ENVOLTA EM SILÊNCIOS E FLORES
(Rogério Martins Simões)
Envolta em silêncios e flores,
Como se as flores te cobrissem de pétalas,
Eu te chamei deusa:
Percorriam os teus seios, colar escarlate,
Desvarios recortes de porcelana.
Estavas linda!
Partilho estes jardins de sombras
Deliciosas.
Contagiam-me as serenas manhãs,
Os frutos selvagens
E enamoro-me das estrelas.
Noite fora sou um viajante
Percorro silêncios,
Escuto os meus passos nas vielas.
Que seria de mim se não te
Reencontrasse!
Sabes a morango selvagem!
Sabes a cravo e a canela!
Se partir voltarei
Envolto em luz.
Te cobrirei de pérolas
(te chamei de musa)
E serei como a brisa,
Aragem,
Perpétua e ondulante
O sol penetrante na tua janela.
24-03-2006
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:13
MOIRA TÃO BELA
Rogério Martins Simões
Moira encantada, e tão bela.
Assim recordam aquela
Por quem tantos sofreram.
Diz de quem a ouvia cantar,
O seu canto de embalar,
Que por amor se perderam.
Quando no Tejo desceu,
Logo Lisboa lhe deu,
Um castelo com mesquita
Daí que se diga agora:
Numa colina lá mora
Essa moira tão bonita.
E se cantando chorava,
Os seus cabelos lavava,
Nas margens deste meu rio
E o rio que tudo levou
Disse ao Tejo que a deixou
Neste meu fado vadio.
Onde o Tejo beija o mar
Alguns dizem escutar
Sete colinas de fadas
São beijos desta cidade:
Sete morros de saudade
Pelas mouras encantadas…
Meco, 24/10/2019 21:13:18
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:53
O QUEBRANTO...
Rogério Martins Simões
Que fascínio exerceu, em mim, a tia Emília, do Pátio do Carrasco!
- Rogério! “Unge as mãos e os pés”!
E ali ficava sentado num banco rente ao chão, costas direitas e joelhitos bem unidos.
- O rapaz tem “cobranto” e rezava…
Depois minha mãe fazia um defumadouro
e eu respirava os cheiros ancestrais
dos contos mágicos do meu pai…
(Diálogo com a alma. Extracto da entrevista ao Jornal Serras da Pampilhosa da Serra)
Poemas de amor e dor
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publicado às 19:07
Com este meu poema de amor venho desejar a todos quantos visitaram este meu blog, UM SANTO E FELIZ NATAL
(Imagem do meu CD 30,000 Photos da Focus
The ultimate photo collection)
VERSEI-TE O CORAÇÃO
Rogério Martins Simões
Em poemas que te cantava
Naqueles tempos de então,
Não via teu rosto e sonhava
Eras a minha invenção.
E o nosso tempo esvoaçava
Em provocação…
E assim por aí andava
De mão em mão…
Depois, eu vi teu rosto
- Luar de agosto,
Num novo poema;
Numa nova canção.
E numa noite diadema:
Acendemos a fogueira;
Atiçámos a chama;
Apagámos a cegueira
De mão na mão…
E foi o poema que te encontrou…
Quando para sempre jurou
Que a partir desse dia
Não eras mais fantasia
Ou simples imaginação!
E num rasgo de poesia,
Ousada, perdida vadia
Versei-te o coração.
Numa noite diadema
Neste novo poema
Nesta nova canção!
Acendemos a fogueira
Apagámos a cegueira
De mão na mão…
19-05-2008 23:48:43
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:18
VIDEO
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:02
Seios grandes e olhar de marfim...
Rogério Martins Simões
Quando o riso fazia parte de mim;
Eu era a felicidade.
Se uma cotovia, apressada,
Passasse por meus olhos num relance;
Se ela sorrisse,
Eu disfarçava:
Prendia os meus olhos ao chão...
Envergonhado,
Mas atrevido,
Gostava de me transformar em passarito...
E lá ia eu aos saltitos,
Olhar gaiato, mas bonito,
Em busca de mais um sorriso.
Era um tempo de fadas,
De bruxas, de princesas,
De bichos com sete cabeças,
De estórias deliciosamente bem contadas,
E escutadas,
À luz do candeeiro.
Quando a manhã acordava,
Despontava em mim aquele sorriso maroto:
Um olhar de lado,
Apaixonado, e curioso,
Pelas meninas, mais velhas,
Que desdenhavam a minha precoce paixão...
Depressa consegui uma namorada
Que, todos os dias,
Fixamente me olhava:
Tinha uns seios enormes
E um olhar de prata.
E sorria!
Sorria quando a fechava,
E a fixava,
- Presa por pioneses -
À parede fronteira do meu antigo quarto.
Estou a ficar velho!
Reparo, agora, que a vejo assim:
Seios grandes e olhar de marfim...
28-01-2010 20:13:39
(será incluído no próximo livro)
Poemas de amor e dor
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publicado às 23:13
Menina, seja onde for …
Romasi
Rogério Martins Simões
Terna e doce recordação
de tão linda menina:
luzia no meu coração
numa caixa pequenina…
Sonhava sempre contigo!
Nunca havia traição!
Apenas o injusto castigo:
Terna e doce ilusão…
“Terna e doce recordação
Nunca deixaste de me pertencer
É meu, o teu coração
Por favor ajuda-me a viver”
Menina, seja onde for,
Onde e quando Deus quiser.
Rio de seiva na tua flor…
Ontem menina, hoje mulher…
1988
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:49
SÓ!
Rogério Martins Simões
Só! Todos já saíram.
Só! Estou a reparar:
Nos cabelos brancos
E numas quantas marcas
No fundo do meu olhar.
Só! Daqui a pouco
Todos estarão de volta.
E o que mais me importa
É que me vejam
Mesmo que nem reparam
Como estou cansada.
Só! Como todos cresceram
Sem darem conta
Que sobre mim recaem
Todos os cuidados.
Só vou contando os anos
Festejando os danos
Pelos aniversários.
Mas amanhã será sábado.
E ao sábado tudo é diferente
Amanhã só não estarei
E à noitinha
De tão perto… Tão rente…
Noutro olhar voltarei
E serei rainha...
Meco, 10/02/2017 00:42:47
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:50
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:50
EM VERSOS QUERO-TE LOUCA…
Rogério Martins Simões
Brilha o sol no teu olhar,
Adormece a lua na tua boca,
E o beijo é para rimar,
Pois aqui quero-te louca.
Sempre que por ti passava,
E o vento te bulia a blusa,
Era indiscreto e espreitava:
Teus seios, oh minha musa.
Nem às estrelas ligava…
Pensava em ti sem dormir,
Meu corpo que te chamava,
No teu acabou por partir.
Quando a noite começava
Partíamos, e a crescer,
Enquanto a noite durava,
Não mais queríamos saber.
Ontem, quando eu te olhava,
Naqueles teus olhos meios…
O fogo de então recordava,
Quando eles ficavam cheios.
Brilha o sol no teu olhar.
Teus seios, a minha boca
O fogo é para rimar
Nos versos quero-te louca.
Meco, 12/03/2014
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:28