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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Alvoroço...

 

 

 

ALVOROÇO

Rogério Martins Simões

 

Escondo a mão,

Mão no bolso.

Qual a razão

Do alvoroço?

 

Todos me olham!

Todos reparam!

Que trapalhada:

(se fosse canhoto

Disfarçava…)

 

Treme a mão!

Treme o garfo!

Não tenho fome!?

Peço um café.

Sofro!

 

6/2004

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Escarpa...

 

 

(Foto de Rogério Simões)

 

 

ESCARPA
Rogério Martins Simões

Afronto e confronto
os meus pensamentos esguios.
Dói-me esta dor que se entranha
e não estranha
os meus pensamentos frios...
Só saltarei nos limites conscientes,
da inconsciência,
pelo prazer de voar...
Abeiro-me da escarpa
de sentido único:
Único prazer que me arrebata,
e ensina a não voltar…
Não estou só!
Estou parado!
Espero que me empurres…
ou me salves...
Lisboa, 14-05-2009 13:11:29
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)

 


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Lobo... que comer no que resta da aldeia?

 

(Terras ao abandono na Beira Baixa)

 

 

 

LOBO… QUE COMER NO QUE RESTA DA ALDEIA?

Rogério Martins Simões

 

Lobo não venha comer a minha ovelha…

Tenha cuidado que eu faço fogueira.

Cruzes canhoto que vem por aí a velha…

Lobo não coma a noz verde à nogueira…

 

Tem noite que a noite é vermelha.

Credo! Abrenúncio! Vem aí a feiticeira…

Ferradura na porta; corno na telha…

Lobo não coma o figo verde à figueira…

 

Lobo não volte para roubar o nosso pão.

Menino homem só tem medo do papão…

Lobo que comer no que resta da aldeia?

 

Loba… que vai ser de ti e da tua alcateia…

Dói-me a barriga de comer tantas amoras:

Cresceram as silvas, os matos e as horas…

04-07-2005

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

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Amanhã é dia dois (reeditado)

 

 

 

AMANHÃ É DIA DOIS

Rogério Martins Simões

 

Carrego em mim estes dias marginais,

Que se arrastam mas parecem iguais,

Tão diferentes o são, pois,

Até ao escrever alago as rimas.

Amanhã é dia dois!

 

Limpo as minhas mãos transpiradas,

Esgota-se a fonte das minhas lágrimas.

Tenho novamente as mãos suadas.

Porque amanhã é dia dois…

 

Já passaram por mim tantos dias…

Mas estes, ao passar, fizeram doer!

Que diagnóstico me fará mais sofrer?

Pois só de pensar pensando sofrias:

Amanhã é dia dois!

 

Ide oh tristezas, pois, quero que rias,

Deixai comigo o meu corpo que resta,

Os exames na mão, com esperança esta

De voltar a chorar por mais alegrias.

Passa depressa oh dia dois…

 

Lisboa 01/08/05

 

(Registado no Ministério da Cultura

Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.

Processo n.º 2079/09)

 

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Volto a sacudir os olhos...

 

 

VOLTO A SACUDIR OS OLHOS…

Rogério Martins Simões

 

Volto a sacudir os olhos na escrita.

Por agora tenho o caderno e a mente.

Tenho tudo para ser feliz…

– Por uma hora…

Uma criança chora!

Chora, não sei.

Chora sempre!

Deram-lhe tudo para ser feliz…

Quem mente?

As ondas varrem a cidade

Que flutua

Num extenso areal adornado de adereços…

 

Volto ao caderno.

Não escrevo! Ligo palavras, sílabas.

Que sílabas?

Tinha tudo para ser feliz,

Por um tempo inútil,

Onde tudo não passou

De uma forte gargalhada de dor.

Doem-me as palavras rasgadas,

Tramadas.

Dói-me esta dor que se expande num tempo

Que me tinham reservado para ser feliz.

 

Sigo no tempo ou pegarei no tempo?

Que sinto?

Alguém falou?

Alguém deu nas vistas?

As vistas curtas confundem as próprias vistas!

Não viste nada. Desandas!

 

Se ando por fora dos papéis voo nas vistas.

Se conseguisse andar daria nas vistas…

Estou sentado numa cadeia de ferros.

Tenho o caderno afundado numa teia de ferro:

A ferro e fogo.

Já fui fogo,

Água e gelo.

Gelo os meus pensamentos…

Que faço destas mãos!

Levaram as sementes do meu campo de trigo

Trinco sementes de girassol

Neste cantar de desabrigo…

Estou fechado no prédio móvel

Que é meu corpo.

Que dilema:

Perdi as forças ou estou num colete-de-forças?

 

Volto a olhar para dentro.

Olho o meu corpo.

Conheço a idade do meu corpo.

Não estou mal para a sua idade…

Que idade tenho?

 

Quero fugir de mim,

Dão-me dose dupla…

Se conseguir sobreviver

Saberei viver?

Viverá quem já não goste da vida?

Que vida? Fechada neste cadeado?

Movimento a dose dupla e volto a andar;

Subo o patamar da mente

e desço de andar na escrita…

 

Meco, Praia das Bicas, 12 de Julho de 2009

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O louco...

 

 

 

O LOUCO

Rogério Martins Simões

 

À porta do hospício está um louco!

Um louco não pode estar do lado de fora!

De fora… não estou eu:

Vejo o louco…

Que faço na casa… dos loucos…

Não me lembro!

Serei o que está do lado de dentro?

Ou o que só em mim vêem do lado de fora?

Fora de mim… serei um louco…

 

Obedeço às regras de fora…

Aperto a mão ao louco…

Aperto a minha mão.

Aperto!

Sou eu agora…

 

Aldeia do Meco, Praia das Bicas 15-06-2010 22:17:59

 

 

 

 

 

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Cresce a raiva na garganta

Foto do World Press Photo Contest

 

CRESCE A RAIVA NA GARGANTA!

Rogério Martins Simões

 

Bem cedo as manhãs começam

com camas desfeitas e frias…

cansados à noite regressam:

Perguntem às ruas vazias…

 

Manhãs de novo recomeçam,

com canseiras e correrias…

cansados à noite expressam:

Desagravos, fome e fobias…

 

Mas se há tal força no pranto,

que recresce em cada canto,

cuidai deste desassossego!

 

Pois se tanta voz se levanta,

Cresce a raiva na garganta:

- Chega; de tanto desemprego!

 

Aldeia do Meco – 12-06-2010 22:57:41

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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