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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Real Bordalo, o poema e o vídeo

 

 


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AQUI


 

SONETO REAL BORDALO

 

 

 

 

REAL BORDALO
Rogério Martins Simões
 
Apanho o eléctrico amarelo à pendura,
agacho-me para o condutor não ver,
o que as tintas, e pincéis de seda pura,
imortalizaram numa tela sem perceber.
 
Miúdo traquina pendurado na pintura…
brincando às escondidas sem saber,
que um pincel o apanhou com ternura,
viaja de graça num quadro sem o ter…
 
E salta para o chão em andamento.
Abala, embalo, travo e não me estalo…
E o Mestre pinta na tela o movimento.
 
E ficam as cores arco-íris nas telas.
Os putos, os eléctricos e as vielas.
Lisboa é toda sua! - Real Bordalo.
 
Lisboa, 30 de Janeiro de 2007
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
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Odores

 

 

REAL BORDALO

 

 

 

 

 
ODORES…
Rogério Martins Simões
 
Um perfume forte sobe ao meu olfacto.
Há cheiros que se confundem e fundem neste barco.
O barco quebra as ondas, dispersando, misturando outros odores.
O que escondem, e por onde andam, tantos pensamentos que distintamente viajam neste barco?
Todos diferentes.
Lenitivas abstracções, olhares distantes, escapam-se pela escotilha deste nosso barco…
Um aroma se renova enquanto o meu pensamento esfria nas águas que espumam.
Cheira, agora, a maresia…
 
(Diálogos da alma e do poeta: entre Lisboa e o Seixal)
Tejo 2009
 
 

 

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Poemas inconjuntos

 

(Óleo sobre tela

Mestre

REAL BORDALO)

 

 

 

Poemas Inconjuntos
Alberto Caeiro
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.
Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva –
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.
Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão –
Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído.
7-11-1915
 
Quando vier a Primavera, 
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. 
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. 
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. 
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. 
O que for, quando for, é que será o que é.
7-11-1915
 
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, 
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão urn acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.
 
(Salvemos O Martinho da Arcada)
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Real Bordalo o mestre pintor da cidade de Lisboa

 

MESTRE- REAL BORDALO

 

 

 

Real Bordalo – O Mestre pintor da Cidade de Lisboa
 
Tenho a felicidade de conhecer e ser amigo deste grande pintor.
Conheci o Artur, nos anos 70 do século passado, quando passávamos férias nas termas do INATEL em Entre-os-Rios.
O tempo não pára. Até que um dia de novo nos encontrámos, agora mais velhos: Ele, o Mestre Real Bordalo, um talentoso pintor, a par dos maiores, entre os maiores, que o tempo não fará esquecer. Eu, um humilde poeta - mas poeta - que como ele ama a nossa querida Lisboa.
Falava do nosso reencontro. Foi aí que o Mestre puxou pela caneta e, na toalha de papel que protegia a mesa, desenhou a minha caricatura. Guardei religiosamente esse pedaço de talento.
Passado um tempo voltei a escrever poesia. Foi assim que nasceu este soneto que dediquei ao Mestre Real Bordalo e que reedito com muito prazer.
Hoje, por amigos comuns, recebi notícias do Artur – O MESTRE - REAL BORDALO – Que Deus o proteja e nos continue a contar as histórias de Lisboa através desta luz tão especial que coloca nas suas aguarelas e nos seus óleos.
Os eléctricos quase desapareceram.
Os seus quadros são autênticas preciosidades e raridades.
Vejam como o pintor magistralmente nos mostra um eléctrico, junto à Basílica da Estrela, em dia de chuva.
Um grande abraço ao meu bom amigo Artur, mestre entre os mestres da pintura portuguesa.
Do seu sempre amigo,
Rogério Martins Simões
11-08-2009 22:53:46
 
 

 

 

(REAL BORDALO)

 

 

REAL BORDALO
Rogério Martins Simões
 
Apanho o eléctrico amarelo à pendura,
Agacho-me para o condutor não ver,
O que as tintas, e pincéis de seda pura,
Imortalizaram numa tela sem perceber.
 
Miúdo traquina pendurado na pintura…
Brincando às escondidas sem saber,
Que um pincel o apanhou com ternura.
Viaja de graça num quadro sem o ter…
 
E salta para o chão em andamento.
Abala, embalo, travo e não me estalo…
E o Mestre pinta na tela o movimento.
 
E ficam as cores arco-íris nas telas.
Os putos, os eléctricos e as vielas.
Lisboa é toda sua! - Real Bordalo.
 
Lisboa, 30 de Janeiro de 2007
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

 



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Viagem - republicado

 

 

MESTRE REAL BORDALO

 

 

 

 

VIAGEM
Rogério Martins Simões
 
A maré está em maré baixa.
Para onde foi a água salgada
E o sal que me temperou?
 
Meu barco sulca pelas águas que ficam…
Porque ficam as águas que não partem?
Quando partem as águas que ficam?
 
A maré está calma…
As águas parecem quedar:
O barco desliza e faz ondas,
Nas águas calmas e mansas,
Sopra uma ligeira brisa
E o barco desliza…
 
Outro barco passa…
Já passou!
Por tempestades
Por dias de sol…
 
Meu barco de contida graça
Semeia carneirinhos,
Branca espuma,
no verde-mar.
 
Quantos marinheiros respiraram este ar?
Quantos pescadores lançaram redes?
Quantos mares acolheram estas águas?
Mágoas?
Meu barco abranda
Estava proibido de atracar
Nas palavras que pincelam
As cores deste náufrago.
 
- O barco vai parar!,
Grito ao arrais!
 
Estou finalmente a chegar
Ao fim destas palavras
Olho as amarras
com que prendem o barco…
A maré continua vazia….
Há tanto lodo no cais!
 
(Diário de viagem, Seixal-Lisboa
13-08-2008 09:01:19
 
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)

 

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Fado! Só fado!

 

 

Óleo sobre tela
REAL BORDALO

Igreja Senhora da Saúde

 

 

 

Fado! Só fado

Rogério Martins Simões

 
Lisboa

Não te incomodes

Comigo

Deixa secar as lágrimas

Anunciadas…

Em teu xaile preto

E mesmo que acordes.

Nos teus acordes,

Não tenho ais!

Mais,

Para trinar contigo.

 

Tirei a última lágrima

De saudade

Que escorria da varanda

Da minha viela

Reguei com ela

O vazo do manjerico

que o acaso

ou a esperança

me deixou à janela.

 

Porque é que sinto

Esta dor imensa

Que consome

E devora

O canteiro do meu corpo?

 

Não orvalha na cidade…

 

Deambulo!

Sai do meu peito

Um lancinante grito

Enquanto meus passos

Despeitam a noite…

Sou viola…sem cordas.

Canto aflito...

Castigo… sem pecado

Cais?!

Barco sem arrais!

Grito?

Fado! Só fado…

 
Lisboa

Não me apagues o que resta

Do cheiro a manjerico…

 

Meco, 02-09-2008 21:48

 

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VIAGEM

 
 

 

 

(Óleo sobre tela do mestre

 

REAL BORDALO)

 

 

Em poucos minutos escrevo um poema
Pouco tempo para uma vida...
O que imortaliza um poema?
O tempo? ou a pena?
Tudo vos dei:
O tempo, a pena e a vida…
Valerá a pena
a VIAGEM
dizer adeus na despedida…
 
MECO, 13 de Agosto de 2008
ROMASi/Rogério

 

 

 

VIAGEM
Rogério Martins Simões
 
A maré está em maré baixa.
Para onde foi a água salgada
E o sal que me temperou?
 
Meu barco sulca pelas águas que ficam…
Porque ficam as águas que não partem?
Quando partem as águas que ficam?
 
A maré está calma…
As águas parecem quedar:
O barco desliza e faz ondas,
Nas águas calmas e mansas,
Sopra uma ligeira brisa
E o barco desliza…
 
Outro barco passa…
Já passou!
Por tempestades
Por dias de sol
 
Meu barco de contida graça
Semeia carneirinhos,
Branca espuma, no verde-mar.
 
Quantos marinheiros respiraram este ar?
Quantos pescadores lançaram redes?
Quantos mares acolheram estas águas?
Mágoas?
Meu barco abranda
Estava proibido de atracar
Nas palavras que pincelam
As cores deste náufrago
 
- O barco vai parar!,
Grito ao arrais!
 
Estou finalmente a chegar
Ao fim destas palavras
Olho as amarras
com que prendem o barco…
A maré continua vazia….
Há tanto lodo no cais!
 
(Diário de viagem, Seixal-Lisboa
13-08-2008 09:01:19
  
 

 

 

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O meu fado magoado

 

(Mestre REAL BORDALO)

 

 

 

 


 

 

 

 

O MEU FADO MAGOADO
Rogério Martins Simões
 
O meu fado magoado,
Passa o dia a noite inteira
A trinar numa guitarra
O meu fado que é tão triste
Percorre as velhas tabernas
Bebendo por todo o lado.
 
 
 
Se tarde tarda a noite
Acorda num sobressalto
Toda a minha fantasia.
E das ruas do Bairro Alto
Corro a ver ao Castelo
Para de lá nascer o dia...
 
 
 
Há sempre numa viela.
Há sempre no meu olhar
Tanta vida, tanta fama.
Um pintor com sua tela.
Um puto no seu andar
Nas ruas tristes de Alfama.
 
 
Agora que rompeu o dia
Adormece num vão de escada
Este fado madrugado
Desde a Bica à Mouraria
Escrevem mais poesia
Porque afinal à noite há fado.
 
9/2/1979
(original)
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Real Bordalo Convida.

 

Real Bordalo

Tem a honra de convidar V. Exa., e sua família, para visitar a sua Exposição de Pintura que tem lugar no 2º piso do “Amoreiras Shopping Center” em Lisboa, até ao próximo dia 16 de Dezembro de 2007.

Lisboa, 1 de Dezembro de 2007

 



 

(Arco do Marquês do Alegrete - Real Bordalo)

 

 

 

 

Passaram alguns anos que não visitava o “Amoreiras Shopping Center” - em Lisboa. Hoje, revisitei-o e apreciei bastante as remodelações introduzidas – continua espaçoso (sem atropelos) e muito mais atractivo.

Bom! Mas não é disso que quero falar. Quero dizer-vos que encontrei no “Amoreiras”, por acaso, uma exposição de aguarelas e óleos do meu amigo e mestre - o pintor Artur, ou melhor Mestre Real Bordalo.

Sempre que me cruzo com Real Bordalo sei que estou perante uma lenda viva da cultura portuguesa.

Falámos de pintura - a sua! Da contrafacção das suas aguarelas, expostas para venda em plena Baixa, mesmo nas “barbas” da Polícia Municipal. Falámos de pintura que não conhece – a da minha esposa! Falámos de poesia – a minha e do soneto que lhe dediquei que seguidamente reproduzo e que conserva em sua casa! Recordámos amigos comuns e por fim disse-lhe, o que muitos por certo lhe dirão – O Artur irá ser sempre lembrado, lado a lado com os grandes pintores, enquanto houver memória e pintura sua para se ver!

Despedi-me do Artur e de sua esposa sempre com a promessa adiada de nos juntarmos - em sua ou na minha casa. Resta a promessa que cumpro neste instante – divulgar neste blog a sua grande e bela exposição de óleos e aguarelas!

VISITEM A EXPOSIÇÃO NO “AMOREIRAS” E CONHEÇAM O “PINTOR DE LISBOA” – MESTRE REAL BORDALO.

Rogério Martins Simões



 

 

REAL BORDALO

Rogério Martins Simões

 

Apanho o eléctrico amarelo à pendura.

Agacho-me para o condutor não ver:

O que as tintas, e pincéis de seda pura,

Imortalizaram numa tela sem perceber.

 

Miúdo traquina pendurado na pintura…

Brincando às escondidas sem saber

Que um pincel o apanhou com ternura.

Viaja de graça num quadro sem o ter.

 

E salta para o chão em andamento.

Abala, embalo, travo e não me estalo…

E o Mestre pinta na tela o movimento.

 

E ficam as cores arco-íris nas telas.

Os putos, os eléctricos e as vielas

Lisboa é toda sua! - Real Bordalo.

 

Lisboa, 30 de Janeiro de 2007

 

 

(Aguarela Elétrico na Estrela por Real Bordalo)

 

 

 

O ARTISTA, MESTRE REAL BORDALO

 



Real Bordalo – Nome completo: Artur Real Chaves Bordalo da Silva nasceu em Lisboa em 1925. Cedo mostrou vocação para o desenho e para a pintura mas, obrigado a interromper o curso que lhe daria acesso à Academia de Belas Artes, exerceu diversas profissões e, admitido aos 16 anos de idade na Fábrica da Cerâmica Constância Faiança Bastitini, onde privou com João Rosa Rodrigues e Francisco Franco, artistas talentosos não só da cerâmica, mas também pintores de óleo e aguarela.

Frequentou a escola António Arroio e, mais tarde, trabalhou com Leitão de Barros na modalidade de cenografia para diversos filmes portugueses.

Ao longo deste tempo, Real Bordalo foi manifestando um crescente interesse pelas artes plásticas, facto este que o impulsionou a inscrever-se como sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes. Frequentou as aulas nocturnas de desenho, tendo como mestre Álvaro Duarte de Almeida. Domingos Rebelo foi também seu mestre no pastel e na aguarela teve os mestres Alberto de Sousa e Alfredo Morais.

Motivado não só pelo seu talento e vocação, como também pelos contactos que foi estabelecendo, Real Bordalo obteve êxito em vários salões a que concorreu, como por exemplo, os Salões Anuais de Inverno e Primavera da Sociedade Nacional de Belas Artes, entre outros. Os vários prémios concedidos levaram-no a dedicar-se de alma e coração a esta actividade artística.

A sua primeira exposição individual de trabalhos em aguarela e pastel realizou-se em 1952, no Salão Nobre do Casino da Figueira da Foz, tendo-se seguido outra em 1953 na Sociedade de Belas Artes. O êxito e a notoriedade alcançados permitiu-lhe continuar a realizar exposições em diversas cidades do país concorrendo aos diversos Salões Nacionais.

Real Bordalo é conhecido por muitos como o pintor de Lisboa, desenhando com minúcia os rios com os seus barcos, as ruelas e os imensos traços característicos desta cidade. Fundamentalmente, Real Bordalo coloca na sua pintura a magia das paisagens, integrando o homem no seu meio social de forma harmoniosa. Para João Soares, Real Bordalo fascinou-se por Lisboa desde cedo. "As suas aguarelas percorrem as arquitecturas da cidade, os seus recantos, arcos e escadinhas, as suas gentes e os seus ambientes. Às vezes é a cidade luminosa, outras as cidades nos dias de inverno, marcada por nevoeiros nostálgicos que uma paleta colorida e variada ajuda a registar."

(Fonte: catálogo da exposição e Site do “Amoreiras Shopping Center”)

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Soprei numa pena...

 

(ALFAMA - Óleo sobre tela Mestre Real Bordalo)

 

 

Soprei numa pena

Rogério Martins Simões

 

Soprei numa pena

Que se anichou à janela

Aí está ela, agarrada à empena.

Sem pena, partiu à vela….

 

Valerá a pena ir atrás dela?

 

Deu a volta e reentrou,

Parece serena!?

Soprei na pena e a pena voou,

Aí vai ela! Pela porta pequena…

 

Valerá a pena partir com ela?

 

Vem um passarito

Apanha-a no bico

Ouve-se um grito

Aí vai ela, a caminho do pico…

 

Valerá a pena ter pena dela?

 

Vem um gavião com asas de granito,

Devolve-me a pena, com penas na sela…

São do passarito que passou a goela

Parte gavião! Leva as penas maldito…

 

Regressou a pena!

Não voltei a soprar mais nela…

Parece serena,

A pena,

Que pena reencontrar-me com ela!

 

Hospital dos Capuchos, 19/9/2007

(Concluído em 02/10-2007)

 


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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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