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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

PASSAGEM DOS DIAS

tulipa.jpg

PASSAGEM DOS DIAS…

Rogério Martins Simões

 

Uma nova semana começou.

Mas existem tantos seres humanos

que nem já se importam

com a passagem dos dias.

Outros,

nem sequer têm lágrimas p´ra mais chorar.

O sofrimento é tão cego

que cega a esperança,

e nem mesmo a fé

virá em seu auxílio.

 

Que triste é viver

emparedado na solidão

e no desconforto da espera

pelo final dos tempos.

 

E vós,

cuja missão é bem maior que o tilintar dos euros,

não esperem!

E continuai a dar esperança a todos aqueles

por tanto sofrerem

MAIS NÃO VIVEM.

Lisboa, 25 de novembro de 2019

(Direitos de Autor)

 

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Era noite, não se ouvia vivalma

 

 

 

 

 

ERA NOITE, NÃO SE OUVIA VIVALMA
Rogério Martins Simões
 
Era noite, não se ouvia vivalma,
Nem o ranger da cama de cima…
Esta quietude que não me acalma.
Aquele silêncio que lateja e rima…
 
E meu corpo desafiava a alma.
Meus olhos tristes, que triste sina.
Estava tão só… como esta calma,
Abismo fundo da profunda mina…
 
Sentida agonia de quase morto,
A fétida melena me denunciava:
Mais tempo houvesse eu era horto.
 
Olhei em redor tudo era branco.
Deitado na maca sinistra do banco.
Estivera morto e ressuscitava…
 
(Memórias do poeta)
16-05-2005 19:07
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Parkinson: Primavera ou Outono?

 

 

 

É PRIMAVERA!
(Comentário deixado no blog de Parkinson pela doce amiga Professora, DALVA MOLNAR)
Querido Rogério
Sim.. é primavera…e a frase da Meirelles.. diz muito do estado da minha alma
…….aprendi com a primavera…a me deixar cortar.. e a voltar sempre inteira..
Assim eu vou indo….dias bem…outros nem tanto….
Mas….o sorriso..este eu conservo…. É gratuito e faz muito bem..
Ah rs rs aqueles medicamentos… espalhados… também ganharam agora um lugar bem discreto…
Assim eu vou criando estratégias para poupar amigos e parentes…das minhas dores, que não são poucas…elas vão aumentando com o tempo..
Transcrevo um texto… que eu gosto muito..é uma oração….desconheço o autor

Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia.
Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo em todas as ocasiões.
Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme de querer pôr ordem na vida dos outros.
Ensina-me a pensar nos outros e ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, considerando com modéstia sabedoria que acumulei e que será uma lástima não passar adiante.
Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos, e que só se preserva os amigos quando não há intromissão.
Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar todos os detalhes com minúcias e dá-me asas para voar directamente ao ponto que interessa. Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças.
Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada ano que passa.
Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir muito. Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com paciência.
Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errada em algumas ocasiões.
As pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.
Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: mantenha-me o mais amável possível.
Não quero ser santa. É tão difícil conviver com os santos!
Mas uma velha rabugenta, Senhor, é a obra-prima do diabo.
Amém !
 
É OUTONO
Querida amiga Dalva,
Perdoe-me passar a post este seu testemunho que deixou no meu blog de Parkinson: o testemunho de uma MULHER muito grande que no Brasil luta contra a sua doença de Parkinson e nos seus blogs, de comprovada qualidade, ajuda os outros doentes com Parkinson a suportar a dor. (Os links estão aqui mesmo ao lado)
Dividimos as dores, não as multiplicamos, e assim nos vamos ajudando (amparando) à espera que alguém descubra a pílula milagrosa para a cura de Parkinson. Até lá vamos rezando… à espera que um milagre nos devolva a alegria para viver.
Dalva!, no seu Brasil é Primavera!
Em Portugal estamos no Outono.
A Dalva teve sempre dentro de si a Primavera e, na hora de dor, sorri como tão bem escreveu. Este seu amigo Rogério é, desde que foi diagnosticado com Parkinson, mais Outono e aos poucos vai perdendo, na fixidez do olhar o riso ou o sorriso.
Dalva! Quem me dera sorrir com uma forte gargalhada, mas não! A minha vida parece que conserva o Outono e todo o meu corpo deixa transpirar o cair das folhas que dia-a-dia vão secando.
Não era este post que queria escrever no dia de hoje. Prometi a mim mesmo só colocar neste blog poesia – Poemas de amor e dor - e mais uma vez para aqui estou a transparecer as fraquezas que a mudança de estação induzem no meu corpo. Tremores e dores são comuns aos doentes com Parkinson. Todavia a grande Dalva Molnar sorri como sempre o fez e transforma a dor em gargalhada. Este vosso amigo poeta entra muitas vezes em desespero – como hoje.
Para finalizar deixo o meu poema intitulado OUTONO e uma foto da National Geographic
Saúde para todos! Um beijo para si amiga Dalva.
 
Outono
Rogério Martins Simões
 
Os nossos dedos esfriaram
E depressa nos cercou de cores
Com que se transvestiu na nudez
O Outono! Mais uma vez!
 
As folhas despedidas caíram
Tapando as raízes às flores
E transmutou com tanta beleza
Fazendo descansar a natureza
O Outono! Mais uma vez!
 
 Apanhei no chão uma clareira
E com vinho maduro das luas
Acendi nos teus seios a fogueira.
Chegando minhas mãos às tuas
No Outono! Mais esta vez!
 
E não nos quedámos na espera…
Misturámos os aromas no mosto,
Ao teu gosto
Ao meu gosto
No teu ventre Primavera
 
 E lá foi o Outono outra vez…
 
Lisboa, 17-04-2008 0:52:21
 

 

 


 

Notícias sobre: Parkinson
Nasce hoje associação de apoio aos doentes com esclerose múltipla
Jornal de Notícias - Porto,Porto,Portugal
... centro multidisciplinar para as doenças neurodegenerativas, abrangendo também o Alzheimer e Parkinson e um estudo nacional para caracterizar os doentes. ...
Atendimento domiciliar: os benefícios do tratamento no conforto do lar
Agora MS - Dourados,MS,Brazil
... que precisam de cuidados constantes e diferenciados; e também para casos de doenças neurológicas ou degenerativas, como Mal de Parkinson ou Alzheimer. ...
Clube Semanal de Cultura Artística expõe obras de arte do ...
Portal Novidade - Hortolândia,SP,Brazil
Alcides foi diagnosticado com a doença de Parkinson....
Existence pretende complexo médico-turístico na Malcata
Opção Turismo - Famalição,Portugal
O complexo médico-social para adultos seniores disporá de serviços especializados em Alzheimer, Parkinson, Geriatria, Psiquiatria e Cuidados Continuados ...
 
Paraná-Online (Assinatura)
Pesquisadores cautelosos sobre pesquisas em células-tronco
Paraná-Online (Assinatura) - Curitiba,PR,Brazil
... um grande passo para que, no futuro, possam ser utilizadas essas células até mesmo para a cura de algumas doenças, como o mal de Parkinson, por exemplo. ...
 
Aumento da expectativa de vida deve incentivar o crescimento da ...
Paranashop - Curitiba,Paraná,Brazil
...Parkinsonon. “Vamos viver mais e nem sempre as doenças têm cura, ...
Mulher ataca e assalta idoso de 79 anos com mal de Parkinson
24Horas News - Cuiabá,MS,Brazil
Um homem de 79 anos, portador mal de Parkinson, foi assaltado por uma jovem de 20 anos. Ana Lúcia Correia de Oliveira, foi vista por uma testemunha e uma ...
 

 

 

 

O MEDO CHAMADO PARKINSON
 
Texto de Cláudia Duarte Cunha
A doença, que atinge normalmente pessoas idosas, é caracterizada principalmente por tremores (em geral nas mãos), lentidão na execução de movimentos e rigidez muscular. A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que esse mal pertence ao grupo das doenças degenerativas do sistema nervoso e pode ser controlado com o uso regular de medicamentos.
De acordo com o médico neurologista Edson José Amâncio, o mal de Parkinson se não tratado pode trazer sérias consequências capazes, até mesmo, de provocar a total imobilização do paciente. Mas o especialista explica que geralmente a evolução da doença é muito lenta e os tratamentos, na maioria das vezes, tem o poder de estabilizar e aliviar consideravelmente os sintomas. O neurologista ressalta que muitos casos de mal de Parkinson tiveram a depressão como um sintoma precoce. Também pôde-se perceber que a inquietude motora exagerada é outra característica muito comum na fase inicial da doença. Nesse último caso, o paciente não consegue ficar quieto nem mesmo durante a consulta médica. Com o passar do tempo, o parkinsoniano pode apresentar outras características típicas como a falta de mímica facial (a pessoa fica sem expressão e quase sem movimento no rosto - pisca muito pouco), pele muito oleosa e seborreica.
Também é muito comum a mudança da assinatura do indivíduo, assim como da letra em geral que tende a ficar miúda. "Um portador da doença de Parkinson começa a escrever a palavra com a letra maior, e vai diminuindo até ela ficar bem pequenininha no final do trecho. Isso acontece devido ao grande esforço que ele faz para se concentrar e assim não tremer", diz o neurologista.
Tratamentos - Em primeiro lugar é muito importante que o paciente jamais permaneça muito tempo em repouso. O tremor característico da doença de Parkinson melhora sensivelmente com o movimento. Massagem, hidro-ginástica e fisioterapia, sempre com orientação médica, podem proporcionar excelentes resultados. Agora, para iniciar o tratamento com remédios é necessário um diagnóstico preciso. Isso por que muita gente confunde essa doença com a Síndrome Parkinsoniana, desencadeada pôr algum tipo de intoxicação medicamentosa, em geral, de tranquilizantes ou remédios indicados no tratamento de labirintite. Nesse caso, basta suspender o medicamento que os sintomas desaparecem.
Já quando a doença aparece de forma espontânea, sabe-se que os sintomas surgem devido a uma baixa produção de um neurotransmissor importante para estabelecer as conexões entre os neurónios. Nesse caso, o paciente terá que tomar um medicamento por toda a vida, que terá a função de repor a fabricação dessa substância, e assim controlar os sintomas da doença.
Vale esclarecer que dificilmente a o mal de Parkinson chega a matar uma pessoa. Geralmente, essa doença, quando tratada, tem evolução lenta e os sintomas bem suavizados. A inteligência do portador desse mal também é preservada. "No máximo, o que pode ocorrer é um comprometimento da memória em situações mais avançadas. De um modo geral, os pacientes permanecem lúcidos durante todo o tempo", finaliza Edson Amâncio.
(Publicado por Dalva a quem muito agradeço)
http://parkinsoncampinas.blogspot.com
Rogério
Poemas de amor e dor conteúdo da página

NÓ CEGO

 

 

(CEZANNE)

 

 

 

NÓ CEGO…
 
Rogério Martins Simões
 
Vezes sem conta… que contam?
Os deslizes, desta vida, nas bordas
Os precipícios inclináveis sem retorno
Ou a demência descontrolada num forno
Nos baloiços dos suplícios sem cordas…
 
Deixo ir os sentidos… que montam?
A carcaça seca de um velho barco
Ou o ginete de um gato parco
Capado, coitado, sem ego…
De gatas, às gatas, em nó cego…
 
Às vezes tenho guizos… que guiso?
Senda de um marinheiro acorrentado
A contenda de um plano inclinado
Ou a arte de escapar à descida,
Atravessada, cordata, vencida…
 
Deixo estas palavras: descontem!?
Confusos sentimentos sem viso?
Deixo de fora a estética: preciso?
De um soneto heróico de Camões
Ou de um jogo combinado a feijões?
Hoje nada conta: abro o misturador
E pico as palavras no obliterador…
Vezes sem conta! Desmontem…
 
Lisboa, 01-07-2008 20:57:28
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Amanhã estarei melhor...

 

 

(Óleo sobre tela Real Bordalo)

 

 

 

Amanhã estarei melhor

Rogério Martins Simões

 

Hoje continua o lastro

do meu estado de alma

do dia de ontem.

Estou envolvido

numa teia que enleia.

Estou como que pregado

a um madeiro

sem pregos ou cordas.

 

Solto uma terrível agonia

e, sem dar conta,

nem vómitos dão a perceber.

 

Sou uma represa invisível

num turbilhão de água

pesarosa.

 

Se ao menos chorasse.

Se ao menos morresse.

 

Sou um ser solitário

acompanhado

com a mulher mais presente

- O amor da minha vida.

 

Será do tempo?

 

Hoje meu corpo

nem o Tejo espreitou!

Sinto-me agarrado a nada,

e nem mesmo a lua

terá saudades em me ver.

 

Este vazio imenso

parece furtar

as palavras do coração.

Parece levar a alma,

que renascia,

quando noite fora partia,

pelo Tejo,

em busca de uma bruma de saudade.

 

Será do Inverno?

 

Não! O Inverno esquivou-se

nas estações esquecidas,

onde, nem as carruagens

de terceira classe param.

 

Amanhã estarei melhor! 



POEMAS DE AMOR E DOR
TEM UM SITE

Em NET_PAMPILHOSENSE.ORG
WEBMASTER: Autoria e bom gosto de Luís Gonçalves:
No servidor da PAMPILHOSA DA SERRA
Pintura de Elisabete Sombreireiro Palma
 
Visitem e deixem a vossa mensagem Obrigado

---> AQUI <---

 



Poemas de amor e dor conteúdo da página

Paixão assim custa tanto!

(Severa imagem livre no Sapo)

 

 


 

PAIXÃO, ASSIM, CUSTA TANTO

Rogério Martins Simões

 

Só tu me obrigas a escrever!

Só tu me dás veia de poeta

Pobre de mim a tremer

Um menino grande pateta.

- Inocente como o branco.

 

Só tu, que já me esqueceste

Só tu me fazes lembrar

A amargura de perder-te

E esta vontade de te amar.

- Respeita este meu pranto.

 

Permita Deus perdoar-te

Pelo mal que tu me fizeste

Nunca quis magoar-te

Bem a mim não quiseste

- O teu esquecimento é encanto.

 

Sofrer assim, dia a dia

Onde estás sempre presente

Triste se fez a minha alegria

E meu corpo se quebra doente

- Paixão, assim, custa tanto!

1987

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Parkinson (soneto)

 

 
(Foto cedida por Padre Pedro)
 
 
 
 
 
HOJE É O DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE PARKINSON
 
Para todos os meus "companheiros" na doença - muita esperança!
 
 
 

 

PARKINSON
(DIAGNÓSTICO)
Rogério Martins Simões
 
Meu amor! Tu não estavas enganada!
Só tu darias pela diferença no gesto,
Pela minha expressão algo errada,
O meu lado esquerdo menos lesto.
 
Hoje, tu não ficaste surpreendida.
Componho este poema e não desisto:
A direita, com que escrevo, agradecida!
Com a esquerda não escrevo mas insisto!
 
Com a direita escrevo o “A” de amor!
Com a esquerda se escreve o “D” de dor!
E o resto deste poema em desespero!
 
Pois sofrer, tanto sofrer não conhece.
O meu corpo, tanto sofrer, não merece.
Sofrer mais, por sofrer, não quero!
 
04-06-2002
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A dor que se tenta esquecer

 

 

A DOR QUE SE TENTA ESQUECER

ROMASI

 

Quantas vezes

Dizes esquecer,

Mas não podes esconder:

A traição que me rasgou o corpo.

O corpo que te tapou o gesto.

O gesto que te alentou a vida.

 

Quantas vezes

Soletras ódio.

O ódio que destrói a alma.

A alma que sustém a vida.

A vida que retém a dor.

A dor que me sobra tanto.

O tanto que te dei

E que canto.

 

Quantas vezes

De luto me visto.

Visto dar sem receber

Receber nada, sem nada ter

Tenho a dor que não quis

- Quisera alguém sofrer?

 

Quantas vezes

De cor me viste…

Visto que só luto me deste.

Deste amor sem amar

Amar sem amor não compensa

Compensa perdidamente ficar?

Ficar?

Só quando o amor apareça.

 

Quantas vezes

Hesitei e não parti.

Parti sem coragem e voltei

Voltei a morrer e morri

Morri mas ressuscitarei.

 

Sabes:

O amor perdido por vezes

À espera que algo aconteça

Retém o corpo por meses

E nós ficamos sem pressa

 

Quantas vezes

Deveria ter partido

E mais partido fiquei…

 

Maio de1979

(Publicado em Índex Poesis - Almada)

(Caderno “uma dúzia de páginas de poesia n.º 41”)

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Ciclo fechado! Segundo grito!

 

DEGAS

 

Ciclo fechado!
(O MEU SEGUNDO GRITO!)
 
Rogério Martins Simões
 
Se o teu rosto não sorri,
E o teu cabelo não desliza,
É porque a tua boca se encerra,
E a minha não será precisa…
 
O gesto, o medo, o ódio
Tudo te corrompe
E até não preciso de ponte
Encheste-me a baliza…
Espalhou-se a brisa
Abriu-se a porta de vidro
A janela da esperança
E o vento até desliza.
 
Mas se ao menos
O teu rosto sorrisse
E os teus cabelos se soltassem
Voltarias a encontrar
Os melhores passos para ti.
Porque o melhor de ti, fui eu!
Que adoecia dizendo olá!
O melhor de ti, fui eu!
Que te segurei, quando fugias
Ou então sempre errei
Quando te amparei
E tremias.
 
Não!
Nada sobrou de mim
Não me faças sentir assim
Pois tudo agora findou.
 
Sabes!
Tudo é nada
Quando nada começa!
E o fim não existe
Se não há princípio.
Para quê essa pressa!?
Se o inicio era nada,
E tudo foi retalhado.
 
Nefasto é o sofrimento
Quando não há, sequer, sentimento!
Se assim não fosse
Poderias dizer, ao menos, como eu
Longe!
Muito longe de ti.
Olá!
Olá poeta!
Não fiques desesperado
Não faças nada apressado!
 
Não!
Não penses sequer
Que te quero!
Quem quer o nada
Se nada tem?!
Tu não vês que não há regresso
Quando não há ponto de partida
E tu nem entendes a chegada...
 
Olha!
Eu tinha um guizo
Cabeça de andorinha,
Que corria atrás do vento
Ao desafio com as aves.
À procura de outras asas!
E voava, voava…
Voava sem ser preciso.
Chamavam-lhe cabeça de vento…
Certo dia fugiu
Voou numa folha de papel
Toquei novamente o guizo,
E tantas vezes subiu
Que se partiu o cordel.
 
Sabes!
Agora quero sorrir!
Tenho gosto, tenho vida!
Despejei a selha de lágrimas
Encontrei-me
no corpo ausente
E num arco-íris
Descobri manhãs
Com que sonhei e sempre quis.
 
Afinal estou magoado!
Porque fui muito infeliz!
Mas… não há dúvida:
Ainda serei feliz!
 
1989

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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