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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

ETERNIDADE

 

 

 

ETERNIDADE

Rogério Martins Simões

 

Gosto da terra

A cheirar a terra

E da terra cor da terra

Gosto do mar

A cheirar a mar

E do mar cor do mar

Gosto do céu

Desejo o céu

Quero o céu da cor de céu

Gosta da chuva

Gosto do vento

Da montanha

Do pensamento

Sou ave em liberdade

 

Gosto do que sou

Gosto de nada

Gosto de tudo

Pois sendo nada

E sendo tudo

Em tudo me vou

Eu te saúdo

Nada desejo

Quero o silêncio

Que antevejo

E não me distraia

Embarco na saudade

 

Volto para a praia

Na onda que desliza

Precisa

Derradeira

Marinheira

Que mil versos ensaia

Quero escutar o sol

Quero adormecer o vento

Desmaio

Adormeço

Esqueço

Não quero acordar

 

Pois gosto do mar

Pois gosto da terra

Que me foi chamar

Eternidade

 

Meco, 07-01-2013 23:25:37

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Cartas de amor

 

 

 

 

 

 
CARTAS DE AMOR
Rogério Martins Simões
 
Se me recordasse das cartas de amor que escrevi, e não tive a coragem de selar, não voltariam a escapar pela janela do quarto, ao primeiro verso, como foi meu fado…
Mas estavas longe, e tudo não passou de um sonho adiado.
Lembro-me das cartas que mandei para o endereço errado:
Escrevia-as em letra miudinha, beijava-as e selava-as…
Mentiram-me nas cartas!
Era tarde e com as gotículas das lágrimas perdidas, no endereço errado, afoguei-me no desamor.
Numa eternidade…
Foi por isso que desisti de escrever cartas de amor.
 
Se voltasse a escrever cartas de amor, teria de cuidar o endereço…
As cartas de amor não podem ter por destino a posta-restante…
Sabes?! Com o tempo, as ruas confundem os beijos perdidos e tarde descobriram o caminho para ti.
Se me recordasse das cartas de amor que escrevi, e não tive coragem de as selar, não voltarias a escapar ao meu primeiro verso pela janela do quarto… Dar-te-ia todas as cartas, todos os poemas, todas as palavras de amor.
E se hoje não consigo escrever cartas de amor, tendo amor, recorro a ti para perfumar os poemas que reparto contigo, nos espaços cheios, onde habitam as palavras do coração.
Não! Não voltarei a escrever cartas de amor…
 
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Quando o teu corpo adoçava o tempo

 

 

MODIGLIANE

 

 

 

Quando o teu corpo adoçava o tempo
Rogério Martins Simões
 
Quanto no teu olhar
reluzia a sedução,
cristais acenavam
em teu corpo
descoberto…
E o meu corpo,
Em teu corpo
Adoçava.
 
Era um só corpo
que abraçava,
a todo o tempo,
quando o tempo
contigo dançava,
num sémen,
onde o desejo
não era abstracto
e recomeçava…
 
Além de nós,
havia um tempo
que anunciava
um vento criador.
Uma ligeira brisa
separava
os nossos corpos do fogo…
 
Depois, eras a diva
num período de advento,
trazias no teu corpo
estrelícias
de chuva e vento…
 
Logo, a terra, nos revestia
de volúpia
para que
recomeçássemos…
Suspiros
da procriação
misturavam-se,
em cores férteis,
nos corpos nus…
(cio da natureza,
entreaberto…)
 
Depressa a natureza
descobriu
desvarios
sem tempo,
de um tempo
de germinação,
E não mais o vento
te esfriou o calor,
com que te avermelhou
o rosto,
em contratempo...
 
Que rápido
passou o tempo
através de nós,
momento
a momento,
quando no teu corpo
adoçava o vento…
 
Lisboa, 05-11-2007 22:44
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

 

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Mocidade

 

 

(Museu de Messejana, Alentejo)

 

 

MOCIDADE
Rogério Martins Simões
 
Se ao menos tu
Me dissesses qualquer coisa…
Pudesses falar comigo
Como falavas outrora…
Se ao menos eu te visse agora…
Talvez me visses de sacola,
Num quadro qualquer de loisa,
A escrever de novo na escola.
 
Mas não!
Partiste mais cedo…e eu quedei
Com a mesma ternura de outrora,
Carregado de riscos por fora
Para aqui envelhecendo fiquei!
 
Mas…
Se eu te pedisse para voltares
Seria de novo menino!
Prometia não ficar traquina,
Travesso, endiabrado, irrequieto.
 
Volta!..
Eu espero!
Prometo que não serei
Tudo o que não fui e não quero!
 
07-08-2004 11:08
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)

 

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Voltei - republicado

 

 

(Feliz ano novo para todos os povos do mundo)

ROMASI

 

 

VOLTEI!
 
(Rogério Martins Simões)
 
Venho dos limites do tempo
De uma galáxia qualquer
Já fui mar, já fui vento
Agora sou pensamento
Aparado em dado momento
No ventre de uma Mulher!
 
Meu corpo é magistral!
Brutal! Perfeito! Soberbo!
De início não era verbo
Agora sou o verbo ser
 
Tenho comigo segredos
Segredos do universo
Transporto no corpo recados
Escrevo em forma de verso.
Venho dos limites do tempo
Não sei o que fui e sou:
Deserto? Nascente?
Já fui Norte, já fui Sul
Pó astral, mar azul!
Luar, estrela cadente.
 
Eu me vou!
Partirei num cometa qualquer
E serei novamente pôr-do-sol.
Cor-de-rosa, aloendro, malmequer!
 
Voltei; Já cá estou…
Agora sou pensamento
Nascido em dado momento
Do ventre de uma Mulher!
 
23-09-2004 18:39
Aldeia do Meco
 
(Este poema foi gravado em MP3 pelo Luís Gaspar nos Estúdios Raposo –“Lugar aos novos” – )
(O link para a gravação está no lado direito)
 
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

 

 

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Flor de campina

 

 

 

Flor de campina
ROMASI
Rogério Martins Simões
 
Teu corpo
Leve, leve, como o vento!
Meu guizo
Correndo,
Tocando, atrás do tempo
E é qual espuma
Batendo
Dançando docemente
Como teu corpo
Que desejo e alento!
 
Teu corpo
Leve, leve, como o vento!
Por cima dos muros
Comendo amoras silvestres
É qual gesto
Que tão lesto
Não nos ocupa tempo!
Como este guizo
Tocando atrás do vento.
 
Teu corpo
Que canto,
Ao desafio com as aves,
É qual menina traquina,
Vermelha papoila do campo.
 
A liberdade meu amor,
Que a tanto guisa e alento,
É qual campina em flor,
Leve, leve, como o vento.
1981
 
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
 
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O menino, o cão e o osso...

 

 

 

O MENINO, O CÃO E O OSSO
Romasi
Rogério Martins Simões

 

 

 

 

 

 

Aquela criança loira
Tinha um cão,
De cor de cinza,
Que a ternura lhe dera.
No “rostito” chorão,
Havia bocados limpos,
Desenhados,
Pela língua do cão.
E eram beijos,
Mil vezes, dados,
Sem favor,
Pelo lambão.
 
E o menino jogava
A bola de meia
Para longe.
O cão ia e regressava,
Mordiscando na peúga.
E ia atrás do cão!
E iam atrás do osso!
E ficava atrás do pão...
 
Lisboa, 1969
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 
 

 

 

 

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Rosas - republicado

 

 

 

ROSAS
Rogério Martins Simões

 


 

 

Tinha por hábito dar flores,
Flores em forma de beijos,
Sementes dos desamores
Contrárias aos meus desejos.
 
Via o dia com muitas cores,
À noite escrevia os meus versos,
Segredos das minhas dores,
Amores que me foram adversos.
 
Hoje, se recordo tudo isto,
Isto que revivo e insisto,
Nisto insisto e me revejo.
 
Voltaria para dar rosas
Às flores mais preciosas:
Meus filhos e neto que beijo.
06-05-2004
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
 

 

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Depois da chuva...

 

 

 

 

DEPOIS DA CHUVA
Rogério Martins Simões
 
Não tapes a blusa!
Deixa secar as gotas…
dos matos secos,
banhados,
espalhados,
na tua pele rosada,
em tua blusa molhada,
transparente,
despertando,
suavemente,
o meu gosto pela chuva…
 
Depois da chuva…
Depois de mim…
 
Meco, 29-10-2009 23:22:30
“O direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade, artigo 12.º do CIDAC, aprovado pela Lei 16/08 de 1 de Abril”
 
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Odores

 

 

REAL BORDALO

 

 

 

 

 
ODORES…
Rogério Martins Simões
 
Um perfume forte sobe ao meu olfacto.
Há cheiros que se confundem e fundem neste barco.
O barco quebra as ondas, dispersando, misturando outros odores.
O que escondem, e por onde andam, tantos pensamentos que distintamente viajam neste barco?
Todos diferentes.
Lenitivas abstracções, olhares distantes, escapam-se pela escotilha deste nosso barco…
Um aroma se renova enquanto o meu pensamento esfria nas águas que espumam.
Cheira, agora, a maresia…
 
(Diálogos da alma e do poeta: entre Lisboa e o Seixal)
Tejo 2009
 
 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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