HORAS LONGÍNQUAS
Rogério Martins Simões
Regresso à Aldeia das horas longínquas.
Das hortas vivas, das casas cheias,
E fico atento aos sinais de vida:
No chiar de um carro de bois;
Nos chocalhos de um rebanho;
Nos contos à lareira, de lobos e papões.
Depois…O galo cantava e a vida recomeçava.
Havia sempre um molho de mato para roçar,
Ou uma leira para matar a sede.
- Bom dia senhora Maria
- Bom dia Ti Manel
Lado a lado com o presente,
O passado é a distância que me separa da aldeia
E que me introduz nas sombras.
Ainda sinto os cheiros da aldeia e o calor do verão.
Ainda recordo a fonte velha e a sua água refrescante;
O Cântaro na cantareira da casa da Eira.
A panela de ferro, a trempe e a caçoila em cobre,
O borralho e a braseira.
Ah! Como me sentia e era feliz.
Por isso estou de regresso
À Aldeia das horas longínquas.
Madruguei e ninguém me apanha.
Já deixei para trás o castelo que fica no alto da aldeia.
Castelo de sonhos? Cada povo tem o seu…
Estou a caminho da Feteira.
Vou provar os figos, e os abrunhos,
Os cachos, as ginjas e as maças.
E os morangos que crescem nas paredes das hortas.
Como leem estou marcado.
Sou um poço de saudade!
Por isso regresso à aldeia dos meus avós.
À aldeia dos afetos e das minhas recordações.
Ali vivi em liberdade
Ali consolidei a minha formação
Ali aditei valores à minha vida.
Aquela gente ensinou-me a dar e a receber.
A repartir e a não estragar o pouco que tinham.
Aquela gente boa ensinou-me a amar.
Convidem-me para provar as filhoses.
A sopa de feijão atulhada com couves e faceira do porco.
O lombo conservado em banha na panela de barro.
E se tiver frio e as casas cheias dormirei no palheiro,
Ou no sobrado por cima do curral das cabras!
Não! Não quero despertar o sonho
O despertar é um coice de mula que me deixa atordoado.
Agora tenho de ir!
Não posso, nem devo, fazer esperar o povo.
O povo não parte sem mim,
Nem eu parto sem o povo!
Vamos todos como os da Póvoa!
Meco, 31/05/2017 17:18:00 8/02/2019
(Pequena homenagem ao povo de uma aldeia, a aldeia do meu pai e dos meus avós paternos, a Póvoa, Pampilhosa da Serra, que por ter sido tão unida ainda tem um lema VAMOS TODOS COMO OS DA PÓVOA)
(Mercado de Santa Clara. Minha mãe, eu e o meu irmão) CORRIA TANTO… Rogério Martins Simões Percorro estas memórias...
CINEMA MUDO… Rogério Martins Simões Pela nesga do sopé entra a manhã. Este frio que me dói, É o inverno a passa...
VERSEI-TE O CORAÇÃO Rogério Martins Simões Em poemas que te cantava, naqueles tempos de então, não via teu rosto...
AUSÊNCIA Rogério Martins Simões Gritei, chamei por mim e não estava. Chorei, voltei a chamar, e não me vi: Era a a...
UM PÚCARO DE SAUDADE… Rogério Martins Simões Regressei à velha casa da aldeia, Procurei a chave que nunca serv...
(Foto na antiga casa da Malhada, 1953 Da esquerda para a direita: Tia Soledade Simões tendo ao colo meu irmão, Jaime ...
Foto da autoria da world Press Photo Contest É NATAL (Francisco Simões) É Natal, Mas talvez nem todos saibam, T...
O MEU LIVRO DE POESIA
O MEU 2º LIVRO DE POESIA
”GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO e POEMAS DE AMOR E DOR
podem ser adquiridos aqui
. Ausência
. Amo-te Lisboa virada ao T...
. UM PÚCARO DE SAUDADE... O...
. Arrepiam-me as lembranças...
. É NATAL
. O vento dispersava as mar...
. NÓ CEGO
. Lisboa é a minha cidade &...
. Arrepiam-me as lembranças...
. Abrantes
. Se voltasse não mais chor...
. PAZ
. Sina
. Na noite
. Nocturno
. Fenix
Vídeos no YOUTUBE
BLOG DOS POETAS ALMADENSES
Brincando com as tintas
Elisabete Sombreireiro Palma
(p.f desligue 1º a música de fundo)
LINKS para POEMAS AMOR DOR b> DIV>
PARKINSON PORTUGAL O MEU LIVRO DE POESIA
A MINHA GRATIDÃO
PARA COM OS SEGUINTES AMIGOS
QUE SEMPRE APOIARAM A MINHA POESIA
A MINHA MUSA
Elisabete M Sombreireiro Palma
EFIGÉNIA COUTINHO
Efigénia Coutinho Poesia com imagens
FERNANDO OLIVEIRA
Instantâneos Urbanos & Naturais
DANIEL CRISTAL
ERMELINDA TOSCANO
COPIE OS POEMAS GRAVADOS em MP3
Voz de Luis Gaspar
Estúdios Raposa
PODCAST de 2006