Bendita sejas mulher
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É tarde amor
Rogério Martins Simões
Todos os dias quando me deito,
E às vezes quando te acordo,
Sem jeito,
Corre em mim um deleito
Que nos faz
Amanhecer mais tarde…
São ternuras e tantas,
Neste coração que arde,
Que afinal me traz
A sede de te ver acordada.
Deleite
É tarde amor!
Mas os sentidos são tantos,
E as viagens tão curtas,
Que as loucuras são mágoas
De não te ter há mais tempo.
Acorda mesmo assim,
Esquece a dor!
Deixa correr os sentidos
De não sentir mais nada,
Deixa-nos vaguear perdidos,
E respirar quase tudo.
E neste meu frenético sentir.
Neste nosso coração que arde.
Não vais finalmente dormir,
Pois vamos acordar mais tarde...
98/09/07
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
HORIZONTE
Rogério Martins Simões
Percorri o teu olhar e não me viste,
Estavas sentada nos limites do horizonte,
Não sei o que nessa hora sentiste,
Havia entre nós uma velha ponte…
Recordei ao passar por ti quando vinhas,
Debruçada nos arautos da lua,
Os viços que entravam pela porta,
E tu trancavas as portas da rua.
Não te quero desviar do que vês.
Talvez a ponte já lá não esteja,
Se está, pintaram-na outra vez,
E com a cor dos teus olhos não se veja.
Hoje, entregue a mim, nem descobriste
Que havia entre nós uma ponte,
Procuraste e não me viste:
Desvanecendo nos confins do horizonte.
Meco, 16-07-2011 19:28:39