DEIXA A TERNURA
DEIXA A TERNURA
Rogério Martins Simões
Quando desesperado assim me deito,
Quantas vezes calado em sobressalto,
Como uma onda varrendo lá do alto,
Assim é a imensa dor que rasga o peito.
Cruel este sofrer sem qualquer proveito,
Arfando até não mais, e neste assalto,
Para onde o meu presente levou a salto:
Esta imensa dor que me dói e que rejeito.
Luta desigual, foi esse o meu receio,
Que bem cedo legou este meu tormento.
Tarde me tarda meu último momento…
Eterna prisão foi esta a que me enleio,
Sobra-me este grito; É minha a loucura:
Quase tudo levou: deixa a ternura!
Meco, 01/03/2019 18:04:43
Simões, Rogério, in “POEMAS DE AMOR E DOR”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2019)
1ª edição: Agosto, 2019
ISBN: 978-989-52-6450-6
Depósito Legal n.º 459328/19