Amo-te Lisboa virado ao Tejo
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Fotografia de Rogério Martins simões
MARESIA
Rogério Martins Simões
Às vezes pareço adormecer
numa enorme letargia,
apenas aparente,
e dou por mim misturado,
baralhado,
mergulhado,
entre papéis
e pensamentos.
A cabeça tritura interrogações
- como seria mais feliz se as libertasse…
As nossas vidas estão repletas
de salões desconfortáveis
que nos encerram,
nos conflitos internos,
entre quatro paredes.
Prefiro meter as mãos na terra
que andar aos papéis perdendo tempo.
Já perdi tantas horas!
Tenho na varanda,
virada ao Tejo,
dois canteiros cheios de plantas
que sorriem para as águas.
Ontem reparei
que as roseiras
estavam carregadas de botões
e as águas, nas marés,
espreitavam de espanto
para a minha janela.
Adivinham-se fenómenos estranhos
quanto o perfume das rosas se misturar
com a meia maresia do meu Tejo.
Até lá vou perdendo tempo…
Lisboa, 18 de Abril de 2006
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma
(Lisboa 2 de Julho de 1147)
(agradecimento muito especial aos autores do magnifico site
ABRANTES
Abrantes cidade Bela
Te vi pela primeira vez
No dia vinte e sete de Março
De mil novecentos e quarenta e três.
Não te conhecendo Abrantes
Conheci-te nesse mesmo dia
Ao entrar no teu castelo
Na arma de artilharia.
De vinte sete de Março
Só me resta a saudade
Juntos, centenas de jovens,
Todos da mesma idade
Abrantes cidade linda
Não sabia o que tu eras
Aí fiz no teu castelo
Vinte e uma primaveras
Do alto do teu castelo
Abriram-se os meus horizontes:
As tuas lindas aldeias
Colinas, rios e montes.
Do mais alto do castelo
Se via grande distância
E não era muito longe
Linda vila de Constância.
Bela Vila de Constância
Também é do Ribatejo
Aí se junta o rio Zêzere
Com águas do rio Tejo.
Quando os rios se juntam
Parece que estão zangados
Quando chegam à Barquinha
Vão os dois de braços dados.
Assim se tornam amigos
E não fazem arraiais…
Vão juntinhos aos beijos
Da Barquinha até Cascais!
Lisboa, 10 de Junho de 2007
Meu pai, meu mestre e poeta popular, nasceu na Póvoa – Pampilhosa da Serra em 20 de Maio de 1922.
Os seus trabalhos podem ser lidos no blog que construí para divulgar o que resta do que escreveu e vai escrevendo, apesar dos seus 85 anos. http://povoa.blogs.sapo.pt
Obrigado por ter escrito a meu pedido mais dois poemas.
- A vossa bênção meus queridos pais,
Do vosso filho,
Rogério Martins Simões
(Foto de 1966. Passeio no Tejo a bordo de um cacilheiro.
Grupo de amigos e catequistas
AMIGO!
Amigo! Eu me entrego
Amigo! Eu me largo
Sem nada na volta!
Sem nada me ergo.
Sem nada me dou!
Amigo! Eu acedo
Num abraço
Num gesto
Num laço.
E sofro na tua dor
E vivo o teu cansaço
Amigo! Eu me cedo
Eu me rendo…
Eu me consagro
Eu me dou…
Num abraço
Num gesto
Num laço
Amigo! Eu vou!
Lisboa, 1969
Rogério Martins Simões
Maria do Tejo
Estavas linda Maria,
do Tejo
Mulher amada
Cercada de um luar de Agosto
Enfeitavam os teus cabelos
A madrugada
E trazias o feitiço,
Por Lisboa
05-02-2007
(Parabéns a
ENCONTRO NA POESIA
Só os poetas deitam pétalas no rio!
Só os poetas enchem de lágrimas o mar!
Só os poetas cantam as estrelas cadentes!
Só os poetas namoram o luar!
Hoje quero um pouco do grito da tua nuvem…
Que o dia acordou frio!
Regressarei contigo num cometa,
Ou morrerei contigo numa estrela.
Vem poesia!
Neste encontro de poetas.
16-12-2004 1:06:28
(Resposta a um poema de
(Óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)