Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Ainda sinto os cheiros da aldeia e o calor do verão.
Ainda recordo a fonte velha e a sua água refrescante;
O Cântaro na cantareira da casa da Eira.
A panela de ferro, a trempe e a caçoila em cobre,
O borralho e a braseira.
Ah! Como me sentia e era feliz.
Por isso estou de regresso
À Aldeia das horas longínquas.
Madruguei e ninguém me apanha.
Já deixei para trás o castelo que fica no alto da aldeia.
Castelo de sonhos? Cada povo tem o seu…
Estou a caminho da Feteira.
Vou provar os figos, e os abrunhos,
Os cachos, as ginjas e as maças.
E os morangos que crescem nas paredes das hortas.
Como leem estou marcado.
Sou um poço de saudade!
Por isso regresso à aldeia dos meus avós.
À aldeia dos afetos e das minhas recordações.
Ali vivi em liberdade
Ali consolidei a minha formação
Ali aditei valores à minha vida.
Aquela gente ensinou-me a dar e a receber.
A repartir e a não estragar o pouco que tinham.
Aquela gente boa ensinou-me a amar.
Convidem-me para provar as filhoses.
A sopa de feijão atulhada com couves e faceira do porco.
O lombo conservado em banha na panela de barro.
E se tiver frio e as casas cheias dormirei no palheiro,
Ou no sobrado por cima do curral das cabras!
Não! Não quero despertar o sonho
O despertar é um coice de mula que me deixa atordoado.
Agora tenho de ir!
Não posso, nem devo, fazer esperar o povo.
O povo não parte sem mim,
Nem eu parto sem o povo!
Vamos todos como os da Póvoa!
Meco, 31/05/2017 17:18:00 8/02/2019
(Pequena homenagem ao povo de uma aldeia, a aldeia do meu pai e dos meus avós paternos, a Póvoa, Pampilhosa da Serra, que por ter sido tão unida ainda tem um lema VAMOS TODOS COMO OS DA PÓVOA)
Tia Soledade Simões tendo ao colo meu irmão, Jaime Augusto Simões; Minha querida mãe Isabel Martins de Assunção; Minha avó Júlia, minha tia Laurentina; tio Manuel, Tio Eduardo e esposa; uma vizinha; Eu, Rogério Martins Simões e minha prima Almerinda Simões Gaspar)
ARREPIAM-ME AS LEMBRANÇAS
Rogério Martins Simões
Arrepiam-me as lembranças
Das manhãs descalças…
De um corpo fino
De um bibe com alças:
Memórias de um tempo menino.
Sou alérgico às memórias ingratas!
Clarabóias deixam passar a luz,
Que derrete o gelo indeciso,
Por onde passou um tempo preciso,
Das coisas belas e gratas.
Sou um vestígio dos umbrais
Que sustêm o peso dos meus sonhos.
Tento viajar com os olhos cerrados
Por um campo milho verde
Com bandeiras a tocarem o céu…
Vou jejuar!
Não comerei os figos
Bicados pelos gaios…
Procuro na horta os abrigos
Onde a distância dos Maios,
Dissipam as canas dos trigos…
Toquei na colmeia por querer!
Sou um sopro de saudade
Favo de mel com a minha idade
Picado de abelhas ao alvorecer…
Cheguei ao fim dos silêncios
Onde as memórias são silenciosas.
E os silêncios para contemplar…
Quem vos disso
Que tinha de atalhar os caminhos
Na horta adulta…
Se me resta um pedaço de água pura
E um púcaro vazio para a apanhar….
Lisboa, Tejo, 18 de Outubro de 2007
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
(Esta poesia ganhou o prêmio de Melhor Crítica Social na 4ª e na 6ª edições do Concurso “Expressão da Alma”, no Rio de Janeiro, além de diversos outros prêmios importantes em vários concursos literários)
World Press Photo Contest 2004
MENSAGEM DE NATAL
Rogério Simões
(A minha mensagem de Natal deste ano foi retirada de um e-mail que remeti ao amigo e poeta Francisco Simões. Aproveito para agradecer a sua autorização para editar o seu extraordinário e premiado poema “É NATAL”)
Natal é, para mim, um tempo em que se recorda o nascimento de um Menino a quem chamaram de Jesus e, segundo rezam as notícias que chegaram até nós, Cristo terá nascido humildemente num palheiro.
Existe uma hipocrisia instalada, do tipo caridadezinha, que renasce em cada ano, exultando sentimentos fortuitos, não sinceros, como se nesses dias se resolvesse ou aligeirassem os sofrimentos de um ano inteiro.
A sociedade em que vivemos é egoísta, carregada de "gente não presta", que guerreia o ano inteiro para no Natal dar a parecer o contrário.
A sociedade aproveita-se dos sentimentos verdadeiros, daqueles que efectivamente são solidários, e generaliza empacotando presentes adquiridos em lojas de chineses ou nas "lojas dos trezentos". Efectivamente, transformaram a quadra natalícia num grande centro comercial onde se empacota a "banha da cobra" com um único objectivo: a sobrevivência de um certo capitalismo que não olha a meios para atingir fins.
Afinal, transformaram a quadra natalícia num enorme repasto de gula enquanto os sobreviventes da desgraça matam a fome nos restos, disputando-os com os ratos, dos caixotes de lixo.
A noite parece calar a desgraça! As organizações sociais não chegam nem dispõem de meios para acudirem a tudo. O próprio estado que deveria assumir e retirar das ruas os abandonados, os doentes, os sem-abrigo, não cumpre minimamente o seu papel.
Amigo Francisco Simões, amigos e/ou leitores deste meu livro de poesia, detesto a caridadezinha! Todo o ser humano tem direitos que a própria sociedade lhe nega.
A anunciada crise não é só uma crise monetária. A verdadeira crise é uma crise de valores, de educação, de civismo, de justiça, de equidade. Lamentavelmente nada muda para melhor.
Não vou continuar este despertar que me entristece.
Que o futuro transforme e crie um novo sentido de humanidade.
Desejo a todos vós e às vossas famílias um Santo Natal.
Sempre
Rogério Martins Simões
Casa construída pelo bisavô do poeta - Francisco Maria Simões. Foi ele quem construiu, durante 13 anos, a grande e bonita Quinta da família em Salreu, a 16 kms de Aveiro.
FRANCISCO SIMÕES NA PRIMEIRA PESSOA
Eu nasci em Belém do Pará, bem ao norte do Brasil. Sou filho de pai português e mãe brasileira. Daí para trás todos os meus ascendentes são portugueses.
Desde criança sempre tive uma paixão muito forte pelo rádio, o que carrego comigo até hoje. O amor pela escrita e pela leitura surgiram ali pelos 10 anos, incentivado por meu pai.
Aos 17 anos eu já trabalhava no rádio paraense (Marajoara e Rádio Clube do Pará) por concurso. Fui locutor, produtor de programas e escritor de crónicas diárias.
Durante cerca de 20 anos pertenci ao quadro da ABAF – Assoc. Brasileira de Arte Fotográfica (Rio). Naquele período ganhei mais de 1000 premiações nos salões mensais e anuais da ABAF. Destaco “Prova do Mês” e “Prova do Ano”que venci em várias oportunidades.
Durante o auge da bitola super-8 produzi vários filmes de curta-metragem durante o regime autoritário. Participei de muitos eventos do gênero pelo Brasil, principalmente os realizados em Universidades e Centros de Treinamento Profissional como o CEFET de Curitiba, por exemplo. Logrei ganhar vários prémios de destaque naqueles Festivais e Mostras com filmes basicamente apresentando crítica social e política. Algumas vezes tive problemas, mesmo sendo um trabalho amador, com a Censura da época.
Trabalhei por 30 anos no Banco do Brasil onde fui não só bancário mas também professor, coordenador e programador de cursos, chefe de um grupo que produzia módulos audiovisuais para palestras e aulas, Assessor no Gabinete da Presidência da PREVI do BB entre 1982 e 1986, quando me aposentei.
Após a aposentadoria parti para exposições de minhas “Fotografias Artesanais” a um público maior que o da ABAF onde convivera com grandes mestres por 20 anos. Realço as seguintes Exposições:
“Na Sala de Arte do Jardim Botânico (RIO); no Espaço Cultural do Planetário (RIO); no Salão de Arte da AABB-Lagoa (RIO); no CHARITAS, em Cabo Frio (RJ), uma individual mais duas no Espaço Cultural de lá em exposições colectivas de ARTE VERÃO e mais recentemente na Biblioteca Municipal Walter Nogueira com 20 fotos e 20 poesias; no transatlântico “Eugênio-C”, em viagem para a Europa, no Salão Âmbar e no Corredor de Arte daquele navio; na APAF-Assoc. Portuguesa de Arte Fotográfica, em Lisboa, Portugal; no Espaço Cultural da Prefeitura de Teresópolis (RJ); na Galeria de Arte da artista plástica Lenita Holtz, em Teresópolis, etc.
No dia 11.novº.2000 a Câmara de Vereadores de Cabo Frio (RJ) concedeu-me o título de “Cidadão Cabofriense” pela divulgação graciosa que faço há anos daquela cidade que tanto amo através de vídeos amadores mas com toque de profissionalismo em sua produção bem como através de “Fotografias Artesanais”e exposições em Cabo Frio e fora dela.
Em Abril / 2004, o grupo liderado pelo Lord Marcelo Fortuna of Lancaster e Richard Price, de Londres, concedeu-me o ambicionado prêmio "Lancaster House Award". Até aquele mês apenas 5 personalidades, no campo da literatura, actividades artísticas e culturais, entre outras, haviam logrado ter a honra de o receber.
Em 1994 voltei a escrever poesias o que parara de fazer há muito tempo. Desde Dezembro/1999 participei de inúmeros concursos literários e logrei receber algumas boas premiações. A partir de 2003, entretanto, reduzi bastante minha participação nesses concursos. Retornei à prosa, pelas córnicas, desde Janeiro/2001, já com 64 anos de idade. Escrevo no coojornal da Revista Virtual RIO TOTAL e sou também colunista fixo do site SINAL, do Sindicato dos Funcionários do BACEN. Colaborei também com o site NAVE DA PALAVRA que deixou de ser actualizado há alguns anos. Mais recentemente participo do GRUPO ECOS DA POESIA, do poeta português Victor Jerónimo e sua esposa, e do site CONEXÃO MARINGÁ, de Valéria Eik, nos quais exponho crónicas, poesias e fotos. Tenho um espaço em Londres-Inglaterra, “O Cantinho do Francisco”: integrante do Cantinho do Poeta, de Marc Fortuna e Richard Price, hoje desactualizado.
Meu site pessoal é este em que você se encontra:=> FRANCISCO SIMÕES
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 23:17
MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado