA DE JULHO
Rogério Martins Simões
Foi numa madrugada de Julho
Quando as estrelas
se juntaram nos céus,
quando o sol teimava
em não arrefecer a noite,
e a lua irradiava
confundindo
as mãos dos namorados…
Andara embalado
no colo de minha mãe.
E ouvia serenamente
Na fusão das águas
O canto ameno
que me embalava.
-Lembra-se minha mãe
dos pontapés
que eu lhe dava?
-Recorda-se minha mãe
de me ouvir chorar,
Quando sem ver
me reconfortava
Passando docemente
a sua mão na barriga.
Ai como eu me sentia feliz
com as suas carícias.
Ai como era feliz
escutando o seu cantar.
Foi numa madrugada de Julho
Quando a lua espreitava
Quando a mãe terra
me chamava,
Rompi as águas,
E tinha à espera estrelícias
Majestosamente
espalhadas
por seu corpo…
Foram tempos luminosos
quando a natureza me pariu
E me trouxe de volta os olhos
com que abracei, de novo, o Sol.
Lisboa, 29 de Janeiro de 2007
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:39
(Óleo sobre tela - Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
Recuperei o meu olhar
Rogério Martins Simões
Seguia pela berma da estrada,
Sem ver, sem olhar o caminho:
Quem olha e não dá por nada,
Nada lhe serve andar sozinho.
O sol feria queimava os olhos,
Meus olhos ficaram sem ver:
Quem olha e não vê escolhos…
Nada serve bons olhos ter!
Minha sombra avelhantada
Nesse dia protestou com tino:
Andamos a avelhar na estrada,
Por quê andar sem destino?
Percorri caminhos? Não sei!
Aonde estive? Para onde vou?
E foi ao meio-dia que notei,
Que até a sombra me deixou…
Veio a noite e fui descansar!
De noite sombra não nos falta…
Adormeci sem as estrelas e o luar
Acordei quando a tarde já ia alta.
Veio o pôr-do-sol e o alvorecer.
A estrela maior saiu ao caminho:
- Que prazer em te conhecer!
Não te vou deixar sozinho!
Nem sombra nos olhos notei…
Só! Nem minha alma gostou!
E na luz dos teus olhos achei
A luz que um dia me deixou!
Lisboa, 17-04-2008 22:23:46
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:00