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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Beija Flor

 

 

 

 

 

 
Beija-Flor
Rogério Martins Simões
 
Era um leve beija-flor
quando a tua flor descobri.
Levava o vento
quando o teu ventre percorri.
Perdi a flor!
Passou o tempo!
Sou um velho colibri…
28-02-2008 23:53
 
 
 
 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

A MUSA - ELISABETE MARIA SOMBREIREIRO PALMA

 


(E junto a este seu  lindo poema de amor estava este seu belo quadro)

 


 

 

(A MUSA)

 

19/03/2009

 

(Óleo sobre tela

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

 

VIVA A POESIA! 

 

 

 

 

 

 

A ESTRELA MAIS BELA QUE ENCONTREI!
(Rogério Martins Simões)
 
Sabes encontrar-me pela manhã,
No riacho cristalino do desapego,
Onde, renunciando, dores refego,
Para que a esperança não seja vã.
 
Livre da dor e tortura é este afã.
Cuido este corpo onde me apego.
Tarde libertar-me deste carrego,
Que extingue o carma de amanhã.
 
E se estiver na hora quero propor:
Irei de mãos dadas pelo caminho,
Perdido eu de amores, devagarinho,
 
Levarei comigo o meu lindo amor,
A estrela mais bela que encontrei.
Não quero perder quem tanto amei!
 
Lisboa, 27-03-2008 22:04:08

 

 

 

 

 

EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR

 

 

Rogério Martins Simões
 
 
Em sonho me dependurei no luar.
O luar quis acordar os nossos cios.
Ali estavas, desnudada no meu olhar,
Encandeando meus olhos luzidios.
 
Os sonhos soçobram ao acordar…
O luar distende o sonho em atavios.
Ai!, sereia espraiada no meu mar,
Esperando as águas dos meus rios…
 
Luar!, tapa-me os olhos e os dias:
Antes cego, que acordar e não ter,
Do que ver, e não ter o que vias….
 
Prendo, no sono, o sonho para te ver,
Fico cego se em mim não te sentir,
Fios de seda - não te deixem partir!
 
Lisboa, 05-01-2009 20:49:30
 
 
 
 
Faz pouco mais de um ano que o nosso cão nos deixou e as palavras que então escrevi continuam a fazer eco. O cão era mesmo uma grande companhia!
Neste óleo, com que a Bete me presenteou, está representado o nosso querido Tarik.
Se repararem, durante muito tempo, deixei de escrever poesia. A sua partida deixou-me mais só e a saudade permanece.
Como sabem a doença de Parkinson leva os doentes a isolarem-se e foi o que me aconteceu: fico só, por aqui tentando agarrar as palavras, e sem o nosso lindo cão sinto um enorme desconforto apesar de muito bem acompanhado pela Bete.
Hoje estive a reler o que então escrevi neste blog.
 
 
Vem isto a propósito de uma notícia que nos chega do Brasil e que nos vem de novo alimentar a esperança de podermos vir a ter uma vida normal: um novo tratamento desenvolvido pelo médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis poderá revolucionar a vida de pacientes com doença de Parkinson.
 
Desistir nunca foi meu hábito! Ganhei um novo alento apesar de já me ter sentido frustrado por outras notícias parecidas que nada de novo nos trouxeram.
Para quem quiser saber algo mais sobre este tratamento poderá visitar o meu blog de Parkinson no Sapo ou o blog no “Sol”. Os links estão mesmo ao lado.
Volto a sonhar! Porém sinto uma enorme saudade do nosso pequeno/grande “Podengo Anão”.
Rogério
 

 

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Choro de Dor!

 

 

 

CHORO DE DOR!
Rogério Martins Simões
 
Tenho um remo sem timoneiro.
Grudo a vida nas minhas preces.
Para que serve o meu veleiro?
Se, sem beber, ando aos esses.
 
Entorno a sopa no cancioneiro…
Colo versos e não os mereces.
Molho a pena no meu tinteiro:
Sonetos que na tristeza teces!
 
Treme a perna! Treme a mão!
Treme a mesa! Treme o chão!
Prendo versos no meu olhar.
 
Paro de tremer para a escutar:
- Coração, não tem mal de amor!
Vai borboleta! Choro de dor!
 
Lisboa, 17-03-2009 23:17:27
 
 

 

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Doces eram as manhãs

 

 

 

 

DOCES ERAM AS MANHÃS
(Rogério Martins Simões)
 
Doces eram as manhãs.
Quando corria descalço,
No encalço de tanto sonho.
Espremia azedas,
Deixava espreitar o acre
Pelos lábios,
Que me sabiam a mel.
 
Raras são hoje as manhãs,
Que não revisito
Os prados verdes,
Onde me avisto ou me ponho,
No sono, ou em sonho,
Por caminhos de cabras.
 
Olho em frente!
Reconheço as veredas
Paro na nascente,
Da vertente,
Tenho de me refrescar.
 
Andei tanto!
Já não posso andar.
Trago nuvens nos olhos abertos,
Encobertos,
Sem pranto.
Só sei recordar!
 
Paro de arriscar!
Estou riscado e confinado
Ao depois…
Fico-me pela cidade!
Subo as colinas,
Num carro, sem bois,
E trepo no elevador da idade.
 
Que me importa!
Se logo irei recordar,
Um tempo em que o tempo parava,
Quando na carqueja o meu corpo riscava
Por caminhos de cabra a esvoaçar:
 
Quando desconhecia o amargo da saudade
E só entendia os trilhos da liberdade…
 
11-03-2009 21:43
 

 

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De repente os dias são noites

 

 

 

 

 

De repente os dias são noites
Rogério Martins Simões
 
De repente os dias são noites.
As noites são meses.
Os meses são anos.
Cabelos brancos.
Desenganos!
 
De repente
tudo se esquece,
tudo esmorece,
tudo morre e renasce.
 
De repente,
Se repentinamente não me contivesse,
Entrava no poema em parapente.
Rente!
Rente à sorte se a tivesse!
 
Por agora não!
Vou à frente do vento,
Que me leva
Por caminho certo
Que só ele conhece.
 
Já passaram por tantas luas.
Cruzei mares e caravelas.
Subi escadas.
Desci escorregas e ruas
Onde o vento mora
E não me diz para onde me leva.
 
De repente fiquei cansado!
Pesado!
 
Talvez não me deixe para trás…
 
Lisboa, 22 de Janeiro de 2009
 

 

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Altivez

 

 

 

 

 

ALTIVEZ
ROMASI
Rogério Martins Simões

Queimo na anarquia de fogo,
O que resta deste amor.
 
Lívido,
De desmaio em desmaio,
Tropeço amargurado
E caiu
Nas raízes desta dor.
 
Estou exangue
Perdendo sangue
Mais uma vez.
 
Desprendo lamentações
Sem contemplações
Outra vez.
 
E nesta nudez…
Fel das traições…
Recobro da desfaçatez
Em mais transfusões.
 
Antes tivesse morrido.
Porque fico perdido.
Porque fico sentido.
Com a tua altivez…
1973
 
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EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR

 

(Óleo sobre tela

Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

 
Poucas pessoas, à excepção daquelas que verdadeiramente sofrem connosco, se apercebem da verdadeira gravidade da minha doença de Parkinson.
Gestos comuns, instintivos e rotineiros, deixam de estar ao alcance dos doentes de Parkinson. Fazer a higiene matinal que demorava 10 minutos passou a demorar mais de uma hora. Um simples apertar de um botão da camisa; um ajeitar do nó da gravata ou apertar o cinto leva muitas das vezes ao desespero.
Pouco a pouco vamos perdendo a qualidade de vida. Perde-se a dicção, perde-se o movimento do rosto – chora-se o sorriso – e até a agilidade se perde quando nos queremos virar no nosso leito.
Depois sentimos culpa por já não sermos úteis, por já não ajudar nas lides caseiras, como sempre o fiz desde os meus 7 anos de idade.
O ano de 2008, que tento esquecer, foi o ano em que os desaforos da ingratidão nos foram chegando em catadupas, entristecendo e seriamente comprometendo a minha esperança.
Quem não é corrupto, e sendo um trabalhador por conta de outrem, não consegue fazer fortuna.
A dependência humilha a menos que haja alguém que não cobre…
Em 2008 nem o nosso cão nos sobrou!
Depois chega a interrogação: que seria de mim sem o carinho e o amor dos meus idosos e queridos pais, Isabel Martins de Assunção e José Augusto Simões
Que será de mim sem a minha doce e solidária companheira Elisabete Sombreireiro Palma.
Falar de Elisabete Palma é falar de doação. Elisabete Palma reúne, numa só pessoa, todas as qualidades que sempre sonhei encontrar e encontrei numa companheira.
Por serem já tão raras essas virtudes é para ti o soneto que escrevi este ano e que te ofereço com tanto amor.
Rogério Martins Simões

 


 

 
EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR
Rogério Martins Simões
 
 
Em sonho me dependurei no luar.
O luar quis acordar os nossos cios.
Ali estavas, desnudada no meu olhar,
Encandeando meus olhos luzidios.
 
Os sonhos soçobram ao acordar…
O luar distende o sonho em atavios.
Ai!, sereia espraiada no meu mar
Esperando as águas dos meus rios…
 
Luar!, tapa-me os olhos e os dias:
Antes cego, que acordar e não ter,
Do que ver, e não ter o que vias….
 
Prendo, no sono, o sonho para te ver
Fico cego se em mim não te sentir
Fios de seda - não te deixem partir!
 
Lisboa, 05-01-2009 20:49:30
 
 
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O tempo voa

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

O TEMPO VOA

Rogério Martins Simões

 

O tempo voa.

Que voe,

e nos deixe amanhecer mais tarde…

com os nossos corpos colados

no tempo.

Na leveza deste tocar breve,

que roça os nossos sentidos

e tem tanta beleza.

 

O tempo voa.

Que voe,

mas não apague

este ardor que arde

Prazer incontido que nos torna carne,

Com os nossos corpos molhados

Entre lençóis de linho.

 

O tempo voa.

Regressam as nossas recordações

de mansinho…

 

15-08-2006 22:15:18

(Poema inédito neste blog)

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MEU CHÃO

(MEU CHÃO ÉS TU, MEU LINDO AMOR)

(Óleo sobre tela da minha linda companheira Elisabete Sombreireiro Palma)

 

MEU CHÃO

Rogério Martins Simões

(mote - meu chão)

 

Soltei meu versos, asas de condor,

Paixão não rima com dor

Meu chão és tu, meu lindo amor

 

Tenha a mão presa num cordel

Parkinson só rima com dor

Meu chão és tu, meu lindo amor

 

Tombei, caí, senti o chão…

Que seria de mim sem tua mão

Meu chão és tu, meu lindo amor

 

Agarro o verde esperança de papel

Ando nas cores arco-íris dum pincel

Compaixão?

Meu chão és tu, meu lindo amor.

 

Soltaste minha corda, minha mão

Ao peito a levaste em oração

Meu chão?

Meu chão é teu chão oh lindo amor!

 

Lisboa, 15-02-2007 23:59

(Escrito agora para a ciranda Poetrix “Meu Chão”)


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Caminho que destino?

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

Caminho que destino?

(Rogério Simões)

 

Caminho! Que destino?

Por portas e travessas

Já sou velho! Fui menino!

Meus sonhos tiveram asas,

Asas de passarinho,

Agora não tenho pressas!

 

Deixei o meu soluço

Deixei a minha tristeza

Afinal o meu percurso

Foi a minha grande riqueza

 

Aqui ou em qualquer lugar

Volte de novo a ser dia:

Quero luz para iluminar

A alma que Deus me deu:

Num azul cor de mar!

Num azul cor de céu

 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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