(óleo sobre tela de Elisabete Sombreireiro Palma)
ENVOLTA EM SILÊNCIOS E FLORES
(Rogério Martins Simões)
Envolta em silêncios e flores
Como se as flores te cobrissem de pétalas
Eu te chamei deusa.
Quando o meu olhar era de cristal.
Percorriam os teus seios, colar escarlate,
Desvarios recortes de porcelana
Estavas linda!
Partilho estes jardins de sombras
deliciosas
Contagiam-me as serenas manhãs,
os frutos selvagens
e enamoro-me das estrelas.
Noite fora sou um viajante
Percorro silêncios,
escuto os meus passos nas vielas.
Que seria de mim se não te
reencontrasse!
Sabes a morango selvagem!
Sabes a cravo e a canela!
Se partir voltarei
Envolto em luz
Te cobrirei de pérolas
(Te chamei de musa)
E serei como a brisa,
Aragem,
Perpétua e ondulante
O sol penetrante na tua janela.
24-03-2006
Poemas de amor e dor
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publicado às 15:00
(Foto da autoria de Elisabete Palma)
PARTIRAM AO VENTO…
Rogério Martins Simões
Partiram ao vento
As almas dos poetas
E fizeram amor num canto
No canto mágico dos poetas.
E o chão ficou pejado de rosas
O mar incendiado de sereias
E no azul celeste do céu
O céu ficou coberto de estrelas.
Havia quem cantasse!
Havia quem chorasse!
Vagabundas as almas
Que por ali ficaram
Não havia noite!
Não havia dia!
Não existia Inverno!
Nem havia Verão!
Venham!
Eu vos dou o tempo
Da eterna poesia
Poemas ao vento
Em flores de algodão.
Finalmente partiram
No fogo das trovas.
Retomaram os corpos
Fez-se noite!
Fez-se dia!
Voltou o Inverno!
Aqueceu o Verão!
Choraram!
Cantaram!
Tremeram!
E morreram de amor cantando
27-01-2005
(Poema dedicado ao Dono da Loja e a todos os poetas)
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:00
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
Elevo o espírito
Rogério Martins Simões
Elevo o espírito! Tenho os olhos perto,
Só o pensamento não o sente tremer,
Entoo, num canto, um canto encoberto,
O que a tremura não me deixa fazer.
Volto à poesia na catarse que liberto.
Chegaste, assim, ao impasse quefazer?
Desdobro e retomo o amanhã incerto:
Faço de conta que se vive sem viver?
Aperto as minhas mãos para as libertar,
Vejo-as estremecer! Já não sabem parar.
Salva-me poesia, não me deixe ficar mal.
Volta poesia, pois de chorar tudo chorei.
Volta! Que na dor, pela dor não morrerei.
Quanta melancolia têm estes olhos de sal!
Meco, 09-07-2007 20:03
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:47
(Foto NGeographic)
Desencontro
Romasi
Meu amor
Sei lá quem?
Nem sei
Se estará para nascer.
Meu amor, assim,
Desencontrado,
Remoto
E perdido por viver.
1976
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:43
FÁTIMA
Rogério Martins Simões
Acendemos as velas da penitência
Que ardem no meio das chamas
Acalmando a nossa consciência
Tanto sofrimento; tantos dramas
O sofrimento esbate a clarividência
Por um milagre esperas e clamas
Perdida a esperança na ciência
Resta a fé e Deus que tanto amas…
E se milagres da fé, na fé se derem
Coxos a correrem e os cegos a verem
Logo ali prometemos voltar…
Pisaremos descalços com um sorriso
Estradas, caminhos… o que for preciso
E regressamos a Fátima para rezar.
13-02-2004 18:35:46
Poemas de amor e dor
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ROSAS
Rogério Martins Simões
Tinha por hábito dar flores.
Flores em forma de beijos:
Sementes dos desamores,
Contrárias aos meus desejos.
Via o dia com muitas cores,
À noite escrevia os meus versos,
Segredos das minhas dores,
Amores que me foram adversos.
Hoje, se recordo tudo isto,
Isto que revivo e insisto,
Nisto insisto e me revejo.
Voltaria para dar rosas.
Às flores mais preciosas:
Meus filhos e neto que beijo.
06-05-2004
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:50
(Foto Padre Pedro)
Não sei rimar palavras azedas!
(Rogério Simões)
Não sei rimar palavras azedas!
Não sei encurtar, nem cortar as palavras!
Reajo às nefastas evidências
E cerro o punho na mesa.
Não acendo as letras apagadas,
Nem cedo às letras indefinidas.
Sou um iletrado,
Nas palavras que sobram das letras.
Renuncio às funestas evidências da alma
E volto-me para a luz
Bate o sol no meu olhar!
17-10-2006 21:37
(Dedicado à poetisa Efigénia Coutinho)
Poemas de amor e dor
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publicado às 00:00
TAIZÉ
Rogério Simões
Ontem olhei o céu
Estava diferente...
Vi uma nova estrela reluzente
Indicando o caminho do amor.
Brilhava tanto...
Era enorme
Cintilava do pulsar da oração.
De repente,
Tão de leve,
Que de leve nem se sente,
Escutei no meu coração:
Taizé
Irmão Roger Schutz
Sabes:
"No início de tudo está a confiança do coração"
18/08/2005
Poemas de amor e dor
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publicado às 20:06