O mostrengo poema de Fernando Pessoa - Mensagem
30/11/2011
O Mostrengo
Fernando Pessoa
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teu olhar
Rogério Martins Simões
Sempre que os olhos se beijam
As mãos
Por mais calmas que sejam
Tremem
Sempre que os beijos cantam
Os lábios
Por mais insensíveis que sejam
Sentem
Sempre que há desejo
Os olhos
Por mais que mintam
Traem.
Dizes!
Que os meus beijos tremem
Quando os teus olhos falam.
20 Março de 1977
(Foto da autoria de Elisabete Palma)
PARTIRAM AO VENTO…
Rogério Martins Simões
Partiram ao vento
As almas dos poetas
E fizeram amor num canto
No canto mágico dos poetas.
E o chão ficou pejado de rosas
O mar incendiado de sereias
E no azul celeste do céu
O céu ficou coberto de estrelas.
Havia quem cantasse!
Havia quem chorasse!
Vagabundas as almas
Que por ali ficaram
Não havia noite!
Não havia dia!
Não existia Inverno!
Nem havia Verão!
Venham!
Eu vos dou o tempo
Da eterna poesia
Poemas ao vento
Em flores de algodão.
Finalmente partiram
No fogo das trovas.
Retomaram os corpos
Fez-se noite!
Fez-se dia!
Voltou o Inverno!
Aqueceu o Verão!
Choraram!
Cantaram!
Tremeram!
E morreram de amor cantando
27-01-2005
(Poema dedicado ao Dono da Loja e a todos os poetas)
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
Morangos
Efigenia Coutinho
Dedicado ao meu amigo
Rogério Simões
MORANGOS
Efigénia Coutinho
É a temporada
do tempo dos morangos
dos sonhos de inverno
de noites de luas cheias
do aconchego ao pé duma lareira
do bom vinho e queijos
de sonhos risos e beijos
de dançar em seus braços
de amar... amando...
da beira mar...andar descalça
dos sorvetes com
calda quente de morangos
o inverno se instalou
este é o meu tempo
e dos morangos que me
adoçam a boca
adoçando a vida...
longe... muito longe
tem um olhar clandestino
há um sonho à deriva
esperando que as sementes
dos morangos despertem
para olhar o Amor ao
tempo dos Morangos...
11/07/2007
Balneário Camboriú
Brasil
Morangos
Rogério Martins Simões
É o tempo dos corpos estendidos
Das praias vestidas - cor de morango
Dos peitos nus; dos corpos aquecidos
Num aconchego, laçados num tango.
Vem minha amada
Este é o nosso tempo à beira-mar
Candeias iluminam a tua fronte.
Defronte às ondas, na praia deserta
Onde o deserto não cobre as dunas
Tinhas na duna, a duna entreaberta
E na descoberta esquecemos as runas…
É a temporada dos sonhos
De todas as estações - verbo e amar
Do sémen… do belo horizonte…
Vem minha amada
Sorvete de morango na hora doce
Quando, no calor, os calores apertam…
É a temporada
Do beijo indiscreto - agridoce
Memórias que os morangos despertam…
(Campimeco)
Aldeia do Meco, 13-07-2007
Portugal
Agradeço à poetisa brasileira, Maria Efigénia Coutinho Mallemont, o lindo poema, morangos, que me dedicou.
Como não podia deixar de ser, retribuo este seu lindo gesto com a minha versão de morangos.
Este é um “dueto” entre dois poetas, da língua portuguesa, separados no tempo, por dois dias, por duas estações: Inverno –Verão e irmanados pelo enorme amor à poesia.
Foi um prazer partilhar convosco este nosso momento de poesia.
Rogério Martins Simões
( Óleo sobre tela ELISABETE MARIA SOMBREIREIRO PALMA)
VEM! PORQUE ESPERAS
Rogério Martins Simões
Ode porque esperas?
Se a espera muito pesa
Pesa a incerteza
Desilusões, quimeras…
Porque esperas?!
Regressaram os cercos
Cercados de utopia
Volta! Se não vens
Desgarra o pensamento
Algemas no olhar?
Viaja livre no momento
Eis de novo a divagar:
Relvei estas palavras
Flori na tapada
Meu nome é poema
Filho do verso
E no reverso
Quem diria?
Pervertes tudo!
Nada…
É só poesia…
Lisboa, 3 de Outubro de 2005
MENSAGEM
Amanhã dia 27/3/2004 pelas 17 horas, vai ser editado um caderno com 12 poemas que retirei da gaveta.
Será o caderno n.º 41 da Colecção “Índex Poesis” uma iniciativa da Ermelinda Toscano, a quem agradeço.
Não poderia deixar de agradecer a “quem” me aconselhou a visitar o Blog de divulgação de cultura que eu já incluo nos favoritos.
Uma palavra de reconhecimento e gratidão para a autora da feliz ideia de divulgar a poesia e os novos poetas, com o título “Uma dúzia de páginas de poesia”, no Café com Letras, sito na Rua Cândido dos Reis, n.º 88, Cacilhas – 2800-297 – Almada, durante a sessão de << poesia vadia >>.
Citando Ermelinda Toscano “para que a poesia nunca mais fique aprisionada nas gavetas da memória, ou esquecida numa folha de papel que ninguém lê”.
Para recordar a o dia em que publico, pela primeira vez 12 poemas, dou a conhecer um dos meus primeiros trabalhos que não rasguei.
Obrigado, e que vivam os poetas e a poesia.
ROMASI