Na encruzilhada do bote...
(Óleo sobre telas de Elisabete Sombreireiro Palma)
Na encruzilhada do bote
(Rogério Simões)
Encaracola
A arte na Ribeira
Na encruzilhada do bote.
- É Zé da Ribeira
Carcomido
Ao vento tempestade:
Bota para cá a sardinha
Alma do diabo.
- Diabos as levem
Ondas fortes do Inverno
Que fazem a vida do pescador
Num inferno.
Encaracola
A arte na Ribeira
Na encruzilhada do bote.
- É Zé da Ribeira
Moço de descarga da sardinha
A vazar
Agora sal!?
Raios te lixem homem.
Encaracola
A arte na Ribeira
Na encruzilhada do bote.
- É Zé da Ribeira
Que engoles num trago
A tua vida fiada…
Vão dois copos de tinto?
Diabos te levem
Por mais que esfregues os calos
A tua dor continua…
Encaracola
A arte na Ribeira
Na encruzilhada do bote.
- É Zé da Ribeira
Figura típica do mar
Faz com tua faca do peixe
Barcaças pequenas
Para a pequenada brincar.
.Participação
Zé da Ribeira
Conhecido armador de Lisboa
De barcos para a pequenada
E para o turista morreu!
Acontecimento
Zé da Ribeira acordou...
E numa manhã fria
Olhou o mar!
Olhou o cais!
E, com a sua mão
Trémula da revolta,
Cravou uma faca no bote…
Encaracola
A arte na Ribeira
Na encruzilhada do bote...
24/1/1977
Terminado em 4/8/1977