ENVOLTA EM SILÊNCIOS E FLORES
(óleo sobre tela de Elisabete Sombreireiro Palma)
ENVOLTA
(Rogério Martins Simões)
Envolta em silêncios e flores
Como se as flores te cobrissem de pétalas
Eu te chamei deusa.
Quando o meu olhar era de cristal.
Percorriam os teus seios, colar escarlate,
Desvarios recortes de porcelana
Estavas linda!
Partilho estes jardins de sombras
deliciosas
Contagiam-me as serenas manhãs,
os frutos selvagens
e enamoro-me das estrelas.
Noite fora sou um viajante
Percorro silêncios,
escuto os meus passos nas vielas.
Que seria de mim se não te
reencontrasse!
Sabes a morango selvagem!
Sabes a cravo e a canela!
Se partir voltarei
Envolto em luz
Te cobrirei de pérolas
(Te chamei de musa)
E serei como a brisa,
Aragem,
Perpétua e ondulante
O sol penetrante na tua janela.
24-03-2006