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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Versos de amor

 

1953
Minha mãe, meu irmão Jaime e eu

Versos de amor

Rogério Martins Simões

Logo! Logo muito cedo,

Irrompe a luz, sem medo,

E descobre meu olhar.

Entra, sem bater à porta,

Quando o sol conforta:

Lembranças a despontar.

Em cima da velha mesa

Eu tinha a roupa presa

Com o prato da merenda:

Manteiga e pão escuro;

Que o branco era duro,

E só pela encomenda...

Solto os meus pés à légua

Que, na escola, a régua

Não aceita a demora...

Quisera, então, aprender,

A ler, para escrever,

Os meus poemas de agora.

Revejo, neste caminho,

Meus pais, com tanto carinho,

Neste nosso trilho em flor.

Volta o sol, que me beija,

Nesta manhã, que cereja,

Em meus versos de amor.

 

Lisboa, 30-10-2010 22:33:19

 

De acordo com a Lei os direitos de autor estão protegidos,

independentemente do seu registo.

(A registar no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

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Altivez

 

 

 

 

 

ALTIVEZ
ROMASI
Rogério Martins Simões

Queimo na anarquia de fogo,
O que resta deste amor.
 
Lívido,
De desmaio em desmaio,
Tropeço amargurado
E caiu
Nas raízes desta dor.
 
Estou exangue
Perdendo sangue
Mais uma vez.
 
Desprendo lamentações
Sem contemplações
Outra vez.
 
E nesta nudez…
Fel das traições…
Recobro da desfaçatez
Em mais transfusões.
 
Antes tivesse morrido.
Porque fico perdido.
Porque fico sentido.
Com a tua altivez…
1973
 
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PÁRA...

 

 

 

 

PÁRA

Rogério Martins Simões

 

Segredaste-me tantas palavras,

Esta noite meu amor,

Quando no quarto imperava o silêncio!

E disseste tantas coisas,

Em silêncio,

Que nada ficou por dizer!

 

Tu sabes que eu gosto do silêncio!

De respeitar o silêncio,

Mesmo que ele incomode.

 

Incomodam-me

Mais os estados de “não alma”,

Que perturbam o silêncio,

Com palavras ditas de forma não calma.

 

Eu sei que não conheces

As “não palavras:

Que me ferem os tímpanos,

Que não acalmam!

Que me pulverizam o silêncio

Aniquilando o alento!

Que me cortam a respiração

E me deixam frustrado,

Cabisbaixo,

Adiando ou extinguindo

Para sempre a inspiração!

 

Que génio teriam os poetas

Se lhes parassem a respiração,

O pulsar e a pena?!

 

De que forma?

Com que sentido,

Teriam estas palavras,

Se as minhas palavras

Fossem desprovidas de qualquer sentido.

 

Sentidas foram as tuas palavras

Quando me disseste,

Sem falar,

Estas palavras:

Pára de escrever!

Porque as palavras te fazem sofrer!

Pára, vem descansar!

Para o corpo retemperar!

 

Mas meu amor

O meu descanso

Está nas palavras que não comando!

E se sofrer eu sofro

Escrevendo

Pior sorte seria

Não escrever chorando.

 

17/05/2004

 

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Eugénio de Andrade

 

EUGÉNIO DE ANDRADE

Rogério Martins Simões

 
Lenço alvo... acena
Na cena da despedida
Lírio do campo
Minha alma açucena
Toda vestida de branco
Por ti
 
Pudesse eu juntar-te rosas...
Às tuas orquídeas e frésias...
É ainda Primavera!
Dou-te um cravo vermelho
Colhido na minha cidade.
 
É tarde!
Não vai chegar a tempo...
Não ouvirás falar de mim
Encarnado na resistência
Entre fragas e falésias...
Poeta menor, assim.
 
De génio e claridade
É a tua poesia
Minha alma açucena
Toda vestida de branco
Por ti
Eugénio de Andrade
14/06/2005
 
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Seca a boca

 

 

SECA A BOCA
Romasi
 
Seca a boca
corta a garganta
e a lâmina penetra…
Afundo…
 
No fundo,
o fundo chama.
A chama ateia…
à teia onde me enlaço:
O laço!
O abraço!
A  sede…
que me asfixia a garganta...
 
Ai a chama!
Ai o medo!
O abraço onde cedo…
 
Seca-me a boca
e encho a taça.
Choro as minhas lágrimas
asfixiadas!
 
- Vai-te embora!
Quero continuar só…
 
Lisboa, 1984

 

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Cesário Verde - romagem de saudade

 

 

 

 

Cesário Verde

(romagem de saudade)

Rogério Martins Simões

 

Num círculo de saudade

Quebrado por ais,

Suspiro e parto

Os poetas partem cedo

Cesário

cedo demais...

 

A manhã cede, a tarde não tarda

Apenas a voz de um guarda

Que me indica o seu terreno fim…

 

Sento-me num banco

Já não há quem ore!

Já não há quem o chore!

Levei-lhe um cravo branco!

19-07-2005

 

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Alexandrina de balasar

 

 

 

Mistérios da fé

Alexandrina de Balasar

 

Desloquei-me neste fim-de-semana a Balasar, uma aldeia que fica perto da Póvoa do Varzim a caminho de Famalicão (no norte de Portugal), para assistir ao casamento do filho de uma amiga.

O casamento realizou-se na Igreja de Balasar, Aldeia pequena e muito conhecida de “crentes e peregrinos” pois, na capela dessa igreja está sepultada a Beata Alexandrina de Balasar.

Alexandrina de Balasar, seu nome completo: Alexandrina Maria da Costa, mais conhecida pela doentinha de Balasar, foi canonizada recentemente pelo Papa. Alexandrina de Balasar foi elevada aos altares, como Beata, por existirem, posteriormente à sua morte, vários milagres comprovados, nomeadamente, a cura de uma doente em estado avançado de Parkinson.

A visita que fiz à casa onde ele viveu “amarrada” a uma cama durante mais de 30 anos tocou-me seriamente.

Confesso, que sempre senti uma enorme vontade em lá ir. Porém, foi tudo por acaso - se acaso o acaso existe.

No dia que antecedeu o casamento, o dia 17/9/2004, ao visitar a casa onde ele esteve entrevada, senti no corpo e na alma uma enorme presença espiritual para a qual não encontro explicação ou razão racional.

A Beata Alexandrina, segundo rezam as crónicas, esteve entrevada durante 30 anos, desde o dia 27 de Março de 1942 até falecer em 13 de Outubro de 1955, sem tomar alimento de espécie alguma, com dores constantes do corpo e torturas indizíveis da alma mas sempre generosamente resignada, sempre sorridente, a todos acolhendo com bondade impressionante.

«Alexandrina era portadora de compressão medular alta só, ou complicada de outros focos compressivos baixos» «A história da doença, os sintomas de que anteriormente se queixava e que hoje (Maio de 1942) apresenta, fazem crer que se trata de uma espécie de vários focos, mas principalmente lombo-sagrada, em compressão medular de um ou mais focos. É portadora também de uma cistite possivelmente devida aos cateterismos efectuados, durante longo tempo, mas o que principalmente avulta, na sua sintomatologia, é a compressão medular, ou mielite que a impossibilita de mexer-se, atento o grau que ela atingiu, na sua evolução de anos» (exames de 1941, rectificados em Maio de 1942 e anotados em 19 de Janeiro de 1943 pelo Dr. Gomes de Araújo e confirmados pelos Drs. Carlos Alberto Lima, professor Laureado da Faculdade de Medicina do Porto, e Dr. Manuel Augusto de Azevedo formado na mesma Faculdade).

Custa a acreditar que alguém sobreviva durante 13 anos sem comer, alimentada, apenas pela hóstia da comunhão.

Alexandrina ofereceu o seu sacrifício ao seu Deus, sempre com um sorriso, pela salvação das almas de todos os povos do mundo e é dela este pensamento:

 

«Queria consolar e confortar todos.

Queria dar alegria a todos os corações.

Queria tirar a fome aos famintos.

Queria vestir todos os nus.

Que pena eu experimento por todos os pobrezinhos»

 

Do seu diário a seguinte passagem (Diário da Alexandrina, 21.03.1947)

 

«Eu vivo com todo o amor,

porque com todo o amor por ti sou amado.

Amas-Me quando choras,

quando sorris;

amas-Me na dor

e na alegria;

amas-Me no silêncio

ou falando:

amas-Me em tudo».

 

(Beata Alexandrina de Balasar)

Nasceu: 30/03/1904

Faleceu 13/10/1955

Rogério Simões

20-09-2004 1:15:38

 

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Água salgada

 

 

 

Água Salgada

Rogério Martins Simões

 

Tenho sede...e sofro

É em vão a minha dor.

A vida acaba

Quando espero o seu começo.

Triste, já cansado,

Fatigado de andar

Busco água

No oceano da vida.

Retiro-me, procuro o mar

Mergulho…,

Afogo a minha sede de vida!

E morro…

Olhos salgados de mar…

 

Novembro de 1968

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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